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13 de abril de 2018
13 de abril de 2018
Considerações prévias: Este artigo é extraído de um dos capítulos
do meu livro sobre a Reforma (ainda em construção), e é presumivelmente bem
mais longo do que a maioria das pessoas estará disposta a ler, mas eu preferi
postar a refutação a todas as calúnias dentro de um único artigo do que dividi-lo
em múltiplas partes. A única que deixei de fora foi a da Armada Invencível
(quando os espanhois instigados pelo papa tentaram destruir a Inglaterra em uma
invasão marítima fracassada), um episódio que pretendo publicar em um artigo à
parte, por isso o “(...)” no final. Um dos tópicos aqui presentes aborda a questão moral dos jesuítas, que é extremamente importante mesmo para quem não está nada interessado no reinado de Isabel.
Apenas contextualizando
brevemente: no artigo
anterior abordamos o reinado de Henrique VIII, que rompeu com Roma mas
prosseguiu defendendo as doutrinas católicas e perseguindo os protestantes com
a mesma severidade que os outros reis católicos do continente. Após sua morte,
seu filho Eduardo VI herdou o trono. Ele era protestante e implementou algumas
reformas na Igreja Anglicana, mas morreu ainda criança. Então quem ocupou a
coroa foi Maria, a famosa “Sanguinária” que restaurou o catolicismo na
Inglaterra e voltou a perseguir os protestantes cruelmente, gerando em poucos
anos centenas de mártires protestantes, além de milhares de exílios e fugas.
Por sorte, Maria também morreu cedo, dando um fim precoce ao seu reinado de
terror, e é neste contexto que a jovem rainha Isabel assume a coroa – onde
prosseguiria pelos próximos 45 anos. Sem mais, aproveitem a leitura!
***
• O reinado de Isabel: a era de ouro
Isabel I (ou “Elizabeth”,
seu nome inglês pelo qual também é conhecida) é até hoje reconhecida como a
maior rainha da história da Inglaterra e de longe a mais sábia e capaz monarca
do século XVI. Até o papa Sisto V reconheceu certa vez que “na Europa há unicamente duas pessoas verdadeiramente
feitas para serem chefes: Isabel da Inglaterra e Henrique de Navarra”[1]. Tal
como seu irmão Eduardo, Isabel era uma intelectual que “escrevia
latim tão bem quanto inglês, falava italiano e francês, e lia, afirma um dos
seus mestres, mais grego num dia do que um cônego lê latim numa semana”[2].
Johnson a descreve como, “sem dúvida, uma princesa
erasmiana – culta, moderada em suas posições religiosas e protetora de eruditos
como o Dr. Dee”[3].
Ela só não foi
assassinada por sua irmã sanguinária porque foi persuadida a se passar por
católica e aceitou ser doutrinada por dois gentleman
católicos (Pope e Gaje), que a vigiavam[4]. O fim precoce dos
reinados de Eduardo e Maria a levaram ao trono ainda jovem, com 25 anos. Seus longos
45 anos de reinado (1558-1603) eram bastante inusitados para uma época em que a
expectativa de vida era tão baixa e os reis costumavam herdar a coroa já na
fase adulta, mas foi uma bênção para um povo até então desprezado no continente
e renegado à “potência de segunda categoria”[5],
para então constar entre as principais potências mundiais, onde se estabelece
até hoje. Seu reinado é até hoje conhecido como a “era de ouro” da Inglaterra,
que levantou um gigante adormecido e o colocou em patamares nunca antes
alcançados.
Martinez escreve que “foi esta uma grande época, um momento decisivo na
evolução histórica da Inglaterra”[6]. Roberts
afirma que “o reinado de Isabel é visto,
corretamente, como uma época áurea, e assim foi”[7].
Lindberg diz que seu reinado “pode bem ser descrito
como um caso de amor de 45 anos entre a rainha e os ingleses”[8],
pois “sob Isabel, a Inglaterra tornou-se
protestante, tornou-se uma das principais nações da Europa, conquistou um
império mundial e passou por uma renascença cultural”[9]. Pirenne
sustenta que “ela foi a verdadeira fundadora da
potência naval inglesa”[10],
e Mousnier que “todos os soberanos se esforçam por
imitar o exemplo fornecido por Isabel da Inglaterra, no século XVI”[11].
A Inglaterra de Isabel era “um mundo de exageros,
transbordante de energia e com uma inesgotável alegria de viver”[12].
Isabel, “culta e realizadora, gozava de grande popularidade”[13].
Shakespeare a descrevia como “a grande rainha
sentada em meio aos mares sobre o trono do Ocidente”[14].
Era conhecida pelos seus súditos de “a Boa Rainha
Bess”[15],
e “todo o povo mostrava sua lealdade à coroa e o
seu amor pela rainha”[16].
Quando Isabel ia de Londres a Hampton Court, “multidões
imensas comprimiam-se à sua passagem e aclamavam-na, chamando sobre ela a
bênção de Deus e reclamando penas severas para todos os que pretendiam atentar
contra a sua vida”[17].
Diferente de Maria, resistiu por toda a vida aos muitos pedidos de casamento
recebidos por influentes líderes estrangeiros das mais diversas nacionalidades
(até mesmo de Filipe II), razão pela qual ficou conhecida como “a rainha
virgem”.
Grimberg declara que “Isabel queria viver no seu país e para o seu país. Não
abandonaria o seu reino por metade do mundo, disse um dia a um dos seus
pretendentes, Eric XIV da Suécia. Queria mostrar aos seus súditos e às outras
nações que era uma honra ser inglês. O povo inglês amava a sua nova soberana pela
sua infalível confiança em tudo o que era inglês, pela sua vontade de
sacrificar a sua felicidade e o seu conforto pessoais ao bem do país”[18].
Quando os ingleses temiam um ataque de Alexandre de Parma, Isabel dirigiu-se
pessoalmente a Tilbury para inspecionar seu exército, onde lhes pronunciou
essas memoráveis palavras:
Pessoas
que se inquietam pela minha segurança aconselharam-me a ser prudente e a não
aparecer perante soldados armados. Mas deixai-me que vos diga que a vida me
seria insuportável se tivesse de desconfiar dos meus próprios súditos. Que os
tiranos temam pela sua vida! Quanto a mim, sempre confiei na lealdade dos meus
vassalos. Tal é a razão por que vim aqui: para viver ou morrer no meio de vós.
Sei que o meu corpo é um fraco corpo de mulher, mas o meu coração é o de um
rei, de um rei da Inglaterra! Que o duque de Parma, ou não importa que outro
duque soberano, se arrisque a atacar o meu reino! De preferência a aceitar essa
afronta, pegarei eu própria em armas![19]
Mas os feitos e êxitos
de Isabel no campo social, político e econômico serão pormenorizados no segundo
e terceiro volumes desta obra. Voltemos ao campo religioso, no qual Isabel pôs
um fim ao terror disseminado por sua falecida irmã e reestruturou a Igreja
Anglicana aos moldes da reforma de Eduardo. Através dela, “a Igreja Anglicana ficou então definitivamente
estabelecida segundo os dogmas calvinistas”[20],
razão pela qual ela “é considerada por muitos como
a fundadora da Igreja Anglicana”[21].
Foi em seu governo que a Inglaterra aprovou os “39 Artigos da Religião”[22] – a confissão de fé
oficial da Igreja Anglicana que permanece em vigor até os dias de hoje, de teor
protestante[23].
A missa e as doutrinas particulares do catolicismo romano como o purgatório, as
indulgências, o papado e a invocação dos santos foram condenadas[24].
Mas espere um momento.
Uma rainha culta, erudita, eficiente, amada por todo o povo, que colocou a
Inglaterra nos trilhos do desenvolvimento como nunca antes... e protestante? Há algo de errado nisso,
pensa o apologista católico. Melhor descrevê-la então como um monstro de
terrível crueldade, um demônio humano, uma malévola, uma diaba encarnada –
mesmo contra o consenso unânime de todos os historiadores sérios. Surpreendentemente,
é exatamente esse o nível que se presta a apologética católica, que santifica
sua irmã sanguinária e retrata Isabel como faz o padre Cechinato:
Após
a morte de Henrique VIII, subiu ao trono da Inglaterra Maria Tudor, nascida do
casamento do rei com Catarina de Aragão. Ela possuía boa educação católica,
recebida de sua mãe. Por isso, deu liberdade aos católicos e fez a
reconciliação da Igreja Anglicana com o papa. Maria Tudor reinou de 1553 a
1558. Depois dela subiu ao trono sua meia-irmã, a rainha Elisabete I, filha de
Henrique com Ana Bolena. Elizabete governou de 1558 a 1603. Foi terrível. Mais cruel que o pai. Rompeu
novamente com Roma e voltou a perseguir os católicos.[25]
Para entender o quão perturbador
é uma difamação dessas, precisamos primeiro ter em mente a moderação e
equilíbrio de Isabel na questão religiosa – às vezes até excessivamente. Embora
os papistas a representem como uma protestante radical e extremista com um ódio
mortal aos católicos, ela era justamente o contrário disso. Isabel não queria
uma reforma radical que desagradasse muito os seus súditos católicos. Por isso
criou a via media, que conservava
todas as doutrinas protestantes tradicionais, mas que mantinha as vestimentas e
liturgias católicas de antes, o que “permitia à
pessoa tradicional, iletrada, vivenciar o culto anglicano quase do mesmo modo
como vivenciara o culto católico”[26].
Ao mesmo tempo, “o uso de inglês ao invés de latim permitia ao
protestante letrado ouvir uma mensagem reformatória nos sermões e orações
situados dentro de uma teologia reformada estruturada pelos Trinta e Nove
Artigos”[27].
Nichols discorre que a rainha “procurou manter uma
situação intermediária entre os extremos, a fim de agradar o maior número de
pessoas. A Reforma inglesa foi, desse modo, conservadora, guardando o velho
sistema de governo da Igreja e muitas das antigas formas de culto”[28].
O próprio Livro de Oração de 1552 ainda mantinha imagens e crucifixos na Igreja[29], que só foram retirados
na versão mais recente, de 1662[30].
Também para não aborrecer
os católicos, Isabel mandou remover em 1559 um item que dizia: “Da tirania do bispo de Roma e de todos os seus
detestáveis abusos... Bom Senhor, livre-nos!”[31].
Pijoan afirma que “quando o Parlamento tratou de
promulgar uma lei declarando Isabel a Cabeça da Igreja, como seu pai e seu
irmão, a rainha recusou este título para não ofender os católicos”[32],
pois “repugnava que pudessem fazer dela uma papisa
laica”[33].
Como rainha e detentora de um poder absoluto, ela não precisava fazer essas
concessões, caso não quisesse. Fazia apenas porque respeitava seus súditos
católicos e não queria dar nenhuma razão para uma possível rebelião contra seu
governo.
Maurois escreve ainda:
No
momento da ascensão ao trono, pediu a Deus que lhe desse a graça de governar
sem derramar sangue. Não o conseguiu, mas fez o máximo que pôde. Foi sempre
orgulhosa do lealismo dos seus súditos católicos. Percebendo um dia, na
multidão, um velho que gritava “Vivat
Regina! Honi soit qui mal y pense”, mostrou-o, muito contente, ao embaixador
da Espanha: “Esse bom homem é um padre da velha religião”. Prudente, repeliu os
monges que lhe vinham ao encontro com círios: “Largai essas tochas, estamos
enxergando muito bem”, mas conservou sempre um crucifixo na sua própria capela
e impôs silêncio, muito secamente, a um pregador protestante que ousava
censurá-la por isso. Em religião como em política, ela temporizou, procurou uma
fé no meio termo, cultivou o compromisso.[34]
Como se vê, Isabel não
fazia nenhum tipo de monarca protestante radical ou anticatólica, muito menos
uma tirana que forçava conversões ou que matava em nome da fé. Na verdade,
grande parte de sua enorme popularidade na Inglaterra devia-se justamente a
essa moderação que sempre a afastou de qualquer perseguição religiosa nos moldes
de sua irmã sanguinária. O que mais chama a atenção a qualquer bom historiador
é o impressionante fato de que a maior parte do clero católico aceitou as
reformas na Igreja propostas por Isabel, a despeito do fato de tais reformas irem
frontalmente contra as doutrinas católicas.
Pela ocasião do Ato de
Uniformidade (1559), Grimberg atesta que “a maioria
do baixo clero prestou o juramento”[35],
e Maurois diz que “quando a Coroa e o Parlamento
restabeleceram o anglicanismo, de oito mil padres sete mil aceitaram a mudança”[36].
Mesmo em relação ao “alto clero”, a aceitação também foi significativa: “De 900 clérigos romanos, menos de 200 recusam prestar
juramento de aliança com Isabel, sendo que todos os bispos marianos estavam
incluídos nesta minoria”[37].
Isabel decidiu nomear Mateus Parker, um moderado, como arcebispo de Cantuária,
o qual havia sido consagrado por três ex-bispos que haviam sido expulsos por
Maria, de modo que a Igreja Anglicana manteve a sucessão apostólica[38].
Mesmo anos depois,
quando o Concílio Privado (1564) solicitou que os bispos apresentassem um
relatório do estado do sentimento religioso na Inglaterra, Johnson sustenta que
“foram encontrados 431 magistrados favoráveis ao
pacto anglicano, 264 neutros e 157 hostis”[39],
acrescentando que “com o progresso do reino, esses
números devem ter mudado a favor do regime e sua religião”[40].
A grande questão que deve ser respondida pelos críticos leigos de Isabel I é de
que maneira os próprios padres católicos aceitariam
em suma maioria as mudanças religiosas no país, se, como dizem, Isabel era uma
déspota que perseguia e assassinava católicos em massa, a fim de instituir
algum tipo de “protestantismo radical”.
Tão poucos eram os
católicos insatisfeitos com o governo de Isabel que o historiador católico Paul
Johnson ressalta que “durante o levante de 1569,
somente sete mil de sessenta mil jovens capazes possíveis responderam ao apelo
para se erguer em nome da antiga fé, e a sublevação em si foi um fiasco”[41].
Ele complementa dizendo que “mesmo no norte, as cidades
do sudeste de Lancashire e York, por exemplo, tendiam a favorecer o pacto
anglicano; no fim do reinado de Isabel, o número de verdadeiros recusantes,
mesmo em Lancashire e Yorkshire, as regiões mais católicas, não chegava a 5% da
população”[42].
Johnson revela também:
Cromwell
contava com uma rede de agentes e informantes em todo o país, que o mantinha
informado a respeito de quem criticava as mudanças e com que fundamentos. A
análise dessas provas não apresenta qualquer sugestão de um partido “católico”,
e muito menos “papista”, de resistência. Talvez fosse uma outra questão caso o
clero regular, que constituía mais de um terço do pessoal da Igreja e
controlava quase metade de seus recursos, se tivesse oposto ao programa real.
Com efeito, apenas uma pequena minoria o fez. As dissoluções monásticas eram
aceitas, em grande parte, com indiferença, onde quer que fossem realizadas – na
Inglaterra, Escandinávia e Alemanha luterana. O clero britânico, via de regra,
foi igualmente passivo.[43]
Maurois assegura que “o seu reinado está longe de ser limpo de injustiça, mas
talvez ela tenha feito tão pouco mal quanto era possível em tempos difíceis”[44].
Johnson é mais específico ao falar dessas injustiças, quando se refere ao fato
de que “os nobres foram dispensados do juramento
exigido pelo Ato Protestante de Uniformidade de 1559, o que significava que
eles poderiam continuar como católicos sem sofrer as penalidades financeiras
infligidas aos menos favorecidos”[45].
Mas observe que mesmo em relação a esses “católicos menos favorecidos” a
penalidade imposta era financeira, e
não a fogueira, como o reinado de terror da sua irmã católica. Ninguém era
forçado a se converter ao protestantismo, nem era morto em razão de sua fé.
Se por um lado o
protestantismo crescia na Inglaterra a despeito da severa perseguição de Maria
Sanguinária, o catolicismo perdia multidões de fieis sob o reinado de Isabel
mesmo sem qualquer perseguição. Os católicos, nobres ou não, continuaram
existindo ao longo de todo o período isabelino[46], mas ao final de seu
governo “já quase não formavam a vigésima parte da
população”[47]
– mesmo sem nenhum massacre, nenhum auto-da-fé, nenhuma Inquisição e nenhuma
obrigação a deixar de ser católico para se manter vivo. Isso significa que a
aprovação dos católicos a Isabel, que já era grande em seu período inicial, se
tornou ainda maior ao final dele, a ponto da maior parte deles abandonar o
catolicismo mesmo sem uma espada no pescoço que os levasse a isso.
Essa tolerância de
Isabel, extremamente incomum para seu tempo, também é atestada em todas as
fontes. Grimberg, por exemplo, afirma que “apesar
de seu poder absoluto, Isabel não era déspota para com o seu povo”[48],
e Pijoan confirma que “enquanto ela reinou, não
houve perseguições religiosas e nem autos-da-fé”[49].
Mesmo depois do terrível massacre da Noite de São Bartolomeu, que a Inglaterra
recebeu com “horror e angústia”[50],
a ponto de seus conselheiros lhe sugerirem entrar em guerra contra a França
para vingar os huguenotes, Isabel se recusou terminantemente: “’Nada de guerra, meus senhores, nada de guerra’,
exclamava ela invariavelmente quando Cecil ou outro qualquer ministro
manifestava o desejo de a ver colocada à frente de uma liga protestante”[51].
Isso não significava
que Isabel era indiferente ao sofrimento de seus irmãos de fé no continente. Quando
o embaixador da França apareceu na corte para informar a rainha do que acabava
de se passar no seu país, ela o fez esperar três dias pela audiência. Quando
finalmente o admitiu à sua presença, “o embaixador
viu-se acolhido, num silêncio glacial, por uma Isabel vestida de negro, em
sinal de luto”[52].
Ela também ajudava os protestantes perseguidos com recursos financeiros, mas seu
caráter pacifista a impedia de entrar em guerra diretamente. Esse pacifismo
notório chamava a atenção de Francis Bacon, que em carta a Essex (em 1596) disse
que “Sua Majestade [Isabel] ama a paz e detesta ter
de despender dinheiro”[53].
Em quase 50 anos de
governo, sua única guerra conhecida, “após trinta
anos de paz quase ininterrupta”[54],
é batalha da “Armada Invencível” contra os espanhois – uma batalha em legítima
defesa que ocorreu somente porque os espanhois decidiram atacar primeiro. Como
Grimberg afirma, “Isabel contentou-se em preservar
a paz durante tanto tempo quanto possível e nas condições mais vantajosas”[55].
Não era, portanto, uma rainha violenta, sanguinária ou dada à guerra, mas
excepcionalmente tolerante para os padrões da época, pacifista e religiosamente
moderada, o que conquistou a fidelidade e lealdade até dos seus súditos mais
católicos. O que vai além disso é lenda da apologética católica, mas dois
episódios específicos merecem uma análise mais detalhada.
• Isabel e Maria Stuart
O caso mais abordado
pela apologética católica para realçar a suposta “crueldade” da rainha Isabel é
o episódio que envolve sua prima, a rainha Maria Stuart, da Escócia. Na versão
da apologética católica, Isabel a mandou matar a sangue frio em função de sua
fé porque era uma tirana protestante que odiava católicos. Essa versão
delirante dos fatos é facilmente confrontada quando simplesmente se abre
qualquer livro de história que aborde a vida de Maria Stuart. Aqui farei um
apanhado dos verdadeiros fatos históricos que a cercam, e para uma análise mais
profunda da história da rainha basta consultar as fontes utilizadas.
Maria Stuart foi rainha
consorte[56]
da França por um breve período entre 1559 e 1560. Quando isso aconteceu,
soldados franceses foram enviados à Escócia e o povo escocês pediu ajuda a
Isabel, que “hesitou em cooperar com um povo em
revolta contra sua soberana”[57].
Os protestantes escoceses temiam o reinado de uma rainha católica no país, pois
conheciam muito bem o que se passou nos outros países do continente em que
monarcas católicos governavam com mão-de-ferro causando verdadeiras chacinas e
massacres por toda a parte. Ainda assim, Isabel se recusou a intervir
militarmente para destituir sua prima, pois aceitava seu direito legal ao trono
da Escócia, onde reinou de 1561 a 1567[58].
Maria e Isabel
trocavam cartas amigáveis com certa frequência, embora sempre rolasse uma
pontinha de rivalidade entre as duas. De fato, excetuando a religião, elas
compartilhavam muito mais aspectos em comum do que o parentesco: ambas eram
rainhas de países próximos e governavam com autoridade suprema (e não apenas
como esposas de um rei), ambas governaram seus respectivos reinos ainda jovens
(Isabel com 25, Maria com 18), ambas eram tolerantes e mostravam moderação para
com seus súditos de outra confissão religiosa, ambas tinham interesses e gostos
em comum.
As coisas começaram a
desandar para Maria quando ela fez questão de contrair matrimônio com um inglês
católico, súdito de Isabel, chamado Henrique Darnley, como parte desse jogo de
provocações. Segundo Grimberg, ela não fez isso por amar Darnley, mas apenas
para “procurar ela própria um candidato que
desagradasse o mais possível Isabel”[59].
Havia algo a mais: Darnley descendia de Henrique VII, e por isso, em tese, podia
pretender a coroa da Inglaterra, em caso de morte ou destituição de Isabel[60]. Infelizmente, Maria acabaria
pagando caro por essa má escolha. Não demorou muito para perceber que Darnley
não fazia seu tipo, mas agora que havia se casado não tinha como desfazer a
união.
Algum tempo depois,
Maria se envolveu com o italiano David Rizzio, seu secretário particular.
Embora não haja provas de que ela o tinha como amante, a estreita aproximação
entre os dois e os rumores que corriam à solta começaram a perturbar Darnley,
que então se envolveu em uma conspiração para assassinar seu rival. Na verdade,
a coisa foi bem mais dramática do que você deve estar pensando: Darnley e seus
capangas invadiram o aposento onde estavam Maria e Rizzio, tomaram Rizzio à
força diante da rainha e o esfaquearam 56 vezes. Maria não tomou nenhuma
providência de imediato, mas amargou a partir dali um ódio profundo a seu
marido, a quem já não amava.
O assassinato de Rizzio
tomou desdobramentos em parte previsíveis, em parte inesperados. Dez meses
depois, Darnley é assassinado em circunstâncias misteriosas, e a
responsabilidade pelo homicídio recai sobre James Hepbuern, o conde de Bothwell.
As circunstâncias da morte de Darnley “horrorizaram
aos católicos e protestantes”[61],
mas a parte inesperada ainda estava por vir: apenas três meses após o crime,
provavelmente no pior momento possível, Maria Stuart se casa com o assassino[62] (que se divorciou de sua
esposa doze dias antes do casamento)[63].
Grimberg comenta:
Era
dar uma bofetada na opinião pública. Ter-se-ia, talvez, perdoado a Maria o ter
participado no assassinato de Darnley. Mas o seu casamento com o assassino,
três meses depois do crime, era mais do que se podia suportar. O povo
manifestou imediatamente os seus sentimentos. Até mesmo o mundo católico, que
depositara tantas esperanças em Maria, lhe voltava agora as costas. O papa
teria declarado: “Da rainha da Inglaterra e da rainha da Escócia não sei qual é
a mais culpada!”. Maria viu-se subitamente isolada, mas a cólera do seu povo
talvez lhe importasse muito pouco.[64]
Walker afirma que a
revolta popular foi tão intensa no país que “protestantes
e católicos juntaram suas forças contra ela”[65],
e Pijoan relata que “o escândalo foi tão enorme que
Maria e seu terceiro marido tiveram que fazer frente à rebelião de toda a
nobreza e do povo escocês, coaligados contra eles”[66].
Maria depositou suas últimas esperanças em uma luta real contra os lordes,
conhecida como a Batalha do Morro de Carberry. Mas tamanho era o desânimo de
suas tropas que a maior parte dos soldados desertou do exército[67]. Não bastasse ser
abandonada pelo seu próprio exército real, Hepbuern, seu novo marido, fugiu
como um covarde, deixando Maria sozinha. Ela foi aprisionada no Castelo de Loch
Leven, após passar por Edimburgo, onde a multidão revoltada a chamava de
assassina e adúltera[68].
Em 2 de maio de 1568,
com a ajuda de Jorge Douglas, Maria consegue fugir do Castelo de Loch Leven, e então
faz a polêmica escolha que definiria seu destino dali em diante: ela toma o
rumo da Inglaterra e pede refúgio a Isabel[69]. É curioso notar que
Maria poderia ter pedido refúgio em qualquer país católico do continente,
inclusive na França, onde foi rainha consorte e passou toda a infância. Em vez
disso, preferiu ir justamente à Inglaterra de Isabel, que, segundo os
apologistas católicos, era uma ditadura protestante sanguinária que assassinava
católicos a torto e a direito...
Na verdade, Maria
sabia que o refúgio mais seguro era no reino de sua prima protestante, que
sempre agiu com temperança e moderação na questão religiosa, o que não lhe seria
um problema. Ademais, como vimos, até os países católicos e o papa estavam
chocados com as atitudes recentes da rainha da Escócia. De fato, diante dos
crimes cometidos – ou pelo menos da forte possibilidade de tê-los cometido –
lugar nenhum seria realmente “seguro” para Maria Stuart. Isabel pelo menos era
a menos propensa a tratá-la da forma cruel como seria tratada em um lugar
qualquer. O desenrolar dos acontecimentos é narrado por Grimberg:
Ao
saber da chegada de Maria ao seu país, Isabel pensou, a princípio, chamar a
fugitiva à sua corte. A rainha da Inglaterra reprovava formalmente a ação dos
lordes contra Maria. Não era esse o tratamento que uma rainha tinha o direito
de esperar. Mas os conselheiros de Isabel opuseram-se à estada de Maria Stuart
em Londres e a rainha vergou-se perante os seus argumentos. Maria começava
assim o seu longo cativeiro na Inglaterra. Isabel fez-lhe saber que a não podia
receber na sua corte enquanto não tivesse provado a sua completa inocência no
assassinato de Darnley. No outono de 1568, a rainha da Inglaterra instituía uma
comissão de inquérito a este respeito. Os lordes escoceses puderam assistir às
sessões, mas sem resultado. Isabel concluiu que, se as afirmações de Maria se
não provavam, o mesmo sucedia com as dos seus inimigos. A rainha da Escócia
teve, por consequência, de continuar no castelo para onde a haviam levado.[70]
É importante ressaltar
que Maria não foi tratada como uma prisioneira ou ré comum, encarcerada em um
calabouço ou em uma prisão qualquer – e as prisões da época eram realmente
muito piores que as de hoje. Em vez disso, foi mantida em um castelo de nobres,
com muitas regalias impensáveis para um cidadão comum, e que Maria jamais teria
em sua própria pátria. Ela viveu nesta condição durante seus últimos dezoitos
anos, ou seja, não foi executada repentinamente e nem tratada da forma que uma
assassina e adúltera era tratada na época. E isso a despeito da posição pessoal
de Isabel, que preferiria recebê-la em sua corte não obstante tudo o que fez,
mas era pressionada pelo Parlamento a proceder de acordo com a lei.
Maria poderia ter tido
uma sorte melhor se não fosse a intromissão da Igreja e do papa, que decidiram
se aproveitar dessa situação para tentar dar um golpe de Estado que
colocasse no poder a prisioneira católica no lugar da rainha protestante. E
isso pouco depois de ter condenado publicamente as ações da rainha escocesa. Como
aponta Maurois, “o papa e a Igreja esqueciam que
Maria foi ré de adultério, talvez de homicídio e, de novo, fundavam nela
grandes esperanças”[71].
Quem também estava por detrás disso era, adivinhe, Filipe II (que surpresa). Grimberg
escreve:
Um
dia, o governo inglês soube que a embaixada da Espanha se mantinha em ligação
com Maria Stuart. Em 1568, Filipe II enviara um novo embaixador a Londres, D.
Guerran de Spes, um ardente católico que pretendia servir-se da sua posição na
Inglaterra para derrubar Isabel. Após ter estudado, durante algum tempo, a
situação política do país, Spes informou Filipe de que não seria difícil
organizar uma revolta contra Isabel e libertar Maria Stuart. Aconselhava o rei
a estabelecer, logo que possível, e com a colaboração da França, um bloqueio
econômico à Inglaterra, cortando a ilha de todo o aprovisionamento de açúcar,
especiarias, azeite e outros produtos de importação. Isto obrigaria os ingleses
a mudar de ideia. Quanto a Maria Stuart, esta teria enviado a seguinte mensagem
a D. Guerran: “Se o rei da Espanha consentir em me ajudar, serei rainha da
Inglaterra em menos de três meses e restabelecerei o culto católico em todo o
país”[72]
Assim começou a
“Revolta do Norte” (1569), cujo fracasso já foi apontado anteriormente, pois
nem os súditos católicos estavam dispostos a pegar em armas para destituir
Isabel. Grimberg diz que “os que a provocaram não
tiveram sorte alguma”[73],
e que “as tropas lealistas esmagaram de tal modo os
rebeldes que os seus chefes tiveram de fugir para lá da fronteira escocesa”[74].
O fiasco da conspiração católica para libertar Maria Stuart e destituir Isabel
acabou piorando e muito as coisas para a primeira. Ela passou a ganhar ainda
mais a desconfiança do Parlamento e da corte, os quais ainda desconheciam o
envolvimento da mesma, embora já suspeitassem.
A opinião popular, que
já não era nada simpática à Maria, começou a reclamar sua cabeça, o que só não
foi levado a efeito porque “Isabel esperava sempre
libertar Maria e restituir-lhe o seu trono”[75].
Tanto era o interesse da rainha em livrar a pele de sua prima – mesmo após a
rebelião – que ela fez a sua defesa perante o Parlamento:
Pronunciou
um longo discurso, que foi infelizmente acolhido de modo muito frio. Pela
primeira vez, desde o início do seu reinado, a nação se recusou a compreender a
rainha. Pelo contrário, via muito bem que era preciso recorrer a tudo para
proteger a vida de Isabel, porque disso dependia a prosperidade do país.[76]
Quanto mais a rainha
insistia para salvar sua prima, mais os católicos conspiravam para assassiná-la
e colocar Maria em seu lugar. Pijoan escreve:
O
papa era partidário de uma ação imediata, mas Filipe II preferia esperar, e
enquanto isso preparava o terreno enviando dinheiro aos católicos ingleses;
estes deviam começar libertando Maria Stuart e coroá-la rainha em lugar de
Isabel. O exército espanhol chegaria em seguida, Maria casaria com Filipe e se
poderia começar uma segunda edição do reinado da Sanguinária. E efetivamente,
uns quantos barões católicos do norte da Inglaterra se rebelaram, e com um
exército de 1.700 homens de cavalaria e 4.000 de infantaria entraram na cidade
de Durham. Começaram ouvindo a missa e queimaram a tradução inglesa da Bíblia e
o famoso Livro de Orações. Mas não conseguiram outro triunfo; poucas semanas
depois, os que não tinham escapado, fugindo, morriam na forca.[77]
Afirma ainda que “em 1571 o programa espanhol, aceito pelo papa, era que o
italiano Ridolfi assassinasse Isabel e que Maria Stuart, saindo de sua prisão,
se casasse com o duque de Norfolk, que era católico”[78].
O papa e o rei espanhol davam a essa conspiração o nome de “empreendimento”, a
respeito do qual Maria Stuart estava perfeitamente bem informada. Grimberg
descreve os acontecimentos seguintes:
Maria
Stuart consagrava uma grande parte do seu tempo à correspondência. Escrevia à
rainha da Inglaterra, a Filipe II, ao rei da França, ao papa e aos seus fieis
partidários espalhados pela Europa. Algumas destas cartas eram lidas e por
vezes censuradas pelo conde de Shrewsbury; outras epístolas nunca lhe caíam nas
mãos e saíam furtivamente do castelo graças ao fiel secretário da rainha. Estas
cartas continham apelos prementes a uma assistência exterior, projetos de
libertação e planos de golpes de Estado destinados a lançar Isabel para fora do
trono. Da sua prisão, Maria teceu um fio de intrigas que se estendeu a quase
toda a Europa. Quando o governo inglês descobriu a coisa, a rainha da Escócia
alegou nada saber. Era mestra na arte de dissimular. Um belo dia de 1582 foi
interceptado, muito perto da fronteira escocesa, um correio do embaixador
espanhol em Londres. O homem conseguiu escapar, mas teve de abandonar a sua
bagagem. Uma busca minuciosa permitiu aos policiais de Walsingham descobrir
várias cartas dissimuladas num espelho. Uma descoberta sensacional! Com efeito,
esta correspondência secreta pôs o governo inglês ao corrente do “empreendimento”.
Walsingham decidiu estabelecer um inquérito sobre todos os detalhes do assunto,
para esclarecer totalmente a conjura. Lançou os seus agentes ao trabalho, com
instruções muito circunstanciadas, e esperou pelos resultados. Durante algum
tempo nada sucedeu. Depois, um dia, um dos espiões seguiu a pista duma
correspondência secreta entre Maria Stuart e o embaixador da França. Fizeram-se
imediatamente cópias das cartas apreendidas, mas elas pareciam não ter qualquer
relação com o “empreendimento”. Um novo relatório chegou a Londres um pouco
mais tarde, revelando que um jovem, Francis Throckmorton, fazia regularmente
visitas noturnas ao embaixador. Era uma pista a seguir. Throckmorton foi preso
após uma perseguição de seis meses. Era bem ele quem se procurava. Sob a
tortura, o jovem confessou fazer parte duma conjura que visava destronar Isabel
e libertar Maria Stuart. Walsingham conseguiu arrancar-lhe outras confissões: o
embaixador da Espanha desempenhava um papel importante nesta conspiração, que
tinha as suas raízes não só na Inglaterra, mas também no continente.[79]
Os ingleses já estavam
agora a par do “empreendimento”, mas ainda faltava a prova cabal de que Maria
estava conscientemente envolvida na conspiração, pois Isabel jamais consentiria
em condená-la por traição apenas por fortes suspeitas. Isso foi conseguido quatro
anos mais tarde:
No
ano 1586 os conspiradores de Isabel conseguiram a cumplicidade de Maria Stuart;
esta, desde seu cativeiro, assinou uma abdicação de seus direitos às coroas da
Inglaterra e Escócia em favor de Filipe II. Como se cria que era indispensável
o assassinato preliminar de Isabel, se consultou a Maria, e a pobre cativa
aprovou o plano, acrescentando alguns detalhes que podiam, segundo ela,
assegurar o êxito. A nota de sua mão acabava com este parágrafo: “Prepare-se
tudo assim, e quando seja a hora, comecem seu trabalho os seis cavaleiros”. Os
seis cavaleiros eram os seis assassinos.[80]
Isso era o bastante, e
agora nem Isabel tinha palavras para defender sua prima, cujo envolvimento na
conspiração para assassiná-la já estava mais do que claro. Cairns diz que “ela então concordou, relutante, com a execução de Maria
em 1587”[81]
– a pena prescrita pela lei de qualquer país da época para o crime de alta
traição.
Em suma, conquanto
afirmem os apologistas católicos que Maria Stuart é uma “mártir” nas mãos de
uma rainha protestante malvadona que a matou por razões religiosas, a verdade
histórica é diametralmente oposta. Maria teria sido morta por seus crimes em
seu próprio país e por seus próprios compatriotas se não tivesse buscado
refúgio em Isabel, que a tratou com privilégios sem limites para alguém naquela
condição e que a defendeu até o último momento, quando finalmente se provou sua
traição e já não havia mais nada a se fazer.
Resta-nos agora
examinar os casos de “execuções de católicos” durante o reinado isabelino, que
ocorreram precisamente em torno dessa conspiração, numa tentativa papal de dar
êxito ao “empreendimento”.
• Isabel e os jesuítas
Além do caso mais
famoso de Maria Stuart, Isabel é acusada de matar por intolerância religiosa
“centenas de católicos” ao longo dos seus 45 anos de reinado. De fato, foi
executada uma quantidade irrisória de católicos, equivalente a quatro a cada
ano de reinado, mas nenhum deles por “heresia” ou pelo “crime” de expressar
suas opiniões religiosas. Em vez disso, esse número consiste fundamentalmente
de jesuítas enviados para a Inglaterra na específica missão de realizar o
“empreendimento”, onde Isabel terminaria assassinada e destronada, e Maria
Stuart assumiria a coroa em seu lugar.
Tudo começou quando,
em 27 de abril de 1570, o papa Pio V emitiu uma bula chamada Regnans in excelsis, onde excomunga
Isabel. Se isso fosse feito nos dias de hoje, não significaria mais que uma
decisão religiosa unilateral, de teor puramente espiritual e sem nenhuma
relevância maior. Mas no século XVI, quando o papa ainda detinha um poder
temporal enorme e se sobrepunha acima dos imperadores e reis, isso tinha
implicações bem mais sérias. Basicamente, o que o papa fez, acredite se quiser,
foi destituir Isabel do seu próprio reino, como se tivesse autoridade para
isso. A bula em questão dizia expressamente:
A
este único homem Cristo estabeleceu como chefe sobre todas as nações e todos os
reinos para arrancar, destruir, dispersar, dispor, plantar e construir (...) Apoiados,
portanto, sobre a autoridade daquele que nos quis colocar (embora incapazes de
tal peso) neste supremo trono de justiça, declaramos a predita Isabel como
herege e protetora de hereges, e declaramos que os que a seguem nas matérias
que mencionamos incorreram na sentença do anátema e que sejam cortados da
unidade do corpo de Cristo. Declaramos,
além disto, que ela está privada de seu pretendido direito sobre o reino
predito, e de todo domínio, dignidade e privilégio, qualquer que seja. E os
nobres, súditos e povos do dito reino, e todos os outros que tomaram um
juramento de qualquer espécie para com ela, declaramos absolvidos para
sempre de tal juramento e de todos os deveres de domínio, fidelidade e
obediência, e pela autoridade da presente nós os absolvemos. E privamos a dita Isabel de seu pretendido
direito sobre o reino e sobre todas as coisas preditas, e obrigamos e
proibimos todos os nobres, etc.,... que não presumam obedecer a ela e a suas
admoestações, mandamentos e leis. Todos os que desobedecerem a nosso mandamento
envolvemos na mesma sentença de anátema.[82]
Pio V não estava apenas excomungando Isabel. Ele estava
literalmente a destituindo de seu próprio reino, e, como se não bastasse,
proibindo sem qualquer escrúpulo que os súditos católicos lhe fossem leais. Seria
inimaginável pensar nos dias de hoje em um papa Francisco destituindo Donald
Trump ou qualquer outro presidente americano do governo dos EUA apenas por ser
protestante, mas foi justamente o que o papa tentou fazer com Isabel. Ele não estava
se intrometendo apenas no aspecto espiritual que lhe dizia respeito, mas sobretudo
na esfera temporal, na qual seu atrevimento era totalmente descabido, presunçoso
e prepotente. Lindberg informa que
o
papa Pio V deixou claro que seu poder se estendia sobre todas as nações e que,
porquanto Isabel era uma escrava do vício, usurpadora do ofício do papa e “calvínista”,
ela estava excluída do corpo de Cristo e todos os súditos estavam desobrigados
de juramentos de lealdade a ela.[83]
Mas se engana quem
pensa que essas palavras eram vãs e sem efeito prático. O papa não iria escrever
tudo isso para depois ficar de braços cruzados esperando que a situação se
resolvesse por si só. Em vez disso, fez valer a bula, lançando mão de todos os
meios possíveis para destronar Isabel, ainda que contra qualquer princípio
moral ou ético. Como Malucelli escreve, “esse ato,
que excluía os súditos da obrigação de fidelidade, representava um grave perigo
para a autoridade e a própria vida do monarca”[84].
Devemos lembrar que
naquela época de monarquia absolutista um governante supremo de um país não era
destituído através de impeachment ou
voto popular. Em vez disso, se o papa queria destituir Isabel, ele teria que
assassiná-la e passar a coroa a outra pessoa. Nenhum rei ou rainha de nenhum
país simplesmente se “aposentava” ou renunciava, muito menos nestas condições. Era
precisamente de um assassinato da rainha que o papa precisava, da mesma forma
que havia conseguido com Coligny, Henrique III e Henrique VI na França, e com
Guilherme de Orange na Holanda. Voluntários católicos fanáticos dispostos a
executar esse trabalho sujo não faltavam: eles eram principalmente os jesuítas,
a “milícia da Igreja” que estava em constante pé de guerra com Isabel durante
quase todo o seu reinado.
Grimberg escreve:
Pio
V excomungara a rainha em 1570. Este papa, defensor do programa da
Contrarreforma e ardente adepto dos severos ideais ascéticos, proclamou que
todas as potências católicas deviam se unir contra a Inglaterra isabelina e
enviar tropas para a submeter. As coisas não evoluíram segundo os seus desejos.
Em primeiro lugar, as potências católicas estavam muito menos preparadas para
lutar do que o papa supusera. Em seguida, os católicos ingleses causaram uma
desilusão ao Santo Padre, tanto pelo que respeita ao seu número como à sua
influência. Após as declarações pontifícias, toda a nação inglesa se uniu numa
frente comum contra Roma. A rainha Isabel assegurou ao mundo que “jamais os
navios de São Pedro entrarão nos meus portos”. Palavras adequadas para
agradarem aos seus súditos e para fortalecerem a sua resistência. A Igreja
Católica nem mesmo assim abandonou a luta. Uma vez que uma guerra aberta contra
a Inglaterra se revelava impossível, a Igreja lançou-se na luta clandestina.[85]
Dickens é mais preciso
ao afirmar sobre quais eram esses “soldados” da Igreja envolvidos nessa «luta
clandestina»:
Estes
padres – e os jesuítas que vão segui-los – são enviados por autoridades que
procuram derrubar um governo que conquistara a lealdade da maioria dos
ingleses. Um ou outro acham a atividade missionária menos exaltante do que
conspirar com leigos para assassinar a rainha, e os que os dirigem, do
continente, participam em negociações destinadas à organização de uma invasão
estrangeira, que mergulhe o país no abismo em que soçobrara a França.[86]
Para entender melhor o
caráter pérfido desses jesuítas infiltrados na Inglaterra para conspirar contra
a rainha a fim de cumprir os decretos papais, devemos voltar por um momento às
suas raízes, quando Inácio de Loyola, um ex-soldado cuja carreira militar
acabou precocemente após um ferimento na perna, criou a “Companhia de Jesus”,
em 1534. Inácio pregava uma espécie de fideísmo radical (submissão
incondicional e cega ao papa), que os papas não tardaram em usá-la em seu
proveito. Como Curtis sublinha, “seus princípios
incluíam obediência absoluta, inquestionável e quase militar ao papa”[87].
Baker complementa que “esta obediência cega
demandava renunciar à consciência individual”[88].
Para ter uma ideia do
nível que a coisa chegava, a célebre 13ª “regra para se pensar com a Igreja” de
seus famosos Exercícios Espirituais
dizia:
Para
não nos desviarmos da verdade, devemos sempre estar dispostos a crer que o que o
branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da Igreja o tiver determinado.[89]
Essa era a
predisposição cega que os jesuítas tinham para lutar com a Igreja contra
literalmente tudo – inclusive para passar por cima de princípios morais sem
nenhuma hesitação. Os jesuítas eram adeptos do probabilismo, que consistia
basicamente na justificação de qualquer procedimento quando se encontra uma
autoridade em seu favor, e do intencionalismo, que justifica qualquer ação se a
intenção é boa[90].
Eram ainda adeptos das “reservas mentais”. Não tinham que dizer necessariamente
toda a verdade, ainda que sob juramento[91]. Mousnier nos passa
alguns exemplos de como funcionava essa ética jesuíta:
Podemos,
portanto, fugir ao pecado por diferentes meios, como a restrição mental: se uma
mulher adúltera foi absolvida no confessionário e se o marido lhe perguntar se
ela o enganou, pode responder que não cometeu adultério, acrescentando, de si
para si, “adultério que seja obrigada a confessar” (...) Quando um nobre acha
que, embora Deus tenha dito “não matarás”, pode bater-se em duelo, não para se
vingar, mas para defender sua honra; como o probabilismo: uma maneira de agir é
permitida quando é verossímil que seja aceite pela opinião de um autor
respeitado.[92]
A conclusão que estes
sofismas levavam era uma só, que Maquiavel já conhecia bem: “O fim justifica os meios”[93].
Para os jesuítas, “se o resultado é para a maior
glória de Deus, então qualquer meio usado para alcançá-lo é permitido”[94].
A mais espantosa ética jesuíta relacionada a esses princípios é a que chamavam
de «assassinato dos tiranos». Baker afirma que “há
evidência de que este princípio era aceitável no primeiro período da história
da sociedade e, de fato, está implícito nas outras normas morais”[95].
Oliveira também disserta a respeito:
Termos
que têm a ver com a ética jesuíta são: probabilismo e intencionalismo. Através
do probabilismo, qualquer atitude é aceita se existir algum escrito de Pais da
Igreja que a justifique. Pelo intencionalismo, os fins justificam os meios, ou
seja, se a intenção é boa, não importam as formas, contanto que o objetivo seja
alcançar a glória de Deus. Atribui-se aos jesuítas as práticas de assassinato
dos tiranos e renúncia da consciência individual.[96]
A tão aclamada
“Companhia de Jesus” conseguiu assim criar um “verdadeiro
exército de propagandistas”[97]
a serviço do papa, com a finalidade de “obter a
adesão das classes superiores à luta contra as heresias”[98],
e os meios utilizados para a supressão da “heresia” e dos “hereges” era o que
menos importava. Não à toa, por detrás de cada assassinato de um líder
protestante no continente, havia sempre um jesuíta na história.
Veit Valentin não
poupa palavras quando diz que a Companhia realizava “uma
racionalização de toda a ética, perigosa não só pelos processos como pela
degeneração que podem facilmente produzir-se. O próprio Loyola declarava
explicitamente que para combater o demônio podia-se recorrer a todos os meios
de que este se servia para perder as almas”[99].
Roberts complementa que “mais do que qualquer outro
grupo clerical, eles personificavam o espírito combativo e obstinado da
Contrarreforma, o que combinava com o temperamento heroico de Loyola, pois ele
fora soldado e parece ter sempre visto a sua Companhia em termos muito
militares; às vezes os jesuítas são citados como a milícia da Igreja. Os
jesuítas fizeram parte de um novo conjunto de armas do papado, junto com a
Inquisição”[100].
Nichols também
escreve:
Os
jesuítas dedicaram-se a inspirar nos governantes católicos devoção à Igreja e
ódio ao protestantismo. Como resultado dessa política, levantaram-se tremendas
perseguições aos protestantes em vários países. A pressão jesuítica era
constante e poderosa no ânimo dos governos. Dentro de poucos anos, os jesuítas
tornaram-se dominadores da Igreja Católica Romana. O espírito deles era o da
Contrarreforma e o seu ideal era esmagar os dissidentes.[101]
Lindsay, na mesma
linha, comenta:
A
política da corte romana, e especialmente as declaradas intenções e desígnios
dos jesuítas forçaram Isabel, depois de ter reinado quase doze anos, a
mostrar-se mais decidida a defender a fé protestante, tanto na Inglaterra como
fora dela. Os jesuítas tinham insistido repetidas vezes em que não se devia
guardar fidelidade aos chefes de estado protestantes; alguns dos seus
emissários tinham pregado o assassinato como meio lícito de desembaraçar os
países dos seus soberanos protestantes, e não faltavam exemplos que advertissem
Isabel da sorte que a esperava.[102]
Até o famoso
historiador católico conservador Paul Johnson reconhece:
Acima
de tudo, os jesuítas eram amplamente identificados com a atitude de que o
código moral poderia ser suspenso, de algum modo, quando os interesses
católicos se encontrassem ameaçados. Os jesuítas não somente defendiam a guerra
como um instrumento legítimo contra a heresia como eram favoráveis ao
assassinato seletivo dos protestantes – sobretudo se ocupassem posições
importantes. Era uma extensão de suas técnicas pedagógicas: se um governante
não podia ser convertido, que fosse assassinado. Assim, em 1599, Juan Mariani,
aconselhando Filipe III a respeito da questão da monarquia, escreveu sobre os
soberanos protestantes: “É algo glorioso exterminar toda essa raça pestilenta e
perniciosa da comunidade dos homens. Também os membros são cortados fora quando
corruptos, a fim de não infectarem o restante do corpo; da mesma forma, essa
crueldade bestial sob forma humana tem de ser apartada do Estado e cortada com
a espada”.[103]
Com sua moral
relaxada, relativista e baixa, os jesuítas conseguiram “grandes
êxitos junto aos príncipes, aos senhores e aos burgueses, graças à sua
habilidade de confessores”[104].
Lindberg também atesta que “a influência política
dos jesuítas aumentou à medida que membros da ordem ganharam acesso às cortes
da Europa como confessores de pessoas influentes. Dessa maneira, eles induziram
eficazmente governantes políticos a suprimir o protestantismo”[105].
Os jesuítas haviam se
tornado tão traiçoeiros, ardilosos, pérfidos e desleais que não respeitavam
sequer a autonomia dos governantes católicos, razão pela qual foram expulsos de
quase todos os países europeus e no resto do mundo todo. Pirenne diz que a
Companhia “em nenhuma parte se fez instrumento dos
governos nacionais senão que esforçou-se, em toda parte, em submeter o Estado à
influência de Roma”[106].
Por essa razão foram expulsos até dos países mais fortemente católicos como
França[107],
Espanha[108],
Itália[109]
e Portugal[110],
onde foram acusados de conspiração[111]. Em função de sua moral
pervertida e perversa, eles foram combatidos pelos próprios clérigos católicos:
Durante
a última parte do século XVII e durante o XVIII, os jesuítas experimentaram
forte oposição por parte dos mais hábeis e melhores homens da Igreja Romana na
França. Estes homens energicamente protestavam contra as ideias falsas, dolosas
e oportunistas a respeito da moral e de certos princípios, ideias realmente
perigosas que os jesuítas espalhavam através do confessionário.[112]
Riberdi diz que “nada, exceto seus excessos, lhes freava a penetração”[113],
e que sua ação “retardou a pacificação da Alemanha”[114]. Na Bélgica católica, os
jesuítas que quiseram se instalar tiveram que encarar um protesto formal da
Universidade Católica de Lovaina (1556)[115]. Na Suécia, Gustavo Vasa
“repeliu suas manobras para arrebatar-lhe a Suécia,
uni-la à Polônia católica e entregá-la à Igreja Romana”[116].
Suas artimanhas e manobras políticas chegaram tão longe a ponto de conseguirem
o feito extraordinário de serem expulsos até do Japão, no outro lado do mundo[117]. Tentaram ainda sem
sucesso ligar a Igreja russa à Santa Sé[118] – e foram expulsos dali
também[119].
A Enciclopédia
Britânica oferece uma lista de lugares em que os jesuítas foram expulsos como “perturbadores da ordem pública”[120],
entre eles: França (1594, 1765, 1830 e 1880), Antuérpia (1578), Holanda (1592 e
1816), Veneza (1606), Boêmia (1616), Morávia (1610), Malta (1643), Rússia
(1723, 1813 e 1820), Portugal (1759), Espanha (1767, 1820 e 1835), Sicília e
Nápoles (1767), Parma (1786) e Suíça (1847 e 1848)[121]. Pirenne resume o quadro
simplesmente dizendo que “os jesuítas, que
representam a tese romana autoritária da Contrarreforma, são expulsos de quase
todos os países”[122].
Após tantos insucessos
e fracassos, o papa Clemente XIV, sob forte pressão política dos próprios
monarcas católicos, se viu forçado a abolir a Ordem, a 21 de julho de 1773[123]. O que mais chama a
atenção é a linguagem voraz expressa pelo papa nesta ocasião. “Nenhum protestante jamais os condenou de forma tão
inequívoca”[124],
aponta Baker. O papa justificou sua medida de encerrar a Companhia de Jesus nos
seguintes termos:
Diante
das intrigas políticas, seu antagonismo para com as outras ordens religiosas, a grande ruína das almas produzidas pelo
seu espírito metediço e perturbador, sua falta de escrúpulo em se conformar com
as práticas pagãs no Oriente, a instigação à revolta e à perseguição em países
católicos. Finalmente, uma vez que os soberanos católicos já os tem
expulsado de seus domínios e muitos bispos e personagens eminentes pedem a sua
extinção, o papa resolve, por amor à paz da Igreja, a suprimi-la, extingui-la,
aboli-la e revogá-la para sempre,
com todos os seus ritos, casas, colégios, escolas e hospitais.[125]
O papa taxativamente disse
que a Ordem dos Jesuítas seria «revogada para sempre», mas como em se tratando
de Vaticano o que menos se exige é coerência, uma geração mais tarde um novo
papa infalível chamado Pio VII revogou a “revogação eterna” do papa infalível
anterior, restaurando a Companhia em 4 de agosto de 1814. Nestes quarenta anos
de intervalo, os jesuítas expulsos de todos os países católicos e condenados
pelo próprio papa tiveram que encontrar refúgio – por ironia do destino –
justamente na terra do “herege” Frederico da Prússia, um luterano, e da
“cismática” Catarina da Rússia, uma católica ortodoxa grega, que representavam
tudo o que mais odiavam.
Nichols escreve:
Os
jesuítas foram mais e mais perdendo a sua popularidade. Foi se desenvolvendo o
sentimento de que essa poderosa organização secreta, embora vivendo na França,
prestava a sua obediência última e definitiva a um governo estrangeiro, sendo,
portanto, perigosa e traiçoeira. Quando Portugal, em 1759, expulsou os
jesuítas, a opinião pública francesa exigiu que se fizesse o mesmo na França, o
que foi conseguido em 1764. Este foi o começo do fim dos jesuítas. Logo após, a
Espanha também os exilava; depois, o reino de Nápoles. Em todos os casos, a
razão da sua expulsão era: os jesuítas eram desleais e perigosos aos governos.
Finalmente o papa Clemente XIV, sob a pressão dos reis de todos esses países,
dissolveu a Ordem em 1773. Por mais estranho que pareça, os jesuítas que, em
seguida a este golpe, resolveram manter secretamente a sua organização, encontraram
refúgio num país protestante, a Prússia; e também na Rússia, onde dominava a
Igreja oriental ou ortodoxa.[126]
Como vemos, o ardil e a
malícia dos jesuítas, suas manobras políticas e conspirações supranacionais
estavam longe de ser uma criação de Isabel ou uma invenção de protestantes
maldosos. Em vez disso, era algo notório pela própria moral jesuíta e perceptível
mundialmente, chegando a escandalizar até os países mais profundamente
católicos do continente. A Ordem já havia cumprido um importante trabalho nos
assassinatos de líderes protestantes ou de católicos moderados em outros
países, mas agora a coisa era diferente: a afronta do papa Pio V era uma declaração
de guerra aberta contra a Inglaterra protestante. Os jesuítas não apenas tinham
permissão, mas a missão de cumprir a
bula e assassinar Isabel para que uma católica ocupasse o trono inglês.
Rowse escreve:
O
papa tentou atacar a Inglaterra de duas formas, a primeira das quais tinha a
ver com um empreendimento militar. Para tal, tentou convencer os príncipes
católicos da Europa a levar a cabo uma cruzada contra o pais herético. Como
estes não estavam dispostos a desafiar o temido poder marítimo inglês, o papa
teve que atacar de outra forma, recorrendo ao trabalho de missionários. Em
1568, um não-conformista inglês, William Allen, tinha fundado um colégio na
França, em Douai, com o intuito de preparar missionários para atuarem
posteriormente na Inglaterra. Outros estabelecimentos foram criados com o mesmo
objetivo, inclusive um em Roma, submetendo os discípulos a um treino bastante
severo que os preparava para situações de tortura e de martírio. Em 1581, mais
de 100 missionários circulavam pela Inglaterra tentando converter o maior
número possível de fieis. O trabalho destes evangelizadores, na sua maioria
jesuítas, foi constantemente perturbado pela influência papal, agora na pessoa
de Gregório XIII, que os incitava à sabotagem política, incluindo o assassinato
da rainha, justificando a sua posição dizendo: “Quem quer que a envie para fora
do mundo com a intenção piedosa de fazer um serviço a Deus não só não peca, mas
ganha mérito” (Carta do secretário do
Papa ao Núncio de Madrid)[127]. Roma ultrapassava assim
a questão religiosa transformando-a numa política, indo além da sua devida
competência, não olhando a meios para atingir os fins.[128]
Cairns também fala
sobre o seminário de William Allen, de onde os jesuítas “treinavam pessoas para trabalhos secretos com seguidores do papa na
Inglaterra”[129],
bem como Lindsay, que após dizer que “as forças
católicas romanas trabalhavam com mais ardor para a ruína da Inglaterra”[130],
menciona o seminário em Douai e o colégio em Roma, “onde
se preparavam padres ingleses que iriam depois para o seu país promover
agitação entre os romanistas”[131].
A afirmação de que o papa e a Igreja autorizaram expressamente o assassinato de
Isabel e o trataram como algo louvável também é atestado por múltiplas fontes. Grimberg,
por exemplo, escreve:
Um
muito alto dignitário da corte pontifícia disse, um dia, a propósito de Isabel:
“Uma vez que esta mulher culpada é a causa da perda, para a fé, de tantos
milhões de almas, não há qualquer dúvida de que aquele que a enviar para fora
deste mundo com a piedosa intenção de servir a Deus, não só não pecará, como
adquirirá méritos”. Esta declaração data de 1580 e exprime magnificamente a
mentalidade do mundo católico nessa época. Numerosos políticos católicos
aceitavam a ideia de mandar assassinar Isabel para colocar Maria Stuart no
trono e restabelecer o catolicismo na Inglaterra. Este projeto tinha o nome de
“empreendimento”. Não têm conta as intrigas estabelecidas para a sua
realização. Maria Stuart, a rainha cativa, estava no centro de todas as
conspirações.[132]
Maurois, por sua vez,
escreve:
Excomungar
a soberana importava desligar os seus súditos católicos da fidelidade, e havia
até quem dissesse que o papa teria de bom grado absolvido o assassino de
Isabel. Em dezembro de 1580 o secretário de Estado pontífico respondeu de
maneira ambígua e suspeita a uma questão formulada em nome de certos jesuítas
ingleses: “Posto que essa mulher delinquente é causa da perda para a fé de
tantos milhões de almas, não há dúvida nenhuma que aquele que a fizer sair
deste mundo com a piedosa intenção de servir a Deus, não somente não pecará de
modo nenhum, mas adquirirá méritos”. A partir de 1570, padres católicos e
leigos foram executados na Inglaterra, não por heresia, mas por alta traição.[133]
É importante ter esses
fatos em mente para compreender a dimensão da obsessão papal pelo extermínio da
Reforma, para cujo empreendimento ele não media custos nem esforços, e muito
menos «reservas mentais». A mentalidade papista do século XVI era um verdadeiro
“vale tudo” para aniquilar qualquer semente da Reforma – fosse assassinando
protestantes individuais pela Inquisição em países como Espanha e Portugal, ou
em massacres sistemáticos como o da Noite de São Bartolomeu, ou em conspirações
políticas como a fracassada tentativa de assassinar Isabel para recatolizar a
Inglaterra à força.
Nunca é tarde lembrar
novamente o levante católico de 1569, liderado pelo duque de Norfolk na
tentativa de levar a cabo o “empreendimento” papal, que só não obteve êxito por
causa da enorme popularidade de Isabel na Inglaterra, com a qual Roma não estava
contando. Quando no ano seguinte o papa excomunga Isabel e a destitui do trono,
“a bula papal uniu o mundo católico no
‘Empreendimento da Inglaterra’ – a derrubada do novo regime protestante”[134].
No mesmo ano da bula, o papa Pio V declarou o reino de Isabel “como alvo para as cruzadas de fé”[135],
e “a Companhia de Jesus providencia soldados
treinados e zelosos, que se infiltram em territórios protestantes e escolas,
com efeitos subversivos”[136],
chegando a se infiltrar nas “hostes luteranas”[137].
Os acontecimentos sucedem
com rapidez. Em 1570, o regente Moray, que era o chefe político da Reforma na
Escócia, foi “escandalosamente assassinado”[138].
Em 1572, Coligny é assassinado na França. Em 1584, Guilherme de Orange é
assassinado na Holanda. Em 1589, Henrique III também é assassinado na França.
Só faltava a cabeça de Isabel, peça mais cobiçada no Vaticano e na Espanha, e
razão pela qual Gregório XIII, Filipe II e o duque de Alba se reúnem com o
florentino Ridolfi numa conferência de 1572, “sobre
a possibilidade de uma insurreição católica romana na Inglaterra”[139].
Isso foi tentado novamente
em 1580, quando os jesuítas iniciaram uma missão sob a liderança de Robert
Persons (1546-1610). Ele “atraiu William Allen para
seus planos, começou uma série de intrigas para provocar uma invasão espanhola
na Inglaterra e um levante nesse país, e a morte ou a deposição de Isabel”[140].
Ele acabou sendo uma das peças-chave no planeamento da “Armada Invencível”, a
fase final do “empreendimento”, a respeito da qual abordarei um tópico adiante.
Em suma, o que é
conhecido por qualquer historiador ou estudioso sério é que Isabel não
perseguiu católico nenhum por convicções religiosas, nem impôs oposição alguma à
liberdade de consciência, coisas tais que a rainha, famosa por sua moderação,
abominava. Tudo o que ela fez foi punir com a pena de morte alguns jesuítas
infiltrados na Inglaterra com a específica missão de conspirar, sublevar o país
através de rebeliões e traições, incitar à sabotagem política e por fim assassiná-la
– e tudo isso para libertar sua prima adúltera e presumivelmente assassina,
colocá-la no poder e impor a volta do catolicismo romano à força, tal como no
regime da Sanguinária.
Por muito menos do que
isso já se punia com a pena capital em qualquer país do mundo, e, por mais
tolerante que Isabel fosse, mesmo para o seu padrão isso ultrapassava todos os
limites. Lindberg corrobora que Isabel “era de
opinião que, contanto que seus súditos observassem publicamente as leis do
país, suas consciências não deveriam ser
examinadas. Quando baniu os jesuítas em 1585, um de seus motivos era
mitigar o ultraje público contra conspirações estrangeiras e, com isso,
minimizar os ataques públicos a católicos ingleses”[141].
Cantú concorda quando diz que “Isabel, não querendo parecer atentar contra a
liberdade de consciência, alegou que os jesuítas, contra os quais ela tinha
instituído uma comissão suprema, intrigavam para sublevar o país, e introduzir
os estrangeiros”[142].
É sumamente importante
observar que durante toda a primeira década do seu reinado (ou seja, o período
anterior à bula do papa Pio V, a revolta do Norte e as conspirações para
assassinar a rainha) não houve qualquer condenação à morte na Inglaterra[143]. Este fato é
extremamente significativo, pois vai ao encontro dos fatos históricos de que
Isabel não era uma rainha religiosamente intolerante com interesse em punir
católicos pelo “crime” de heresia, pois se este fosse o caso ela certamente já
teria feito em larga escala desde quando assumiu o trono. Católicos não
faltavam na Inglaterra, e em bem menos tempo a sua irmã sanguinária assassinou
centenas de protestantes, reavivando as leis contra heresia de seu pai Henrique
VIII.
Maria reinou cinco
anos e matou 300 protestantes por heresia, enquanto Isabel reinou por dez anos
sem condenar ninguém à pena capital, e quando começou a condenar o fez por alta
traição, e não por razões doutrinárias. Os números de Isabel apontam 187
execuções (sendo 123 de “missionários” jesuítas[144]) ao longo de todos os
seus 45 anos de reinado[145], o que equivale a quatro
indivíduos por ano, um número absolutamente irrisório para qualquer rainha que quisesse
matar por doutrina numa Inglaterra que contava com milhões de católicos a quem
poderia ter matado, caso quisesse.
A Inglaterra de Isabel
não tinha leis contra heresia, não tinha tribunais eclesiásticos julgando a fé
das pessoas, não tinha autos-da-fé, não tinha cerimônias públicas de queima de
hereges, não tinha restrições à liberdade de consciência, e ninguém era
obrigado (embora houvesse o incentivo) a ser protestante. O que havia, como em
todo e qualquer lugar, era a pena capital (na forca ou por decapitação) para
quem incorria no crime de alta traição, no qual os jesuítas condenados eram, de
longe, os maiores profissionais.
(...)
Um tratamento
apropriado de todos os seus feitos e êxitos, de sua impecável capacidade
administrativa, sua admirável tolerância religiosa e seu “caso de amor de 45 anos entre a rainha e os ingleses”[146]
só poderia ser feito em um livro à parte, e mesmo assim dificilmente faria jus a
toda a sua grandeza. Graças a ela, em vez de um levante católico na Inglaterra
como planejado por Filipe II e o papa, “católicos e
protestantes permaneceram ombro a ombro, como ingleses, contra a Espanha”[147].
A
paz que durante um reinado de quase meio século ela manteve nos seus domínios,
enquanto as nações vizinhas eram convulsionadas em dissensões internas, tem
servido de prova da sabedoria e do vigor de seu governo (...) Quando ela chegou
ao trono, a Inglaterra se achava ainda na categoria das monarquias secundárias;
antes de sua morte, o país já tinha alcançado o nível das primeiras nações da
Europa.[148]
Sua morte trouxe fim a
“uma das mais belas épocas da história da
Inglaterra”[149],
que consolidou a Reforma em uma nação-chave, contra a qual as portas de Roma
não prevaleceram. O papado não conseguiu destruir a Reforma porque não
conseguiu destruir a Inglaterra. Como escreve Walker, “a
Inglaterra foi a pedra sobre a qual os planos de Filipe de um catolicismo
vitorioso se esfacelaram”[150].
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Paz a todos vocês que estão em Cristo.
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de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 389.
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Vol. III – Edad Moderna. Madrid: Ediciones y Publicaciones Españolas, S.
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história do mundo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001, p. 472.
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lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 98.
[17]
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[18]
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[19]
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[25] CECHINATO,
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Cuatro. Barcelona: Salvat Editores, 1933, p. 215.
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1940, p. 63.
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Cristianismo em Esboço. Recife: STBNB Edições, 1998, p. 195.
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[39]
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de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 356.
[40]
ibid.
[41]
ibid, p. 356-357.
[42]
ibid, p. 357.
[43]
ibid, p. 354.
[44]
MAUROIS, André. História da Inglaterra. Rio
de Janeiro: Pongetti, 1959, p. 212.
[45]
JOHNSON, Paul. História do Cristianismo. Rio
de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 354.
[46]
MARTINEZ, Jesus P. Historia Universal:
Vol. III – Edad Moderna. Madrid: Ediciones y Publicaciones Españolas, S.
A., 1960, p. 40.
[47]
MAUROIS, André. História da Inglaterra. Rio
de Janeiro: Pongetti, 1959, p. 243.
[48]
GRIMBERG, Carl. História Universal 11: As
lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 64.
[49]
PIJOAN, J. Historia del Mundo – Tomo
Cuatro. Barcelona: Salvat Editores, 1933, p. 212.
[50]
GRIMBERG, Carl. História Universal 11: As
lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 93.
[51]
LINDSAY, T. M. A Reforma. Lisboa:
Typ. a vapor de Eduardo Ros, 1912, p. 194.
[52]
GRIMBERG, Carl. História Universal 11: As
lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 93.
[53]
ibid, p. 116.
[54]
ibid, p. 102.
[55]
ibid, p. 67.
[56] Uma rainha
consorte era uma rainha que não reinava de fato, sendo apenas a esposa do rei.
Isso difere de Isabel na Inglaterra e da própria Maria na Escócia, as quais
reinaram de fato. Isso porque na França a lei imperava a lei sálica, que
proibia uma mulher de reinar de fato.
[57]
CAIRNS, Earle Edwin. O Cristianismo
através dos séculos: uma história da igreja cristã. 3ª ed. São Paulo: Vida
Nova, 2008, p. 289.
[58] Ela já era
considerada “rainha da Escócia” desde seu nascimento (1542), mas até então a
Escócia era governada de fato por regentes, enquanto Maria vivia na França.
[59]
GRIMBERG, Carl. História Universal 11: As
lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 76.
[60]
ibid.
[61]
PIJOAN, J. Historia del Mundo – Tomo
Cuatro. Barcelona: Salvat Editores, 1933, p. 217.
[62] Existe a
possibilidade de que Hepburn a tenha sequestrado e estuprado no Castelo de
Dunbar, um mês antes do casamento. Jaime Melville, que estava no castelo, disse
que o conde de Bothwell "tinha arrebatado ela e deitado com ela contra sua
vontade". Outros, porém, consideram essa versão narrada por Melville uma
farsa (FRASER, Antonia. Mary Queen of
Scots. London: Weidenfeld and Nicolson, 1994, p. 314).
[63]
FRASER, Antonia. Mary Queen of Scots.
London: Weidenfeld and Nicolson, 1994, p. 319.
[64]
GRIMBERG, Carl. História Universal 11: As
lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 84.
[65]
WALKER, Williston. História da Igreja
Cristã: Volume II. São Paulo: Associação de Seminários Teológicos
Evangélicos, 1967, p. 101.
[66]
PIJOAN, J. Historia del Mundo – Tomo
Cuatro. Barcelona: Salvat Editores, 1933, p. 217.
[67]
WORMALD, Jenny. Mary, Queen of Scots.
London: George Philip, 1988, p. 165.
[68]
WEIR, Alison. Mary, Queen of Scots and
the Murder of Lord Darnley. London: Random House, 2008, p. 391.
[69]
PIJOAN, J. Historia del Mundo – Tomo
Cuatro. Barcelona: Salvat Editores, 1933, p. 217.
[70]
GRIMBERG, Carl. História Universal 11: As
lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 85.
[71]
MAUROIS, André. História da Inglaterra. Rio
de Janeiro: Pongetti, 1959, p. 230.
[72]
GRIMBERG, Carl. História Universal 11: As
lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 89.
[73]
ibid, p. 91.
[74]
ibid.
[75]
ibid, p. 92.
[76]
ibid.
[77]
PIJOAN, J. Historia del Mundo – Tomo
Cuatro. Barcelona: Salvat Editores, 1933, p. 219-220.
[78]
ibid, p. 220.
[79]
GRIMBERG, Carl. História Universal 11: As
lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 96-98.
[80]
PIJOAN, J. Historia del Mundo – Tomo
Cuatro. Barcelona: Salvat Editores, 1933, p. 221.
[81]
CAIRNS, Earle Edwin. O Cristianismo
através dos séculos: uma história da igreja cristã. 3ª ed. São Paulo: Vida
Nova, 2008, p. 290.
[82]
Bula de Pio V, Regnans in excelsis: B. R.
VII. 810 ss. Citado em: BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo: Aste, 1967, p. 276-277.
[83]
LINDBERG, Carter. Reformas na Europa. São
Leopoldo: Sinodal, 2001, p. 392.
[84]
MALUCELLI, Laura; FO, Jacob; TOMAT, Sergio. O
livro negro do Cristianismo: dois mil anos de crimes em nome de Deus. Rio
de Janeiro: Ediouro, 2007, p. 174.
[85]
GRIMBERG, Carl. História Universal 11: As
lutas empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones
Europa-America, 1940, p. 94.
[86]
DICKENS, A. G. A Contrarreforma. Lisboa:
Editorial Verbo, 1972, p. 143-144.
[87]
CURTIS, A. Kenneth. Os 100 acontecimentos
mais importantes da história do Cristianismo: do incêndio de Roma ao
crescimento da igreja na China. São Paulo: Editora Vida, 2003, p. 120.
[88]
BAKER, Robert A. Compendio de la historia
cristiana. El Paso: Casa Bautista de Publicaciones, 1974, p. 237.
[89]
Exercícios de Santo Inácio de Loiola. Petrópolis:
Vozes, 1959, p. 333.
[90]
BAKER, Robert A. Compendio de la historia
cristiana. El Paso: Casa Bautista de Publicaciones, 1974, p. 237.
[91]
ibid.
[92]
MOUSNIER, Roland. História Geral das
Civilizações: Os Séculos XVI e XVII – Tomo IV, 1º Volume. São Paulo:
Difusão Europeia do Livro, 1960, p. 103.
[93]
BAKER, Robert A. Compendio de la historia
cristiana. El Paso: Casa Bautista de Publicaciones, 1974, p. 237.
[94]
ibid.
[95]
ibid.
[96]
OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de. História do
Cristianismo em Esboço. Recife: STBNB Edições, 1998, p. 217-218.
[97]
RIBARD, André. A Prodigiosa História da
Humanidade – Tomo II. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1964, p. 23.
[98]
ibid.
[99]
VALENTIN, Veit. História Universal – Tomo
II. 6ª ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961, p. 288.
[100] ROBERTS, J.
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[101] NICHOLS,
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[102] LINDSAY, T.
M. A Reforma. Lisboa: Typ. a vapor de
Eduardo Ros, 1912, p. 195.
[103] JOHNSON,
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[104] MOUSNIER,
Roland. História Geral das Civilizações:
Os Séculos XVI e XVII – Tomo IV, 1º Volume. São Paulo: Difusão Europeia do
Livro, 1960, p. 103.
[106] PIRENNE,
Jacques. Historia Universal: las grandes
corrientes de la historia – Volumen III, Desde el Renascimiento hasta la
formación de los grandes estados continentales de Europa. Barcelona:
Ediciones Leo, S. A., 1953, p. 62.
[107] RIBARD,
André. A Prodigiosa História da
Humanidade – Tomo II. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1964, p. 42.
[108] LATOURETTE,
Kenneth Scott. Uma história do
Cristianismo: volume II: 1500 a.D. a 1975 a.D. São Paulo: Hagnos, 2006, p.
1150.
[109] MOUSNIER,
Roland; LABROUSSE, Ernest. História Geral
das Civilizações, Tomo V: O Século XVIII – O último século do Antigo Regime. 2ª
ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1961, p. 203.
[110] ibid, p. 202.
[111] ibid.
[112] NICHOLS,
Robert Hastings. História da Igreja
Cristã. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1960, p. 194.
[113] RIBARD,
André. A Prodigiosa História da
Humanidade – Tomo II. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1964, p. 43.
[114] ibid.
[115] PIRENNE,
Jacques. Historia Universal: las grandes
corrientes de la historia – Volumen III, Desde el Renascimiento hasta la
formación de los grandes estados continentales de Europa. Barcelona:
Ediciones Leo, S. A., 1953, p. 79.
[116] RIBARD,
André. A Prodigiosa História da
Humanidade – Tomo II. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1964, p. 46.
[117] ibid, p. 43.
[118] ibid, p. 46.
[119] MELO, Saulo
de. História da igreja e evangelismo
brasileiro. Maringá: Orvalho, 2011, p. 161.
[120] ibid.
[121] Citado em:
MELO, Saulo de. História da igreja e
evangelismo brasileiro. Maringá: Orvalho, 2011, p.
161.
[122] PIRENNE,
Jacques. Historia Universal: las grandes
corrientes de la historia – Volumen IV, El siglo XVIII liberal y capitalista. Barcelona:
Ediciones Leo, S. A., 1954, p. 217.
[123] MOUSNIER,
Roland; LABROUSSE, Ernest. História Geral
das Civilizações, Tomo V: O Século XVIII – O último século do Antigo Regime. 2ª
ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1961, p. 93.
[124] BAKER, Robert
A. Compendio de la historia cristiana. El
Paso: Casa Bautista de Publicaciones, 1974, p. 266.
[125] PEREIRA,
Eduardo Carlos. O problema religioso da
América Latina. São Paulo: Empresa Editora Brasileira, 1920, p. 334.
[126] NICHOLS,
Robert Hastings. História da Igreja
Cristã. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1960, p. 194-195.
[127] Citado em:
MOORMER, John R. H. A History of the
Church in England. London: Adam and Charles Black, 1967, p. 206.
[128] ROWSE, A. L. The English Spirit. London: S/editor,
1944, p. 201.
[129] CAIRNS, Earle
Edwin. O Cristianismo através dos
séculos: uma história da igreja cristã. 3ª ed. São Paulo: Vida Nova, 2008,
p. 301.
[130] LINDSAY, T.
M. A Reforma. Lisboa: Typ. a vapor de
Eduardo Ros, 1912, p. 197.
[131] ibid.
[132] GRIMBERG,
Carl. História Universal 11: As lutas
empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones Europa-America,
1940, p. 96.
[133] MAUROIS,
André. História da Inglaterra. Rio de
Janeiro: Pongetti, 1959, p. 216.
[134] McGRATH,
Alister E. Revolução Protestante. Brasília:
Palavra, 2012, p. 123.
[135] OLIVEIRA,
Zaqueu Moreira de. História do
Cristianismo em Esboço. Recife: STBNB Edições, 1998, p. 195.
[136] ibid, p. 224.
[137] MAIOR,
Armando Souto. História Geral. 5ª ed.
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967, p.
355.
[138] LINDSAY, T.
M. A Reforma. Lisboa: Typ. a vapor de
Eduardo Ros, 1912, p. 196.
[139] ibid.
[140] WALKER,
Williston. História da Igreja Cristã:
Volume II. São Paulo: Associação de Seminários Teológicos Evangélicos, 1967,
p. 117.
[141] LINDBERG,
Carter. Reformas na Europa. São
Leopoldo: Sinodal, 2001, p. 393.
[142] CANTÚ,
Cesare. História Universal – Vigésimo
Segundo Volume. São Paulo: Editora das Américas, 1954, p. 137.
[143] MAUROIS,
André. História da Inglaterra. Rio de
Janeiro: Pongetti, 1959, p. 215.
[144] DICKENS, A.
G. A Contrarreforma. Lisboa:
Editorial Verbo, 1972, p. 144.
[145] MALUCELLI,
Laura; FO, Jacob; TOMAT, Sergio. O livro
negro do Cristianismo: dois mil anos de crimes em nome de Deus. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2007, p. 174.
[146] LINDBERG,
Carter. Reformas na Europa. São
Leopoldo: Sinodal, 2001, p. 386.
[147] WALKER,
Williston. História da Igreja Cristã:
Volume II. São Paulo: Associação de Seminários Teológicos Evangélicos,
1967, p. 119.
[148] CARVALHO,
Delgado de. História Geral – Vol. 3:
Idade Moderna. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, 1974, p. 325.
[149] GRIMBERG,
Carl. História Universal 11: As lutas
empreendidas nos séculos XVI-XVII. Estocolmo: Publicaciones Europa-America,
1940, p. 118.
[150] WALKER,
Williston. História da Igreja Cristã:
Volume II. São Paulo: Associação de Seminários Teológicos Evangélicos,
1967, p. 118.
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86 comentários:
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Bom dia Lucas
ResponderExcluirVocê poderia fazer uma breve análise desse artigo?
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69091998000300006
Olá, não pude ler tudo, mas destaco essa parte que parece ser o cerne do artigo:
Excluir"Esta outra realidade, para Schwartzman, é possibilitada pelo aspecto peculiar do desenvolvimento de São Paulo. Para o autor, a diferença de nosso desenvolvimento histórico por comparação com o americano é que nos EUA o elemento tradicional (o Sul daquele país) foi dominado pelo elemento mais moderno e empreendedor (o Nordeste americano). No Brasil, para nossa infelicidade, teria acontecido o fato inverso: o Brasil tradicional, representado basicamente pelos eixos Nordeste, Minas e Rio de Janeiro, além do Rio Grande do Sul, teria sistematicamente vencido a influência mais moderna e empreendedora de São Paulo. Entre nós, ao contrário dos EUA, a tradição venceu a modernidade"
A tese é interessante, mas o problema é que os dados mostram que os EUA já eram muito mais desenvolvidos que o Brasil desde muito antes disso. Você pode comparar os números nas tabelas divulgadas neste artigo:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/04/o-brasil-era-mais-rico-e-desenvolvido.html
Valeu Lucas
ExcluirPosso fazer outras duas perguntas?
A Igreja Católica Romana se enquadra na definição de seita?
Em qual Igreja você congrega?
Abraços
"A Igreja Católica Romana se enquadra na definição de seita?"
ExcluirCom certeza sim.
"Em qual Igreja você congrega?"
Atualmente estou congregando na comunidade Vineyard da minha cidade.
Abs!
Banzoli, e se os imperadores romanos não tivessem colocado o cristianismo como a religião oficial do império, o que teria acontecido? Como seria a situação religiosa dos nossos dias? Você já parou pra pensar nisso? Como seria hoje se Constantino não tivesse colocado o cristianismo como religião oficial nos seus dias?
ResponderExcluirÉ uma pergunta muito difícil. Pessoalmente eu apostaria que haveriam bem menos cristãos (em se tratando de cristãos nominais), mas o Cristianismo vivenciado por essa minoria seria bem mais puro que o atual.
ExcluirLucas analise a seguinte frase: ''Todos os defensores da perda da salvação acreditam na justificação pelas obras''.
ResponderExcluirO que acha? é verdade?
Não sei de que modo alguém poderia chegar a essa conclusão sem esbofetear alguns espantalhos no meio do caminho.
Excluirnão entendi? quem disse isso foi o pastor granconato em sue facebook. Os arminianos creem que para eles continuarem salvos eles tem que ter fé mas tb tem que permanecer no bom caminho fazendo obras boas. caso eles caiam em adulterio, mentira, homossexualidade eles perdem a salvação, ou seja, a salvação é perdida por obras ruins que eles fazem. O calvinismo diz que Deus é que mantem a salvação da pessoa e o homem não pode perder algo que não é dele.
ExcluirQuem disse isso foi o pastor Marcos Granconato.
ExcluirGranconato adora atacar um espantalho quando é para atacar o arminianismo. A maior parte do que ele diz, inclusive essa asneira do arminianismo ensinar salvação pelas obras através da perda da salvação, não condiz com a crença arminiana. É puro sofisma para enganar seguidores calvinistas leigos que o seguem, assim como faziam na época em que acusavam o arminianismo de ser pelagiano.
ExcluirMas na cabeça de gente vigarista como padre Paulo Ricardo, a rainha Elizabeth matou os católicos apenas por serem católicos, enquanto a sua meia irmã Maria impôs uma perseguição legítima aos protestantes:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/2MVGlBShKIU
Padre Paulo Ricardo é um safado sem nenhum escrúpulo. Desculpe o uso do termo, mas não tenho definição mais precisa.
ExcluirEsse padre raivoso aí possui desafetos até dentro do clero católico. Sua apologética consiste em Fake News e estórias católicas.
ExcluirVocê acredita na salvação dentro da igreja católica?
ResponderExcluirAcredito na salvação apesar da Igreja Católica.
ExcluirFala Lucas tudo bem, cara hj eu tenho uma pergunta que n tem nada a ver com o assunto. O assunto é o seguinte, eu to fazendo o último ano do ensino médio, mas tenho uma certa dificuldade em matemática, qual seria sua dica para me ajudar nos estudos?
ResponderExcluirÉ complicado responder essa pergunta porque matemática sempre foi a minha maior dificuldade na escola (não à toa eu sou de humanas). Eu me lembro que quando estava no segundo ano do ensino médio eu estudei para as provas mais importantes com um aluno cdf que morava aqui perto de casa (uma rua abaixo), fazíamos muitos exercícios juntos e eu tirava as dúvidas com ele, acho que foi fundamental para ter conseguido passar nesse pesadelo de matéria. Então se você tiver algum amigo que seja bom em matemática, seria uma boa ideia combinarem de estudar juntos um dia desses até ficar craque na matéria que vai cair na prova, principalmente fazendo exercícios até gravar tudo.
ExcluirAcesse o site do Khan Academy, é muito bom. É gratuito
ExcluirTem tbm alguns professores que oferecem cursos na internet, como o Procópio e o Ferreto. O meu preferido é o ferreto que foca bastante em questões. É pago, mas vc encontra algumas aulas gratuitas na internet.
Valeu Lucas pela dica, eu também sou de humanas rsrsrsrsrs. Uma grande dificuldade minha é que eu me distraio facilmente e isso complica também, mas eu já estou tentando ajeitar isso.
ExcluirMudando de assunto, eu gostaria de saber se vc poderia me enviar alguns artigos falando sobre terra jovem e refutações ao darwinismo.
Recomendo-lhe estes sites:
Excluirhttps://darwinismo.wordpress.com/2011/07/19/evidencias-para-uma-terra-jovem/
http://pontodevistacristao.weebly.com/as-10-melhores-evidecircncias-da-ciecircncia-que-confirmam-uma-terra-jovem.html
http://designinteligente.blogspot.com.br/
https://www.allaboutcreation.org/portuguese/escala-de-tempo-geologico.htm
https://www.allaboutcreation.org/portuguese/catastrofismo.htm
https://www.allaboutcreation.org/portuguese/o-diluvio.htm
https://www.allaboutcreation.org/portuguese/o-diluvio-2.htm
https://apologiacrista.com/provas-do-diluvio-global-e-da-terra-jovem
https://apologiacrista.com/330-perguntas-aos-evolucionistas
http://www.digitais.criacionismo.com.br/
http://www.criacionismo.com.br/
Olá Lucas. Achei surpreendente um preletor adventista, analisando Eclesiastes 2. 3-16, afirmar que Salomão, provavelmente tenha tido relação homossexual, citando escritos de Ellen Gould White. Qual a sua opinião?
ResponderExcluirNão há nada nesses versos que indique isso.
ExcluirLucas, você concorda que a Bíblia é a favor da pena capital, como entendem alguns? Eles alegam que no Decálogo está escrito originalmente "não cometerás homicídio". Matar por motivos válidos não é pecado.
ResponderExcluirSobre a pena capital na lei de Moisés, escrevi aqui:
Excluirhttp://ateismorefutado.blogspot.com.br/2015/04/a-pena-de-morte-na-lei-do-antigo.html
Sobre a pena de morte nos dias de hoje, eu sou mais a favor da prisão perpétua por crer que faz mais jus ao crime hediondo cometido do que a morte logo de cara, mas classifico a prisão perpétua como um tipo de pena de morte, embora prolongada.
Lucas, na idade média existia pagamento de tributos à igreja? Você concorda que essa tributação contribuiu para um ambiente de insatisfação?
ResponderExcluirExistia e de fato gerou muita insatisfação, inclusive isso foi abordado neste artigo:
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2018/02/o-protestantismo-e-o-culpado-pela.html
Lucas, o que você acha do conde de loppeux?
ResponderExcluirhttp://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2016/03/por-que-eu-nao-respondo-ao-conde.html
ExcluirLucas, outra pergunta nada a ver, mas queria saber sua opinião sobre esse tal de aquecimento Global? Eu particularmente acho isso uma bobagem inventada pelo IPCC (um órgão da ONU que é globalista).
ResponderExcluirTambém gostaria que vc analisasse esse vídeo que fala que é uma farsa:
Link do vídeo: https://youtu.be/wAR_hJdQuwk
Muito bom o vídeo dele, de fato essa teoria do aquecimento global por influência humana é muito mais politicagem do que ciência. Há um tempo atrás vi muito vídeo sobre o assunto defendendo os dois lados e fica claro como o aquecimento global não pode ser provado.
ExcluirVeja esse video onde um calvinista reformado vai refutar um dos ultimos videos do Yago Martins e fala tb desse tal Vincet
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=2o96ErXTAa4
Embora sob uma perspectiva arminiana os dois estejam errados, nessa discussão específica o cara desse vídeo está com a razão. O calvinismo do Yago é um calvinismo inconsistente, que não segue as consequências lógicas do próprio sistema. Se Deus determina tudo, então ele determina o mal. Se ele determina o mal, então o mal é uma criação de Deus, o seu autor. Não existe como fugir dessa lógica a não ser apelando-se ao "mistério".
ExcluirLucas tem como você me passar uma lista dos pais da igreja que acreditavam nos dons, e os que não acreditavam. Certa vez, um pregador disse que a maioria dos pais da igreja eram sessacionistas, e a minoria era continuísta, preciso fazer um estudo de cada um, para montar um artigo a respeito, por isso, preciso de uma abordagem mais completa. "Deus lhe abençoe"
ResponderExcluirSe você quer fazer um estudo sério sobre o tema leia o livro "2000 Anos de Cristianismo Carismático", de Eddie Hyatt. Eu ainda não tenho artigo específico sobre o tema e também não tive tempo de ler esse livro que foi publicado recentemente, mas dizem que é o mais completo da área.
ExcluirAnalise:
ResponderExcluirLink do vídeo: https://youtu.be/YBCf3w3FShU
Link do artigo: https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1998
Não vi o vídeo, preferi ler o artigo, e os argumentos usados ali são bem ruins mesmo. O cara literalmente diz que para Paulo "o estado é divinamente instituído da mesma foram que Satã é divinamente instituído". Então vamos ver como os textos ficariam nesta hipótese:
Excluir"Portanto, é necessário que sejamos submissos A SATANÁS, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência"
"Portanto, aquele que se rebela CONTRA SATANÁS está se opondo ao que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos"
"Todos devem sujeitar-se a SATANÁS, pois não há autoridade que não venha de Deus"
Não preciso nem dizer que essa "interpretação" é uma tese revisionista, tendenciosa e forçada por doentes mentais. É um exemplo clássico de eisegese, em vez da velha e boa exegese. Os caras tem uma visão política claramente incompatível com a Bíblia, então tentam mudar a Bíblia ao invés de mudar de concepção política. É lamentável casos assim, seriam mais honestos se simplesmente admitissem que a Bíblia é contra as suas ideias e pronto, fim de papo. Esse tipo de interpretação forçada só serve a desprestigiar o "movimento" (ainda mais).
O resto do texto em si é um horror. A única parte que se salva é a que diz que em circunstâncias excepcionais não devemos seguir as ordens de um governante (por exemplo, quando Faraó mandou matar as criancinhas), mas isso é por definição EXCEPCIONAL, casos raros e esporádicos que consistem numa afronta explícita e declarada aos princípios cristãos, e nunca contra o Estado em si, como fazem os ancap. A Bíblia NUNCA se posicionou contra o Estado em si, apenas contra atitudes isoladas de um ou outro rei específico.
A parte que incita a sonegar impostos e ainda com a audácia e sem-vergonhice de dizer que Paulo concordaria com isso é criminosa, e um caso sério para se pensar em denúncia.
Olá Lucas Banzoli! Como vai? Eu achei interessante uma pesquisa que amostra que macacos prego aprenderam oque é o dinheiro(moeda, nota, etc.)e usar-lo de um modo parecido com humanos. http://www.anderson.ucla.edu/faculty/keith.chen/papers/Final_JPE06.pdf
ResponderExcluirInteressante o artigo, mas esse é o tipo de coisa que só acredito vendo :)
ExcluirPorque existem pessoas que possuem um relacionamento muito mais real (digamos assim) com Deus do que outras pessoas (que também buscam a Deus)? Por exemplo, existem pessoas que tem o dom da profecia, que escutam a voz do Espírito Santo, etc, enquanto que outras pessoas oram a Deus e é como se Ele não estivesse presente? Eu sei que Deus está presente, mas não sei se deu pra entender, o que questiono é porque Deus se manifesta de forma muito mais real para algumas pessoas e para outras não, sendo que ambas buscam a Ele?
ResponderExcluirDeus trata com cada pessoa de forma diferente, seria bem desagradável se ele tivesse a obrigação de falar com as pessoas sempre do mesmo jeito, no mesmo nível, tempo, intensidade e etc, como se colocasse Deus numa "caixinha". Esse tipo de coisa me faz lembrar este verso de Paulo sobre os dons:
Excluir"Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, CONFORME QUER" (1 Coríntios 12:11)
Além disso é preciso considerar que o fato de alguém ouvir a Deus hoje não significa que irá ouvir amanhã (e vice-versa), que muitos desses casos de pessoas que falam com Deus são inventados por gente que quer se passar de "espiritual" (embora outros eu reconheça como verdadeiros, mas geralmente só com quem é mais consagrado mesmo, e em uma minoria de casos), e que Deus irá julgar cada um de acordo com o conhecimento e revelação que recebeu (ou seja, alguém que tinha tanta profundidade com Deus a ponto de ouvi-lo audivelmente receberá um nível de juízo bem maior do que alguém que não teve esse tipo de relacionamento mesmo buscando). Talvez seja até bom para a maioria das pessoas que não ouçam a Deus audivelmente, senão correriam o risco de pecar e se desviar mesmo assim, e no dia do juízo a coisa seria muito mais feia. Também cabe lembrar que essas pessoas que tem contato mais próximo com Deus também são alvos preferidos do Inimigo, e nem todo mundo tem suporte emocional e espiritual para suportar os ataques, por isso para muitos é melhor mesmo não receber coisa a mais do que ainda é capaz de receber. Devemos lembrar que "com o poder vem a responsabilidade", muitos só gostariam de ouvir Deus por curiosidade ou por ser "uma coisa maneira", mas não tem a menor noção da responsabilidade e do desafio espiritual que isso traz consigo, como se fosse coisa de criança. Então em resumo, eu aconselharia buscar a Deus o máximo que puder, mas estar consciente de que se Ele não está falando com você de uma forma tão direta ainda, ele tem razões para isso e não nos cabe questioná-lo, pois um dia o veremos face a face se continuarmos fieis.
Oi Lucas, entao vc tem um relacionamento com Deus e pode se comunicar com ele. Noutro comentário vc disse que nao se tornaria ateu devido a suas experiências com Deus, poderia nos contar sobre suas experiências? Quem sabe tu podia fazer um post nos contando tua história como cristao (testemunho), o que vc acha?
ExcluirVc acha certo cristãos comerem fast-food? Recentemente, uma pessoa muito próxima a mim foi diagnosticada com uma doença que afeta, normalmente, pessoas que bebem álcool e fumam, só que essa pessoa nunca usou nenhum tipo de droga, mas tinha uma vida muito ruim, era sedentária e só comia besteira como fast-food, coca cola e outros venenos...
ResponderExcluirEm excesso é errado mesmo. Acho que tudo se feito em excesso é errado, incluindo o fast-food. Mas comer de vez em quando, tipo uma vez por semana ou algo assim, não vai matar ninguém (senão já estaria todo mundo morto, afinal).
ExcluirLucas, qual politico que você demonstra algum apoio (qualquer cargo que seja), porque teve uma vez que você falou que votaria no Dória para presidente, não sei se você já mudou de opinião, mas apoiar o PSDB é um pouco ilógico, isso pois o PSDB segue a ideologia social-democrata, que é basicamente a ideologia seguida por todos os governos ou partidos liberais da Europa e América do Norte, a social-democracia é uma ideologia que provem do marxismo, ao invés do comunismo totalitário, os sociais democratas prefeririam uma outra ideologia que com o tempo, fizesse com que o estado social-democrata crescesse e tivesse mais controle dos indivíduos, e que este mesmo estado deveria acabar de maneira progressiva com aquilo que os comunistas sempre odiaram (burguesia, religião, família, etc) até que então, este estado seria o estado totalitário e ai chegaria no comunismo, mais especificamente, o comunismo deveria usar dos métodos capitalistas e ocidentais para acabar com o próprio ocidente e assim acarretar no domínio comunista, claro que a social-democracia atual não chegou nisso, mais a social-democracia, com ecessão do comunismo e islamismo, é o sistema hoje que mais prega valores anti-cristãos e persegue cristãos (não de maneira totalitária, mas sim sempre ofendendo o cristianismo e colocando o cristianismo como algo retrógrado que deve ser esquecido, sem esquecer que toda a mídia ocidental hoje é social-democrata). Você ainda apoia o PSDB ou já mudou de opinião?
ResponderExcluirEu nunca "apoiei o PSDB", da mesma forma que se eu me dissesse a favor de Bolsonaro há alguns anos atrás não significaria um apoio ao PP (partido que ele fez parte por décadas, e que é esquerdista). O fato de apoiar um político x ou y não implica necessariamente em apoiar a ideologia do seu partido ou todos os políticos daquele partido. No caso do Dória, era cogitando uma eleição em que não existissem outros candidatos melhores. E hoje existem candidatos melhores (ex: Amoedo e Flávio Rocha). Também cabe lembrar que na época o discurso do Dória era liberal, mas depois que assumiu a prefeitura tomou algumas medidas anti-liberais, como taxar a Netflix por exemplo, uma medida completamente ridícula feita sob os mesmos pretextos que os socialistas tanto se apoiam. Isso não faz do Dória um socialista, mas faz dele uma decepção, embora de uma forma geral ele tenha feito uma boa prefeitura nesse pouco tempo em que esteve (e o próprio fato de ter pulado fora do barco tão cedo já conta muito contra ele, mostra que não tem palavra e etc, eu já poderia não votar nele só por conta disso).
ExcluirDesculpa esse assunto de novo, porém, ele tem me incomodado muito: Levítico. Estou esse mês lendo todo o livro, embora já tivesse lido algumas partes dele no passado. Estou lendo a parte da "Leis para os sacerdotes", e nessa parte Deus fala para Moisés que se a filha de um sacerdote virasse prostituta ela deveria ser QUEIMADA VIVA. Sério, eu realmente tô surpreendida com esse livro, ele é bastante diferente dos demais livros da Bíblia, e sinceramente, não tô gostando. As vezes me questiono, e para mim bastava Deus mandar a filha do sacerdote pra fora do arraial e deixar ela pagar pelas consequências da própria prostituição, mas determinar que ela fosse queimada viva é a mesma coisa que os inquisitores faziam na época da "santa" Inquisição, só que com personagens diferentes (ex: bruxas, anticatólicos, etc). Eu não apoio sou contra a prostituição, mas uma pena dessa é muito desproporcional, inclusiva para aqueles tempos, a meu ver.
ResponderExcluirSe serve de consolo, segundo os cânones judeus ela na verdade morria estrangulada antes de ter seu corpo queimado. Ou seja, ela não era queimada viva, este conceito não existia entre os judeus, seu sofrimento era bem menor. Vale lembrar que Jesus nunca disse que a lei era perfeita ou ideal, pelo contrário, ele se opôs abertamente a partes da lei (como o "olho por olho e dente por dente", e a questão do divórcio, por exemplo) e disse que foi feita "por causa da dureza dos vossos corações" (Mt 19:8), e não "por causa da vontade de Deus". Ou seja, como o homem era mau, Deus lhe deu uma lei dura e severa compatível ao seu comportamento até que Jesus viesse e revelasse ao mundo o amor de Deus em sua integridade. Mesmo assim eu diria que a lei de Moisés era muito mais piedosa do que as outras leis da época (por exemplo, o Códice de Hamurabi, no mesmo período). Ou seja, representou um avanço para a época, embora nem de longe comparado ao avanço trazido por Jesus no NT. A comparação com a Inquisição não se sustenta primeiro porque o texto não trata de "heresia" mas sim de uma questão moral, segundo porque foi escrito mais de mil anos antes de Cristo (e a Inquisição mais de mil anos depois de Cristo) e terceiro porque, como já disse, ela não era queimada viva (como a Inquisição fazia, e ainda a fogo lento).
ExcluirEntendi. Eu vou parar de ler a bíblia ferreira de almeida pq ele deturpa várias passagens da bíblia. Na ferreira de almeida tá queimada viva, enquanto que NVI tá queimada com fogo (eu olhei aqui). Por essa última tradução, dá pra encaixar a sua interpretação, pq se ela vai ser queimada com fogo pode ser morta antes (com estrangulamento) e depois jogada no fogo morta. Mas pela tradução queimada viva dá a entender que é pra jogar a pessoa viva no fogo pra morrer.
ExcluirA NVI costuma ser a melhor mesmo.
Excluirhttp://www.dc.golgota.org/nvi/nvi.html
Lucas, você conhece um escritor chamado Eduardo de Proença? Editor da Editora Fonte Editorial? Ele escreveu dois livros a respeito do purgatório, um tema que estou estudando para debater com meus amigos católicos.O nome dos livros que ele escreveu é:(Apócrifos e Pseudo-Epígrafos da Bíblia e Coleção cristianismo Primitivo em debate "Apócrifos Comentados" Editora Fonte Editorial.Gostaria de sua opinião a respeito desses livros, se as obras desse autor é confiável, porque a pricípio, me parece livros interessantes, gostaria que você me desse sua opinião. Abraços!
ResponderExcluirMas esse livro não tem nada a ver com purgatório, são apenas uma coletânia de livros apócrifos (99% deles totalmente esdruxulos, pra ser sincero) que você encontra de graça na internet em um monte de site. Abs!
ExcluirO que você acha do Bart D. Ehrman?
ResponderExcluirUm cara bem inteligente e capaz, mas que tira conclusões precipitadas, às vezes mesmo diante de fatos verídicos (por exemplo, concluir que o NT não é confiável só porque não temos os originais em mãos, o que seria impossível e sem paralelo na história antiga).
ExcluirLucas é verdade que se não fosse a igreja católica a religião da América seria o islamismo?
ResponderExcluirIsso não tem nenhuma base.
ExcluirOlá Lucas, quero te parabenizar pelos artigos excelentes! E gostaria de saber se você tem algum pensamento sobre como devia ser a vida no Jardim do Éden, que é uma coisa que eu sempre me pergunto, como devia ser o homem e tudo mais antes da queda? E também queria saber se você tem algum artigo falando sobre o Êxodo, mostrando suas provas históricas, teorias de quem seria o Faraó dessa época e também explicando por quanto tempo os hebreus ficaram no Egito, foram 400 anos?430?200? Pois lembro de ter visto algum verso que dizia que de Abraão até Moisés foram 430 anos, e num outro diz que os hebreus ficaram 400 anos no Egito, e eu não entendi isso, quer dizer que o nascimento de Isaque, Jacó e tudo oque ocorreu com eles foi num período de apenas 30 anos?Isso é meio impossível, eu diria. Achei algumas pessoas que diziam que foram de fato 430 anos de Abraão até Moisés mas que o período de estadia dos hebreus no Egito não foi de 400 anos, e sim por volta de 200, mas não vi nenhuma explicação pra isso e nem para o fato de na Bíblia estar escrito 400 anos e não 200. Obrigado desde já.
ResponderExcluirOlá, antes da Queda era tudo igual hoje excetuando: (1) a mortalidade natural; (2) a corrupção (sujeito a doenças, velhice e etc); (3) o pecado. E Jesus chama a ressurreição para a vida eterna de "a regeneração de todas as coisas" (Mt 19:28), pois será exatamente como voltará a ser na nova terra (ou seja, o padrão do Éden restaurado).
ExcluirSobre as provas do Êxodo, confira aqui:
http://ateismorefutado.blogspot.com.br/2015/01/as-provas-do-exodo.html
Sobre a "contradição" dos 400 anos, o Pipe já explicou isso no site dele:
http://www.dc.golgota.org/contradicoes/genesis/genesis42.html
Abs!
Obrigado, e tenho mais umas perguntas que não saem da cabeça, porque que a pena máxima tinha que ser de morte em Israel? Não seria menos mau que as pessoas que estuprassem por exemplo fossem exiladas pra sempre em vez de mortas?A propósito existia alguma pena de exílio entre os hebreus? E outra questão que sempre me deixou em dúvidas é o fato do sol e da lua só terem serem criados no quarto dia, depois da terra, mas os cientistas dizem que é um fato que o sol veio primeiro que a terra, e não o oposto. E como existia luz antes da sol? Muitos dizem que era a glória do próprio Deus que iluminava mais isso me deixa confuso porque então quer dizer que antes do haja Deus não emitia sua luz ou alguma coisa assim?
ExcluirAh, e esqueci de de perguntar uma coisa, o que são as águas da parte de cima do firmamento?O firmamento é a atmosfera não é?
ExcluirSobre a pena de morte no AT, veja este artigo:
Excluirhttp://ateismorefutado.blogspot.com.br/2015/04/a-pena-de-morte-na-lei-do-antigo.html
Em relação ao exílio não faz muito sentido, primeiro que o estuprador (do exemplo que você citou) continuaria sendo um perigo mesmo exilado, seria como se um cara estuprasse alguém no Brasil e a "punição" fosse mandá-lo para a Argentina onde ele com certeza continuaria estuprando outras pessoas. E naquela época não existia imigração como nos dias de hoje, até haviam estrangeiros nesse ou naquele país mas era coisa muito rara, os povos não costumavam se misturar muito como ocorre hoje, se um país exilasse todos os criminosos nenhum país seria louco de aceitá-los numa boa e na prática isso daria no mesmo que a pena de morte (iriam ficar sem ter onde morar até morrerem de fome ou por outros fatores).
Sobre o sol no quarto dia, há uma explicação científica que o Dr. Adauto Lourenço deu a partir do minuto 25 desta entrevista:
https://www.youtube.com/watch?v=jIWUkWaKXq8
Em relação à idade do sol ser maior que a da terra isso não tem como saber, teriam que fazer testes no sol o que é impossível de ser feito, não tem como fazer no sol os testes que se fazem na terra, e não há como fazer uma comparação sem que os dados de ambos estejam bem definidos, isso é apenas uma pressuposição evolucionista, nada mais.
Sobre as águas acima do firmamento, diz respeito a toda água que existe no espaço sideral (e sim, existe água no espaço, a ciência descobriu que nas galáxias mais distantes encontramos moléculas de água).
Banzoli, parece fazer sentido isso que o Sabino disse. Será que estamos interpretando errado essa passagem de 1 coríntios 11.23-34? Depois faça um artigo sobre essa passagem, fazendo uma exegese:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=ZdL_DKsI3EU
Desde criança eu sempre me perguntei o porque que pessoas não batizadas não pode tomar a ceia. Eu nunca vi isso na Bíblia. Se existe, então eu li e não entendi. E agora, depois dessa explicação do Sabino, eu tô meio confuso.
Ele está certo na maior parte do que diz sobre isso, principalmente no que diz respeito à mistificação da Ceia em rituais enfadonhos presentes em muitas igrejas evangélicas (mas não em todas), fruto de sua herança católica. Discordo em especial da parte sobre as pessoas em pecado participarem da Ceia, algo que Paulo proibiu expressamente (1Co 11:29), embora não com a intenção de fazer o pecador não cear, mas sim na intenção de que ele se arrependesse e participasse da ceia. Isso não se deve à "transubstancialização" como ele diz, não é o símbolo que vai condenar a pessoa, não é o pão ou o vinho em si, mas sim o próprio Cristo, que é representado na ceia. Sobre crianças, solteiros ou não-batizados não poderem participar da ceia, eu confesso que eu quase todas as igrejas que já congreguei não havia esse tipo de regrinha boba e sem fundamento bíblico, mas estou ciente de que em algumas igrejas há esse tipo de restrição (contra as Escrituras).
ExcluirO que você acha do movimento Dunamis? https://www.youtube.com/results?search_query=dunamis
ResponderExcluirNão conheço.
ExcluirLucas é pecado odiar o Felipe Neto? Sendo bem sincero eu sempre detestei aquele cara, além de ser um baita de um mentiroso, fica se metendo em treta e colocando minhoca na cabeça das crianças além de extorquir os próprios fãs pedindo dinheiro sendo que o cara já é rico e ganha milhares de dólares do YouTube todo mês. Além disso ele é um baita de um oportunista, ora ele é de direita ora é de esquerda e ainda ficou e ficava zombando dos cristãos e conservadores, espalhando aquele ateísmo barato à la Esquerda. E o pior de tudo: Falando até mesmo de sexo, homossexualidade e transexualidade em vídeos que muitas crianças ficam dissimulando, olha de todos os youtubers ele é o que eu mais odeio.
ResponderExcluirSe for pra odiar youtubers vamos ter que odiar alguns milhares, gente inútil querendo dar uma de "formador de opinião" é o que não falta, mas o melhor é apenas ignorar, eu não assisto vídeos de Felipe Neto e nem de nenhum outro youtuber detestável.
ExcluirLucas, o catolicismo ainda reconhece o papa como chefe de estado? Toda a mídia que eu vi, o tratam apenas como líder do catolicismo
ResponderExcluirSim, mas hoje o seu poder temporal se limita apenas ao Vaticano (que é o menor estado do mundo, então é virtualmente nulo). Antes os papas tinham os Estados pontíficios onde ele governava diretamente e também tinham influência sobre os reis e imperadores dos outros países (na prática, muitas vezes mandando neles também).
ExcluirHoje, resume se a uma versão religiosa da rainha da Inglaterra. É isso?
ExcluirSim.
ExcluirBoa noite Lucas
ResponderExcluirEstou terminando de ler 'A ética protestante e o Espírito do Capitalismo" e gostaria de saber se cheguei as conclusões corretas, pois o livro me pareceu meio complicado:
1 - A questão da vocação Cristã, de entender que a vocação profissional era um "chamado" de Deus, isso fazia com que as pessoas exercessem sua profissão com excelência, levando logicamente a uma mão de obra mais qualificada, seria mais ou menos isso? (Tem aquele lance também da pessoa não ficar toda hora mudando de profissão)
2 - A questão da ética nos gastos, por exemplo, gastar com coisas realmente importantes, evitar de gastar o seu dinheiro com prazeres da carne e aplicá-lo em coisas úteis para o reino de Deus e a sociedade como um todo (isso seria o espírito do Capitalismo)
3 - Repúdio a preguiça e a dignificação por meio do trabalho (mesmo as pessoas ricas deveriam trabalhar para serem dignas)
Seria mais ou menos por aí ou falei besteira?
Abraços
Basicamente sim, mas eu lhe recomendo o livro "Reformas na Europa", do Carter Lindberg, que explana esses conceitos com uma linguagem mais fácil e moderna da página 137 à página 163, e também da página 429 à página 440. Tem no Google Books:
Excluirhttps://books.google.com.br/books?id=lShtOrSi7lYC&printsec=frontcover&dq=carter+lindberg+reformas+na+europa&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjEw-2DnMjaAhXJkpAKHWOuAt8Q6AEIKDAA#v=onepage&q=carter%20lindberg%20reformas%20na%20europa&f=false
Abs!
Você acredita em alienígenas? Se sim, eles são entidades do mal? Vejo muitas pessoas (cristãs e não) falando da existência deles
ResponderExcluir1- Prof Afonso = https://www.youtube.com/watch?v=rSkIKnbXoaQ
2 - Cantora SIA = https://www.youtube.com/watch?v=A7AgiH4yX3w (a partir de 1:08)
3- Caio Fábio - https://www.youtube.com/watch?v=J0zTqmTIxdI (a partir de 2:15)
4- Ex Jurista do Banco Mundial - https://www.youtube.com/watch?v=gV0IXuH8bC4
Na verdade o que o Afonso disse nesse vídeo não é que alienígenas existem, mas sim que são na verdade demônios que aparecem para as pessoas se passando por aliens. É assim que eu creio, não vejo evidências de vida inteligente fora da terra, pelo contrário.
ExcluirLucas você tem algum artigo sobre o dízimo?
ResponderExcluirhttp://ocristianismoemfoco.blogspot.com.br/2015/08/sobre-o-dizimo-na-nova-alianca.html
ExcluirObrigado.
ExcluirO que é a "Enciclopédia Católica" que as vezes vejo sendo usada como fonte? É oficial da ICAR?
ResponderExcluirÉ uma fonte autorizada, escrita por estudiosos católicos de "alto calibre" (escolhidos a dedo entre eles), com o imprimatur da Igreja (a confirmação de que o livro não contém nenhuma heresia ou falha moral), passou pela revisão de um censor e etc. Não tem o mesmo peso do catecismo, mas é uma fonte importante de pesquisa dentro do catolicismo.
ExcluirEdir Macedo é um herege? Qual a sua opinião sobre ele e a Igreja Universal?
ResponderExcluirNão tem como não considerar um abortista e maior propagandista da teologia da prosperidade como não sendo um herege. Infelizmente a IURD se parece mais com uma empresa disfarçada de igreja do que uma igreja propriamente dita. Fica difícil defender.
ExcluirExcelente artigo, Lucas Banzoli.
ResponderExcluirValeu!
ExcluirAdmito que cansei um pouco pra ler este artigo por completo. rsrs... Mas valeu a pena. :)
ResponderExcluirParabéns, Lucas Banzoli. Pelo trabalho que vem realizando.
Muito grato :)
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