Introdução
Se você acompanha(va) este blog,
deve ter notado a minha ausência nos últimos dois anos, data do meu último
artigo inédito. Desde então, me limitei a postar alguns trechos de livros meus até
meados do ano passado, quando abandonei o blog de vez e só postei o anúncio dos
meus dois últimos livros. O que me leva a voltar a escrever agora são os
artigos de um famoso apologista católico americano chamado Dave Armstrong, que tem
realmente se esforçado em provocar a minha atenção nos últimos meses. Seu
primeiro artigo “Against Lucas Banzoli” data do dia 25 de maio deste ano,
quando ele próprio me notificou. Eu recebi sua mensagem com certo entusiasmo e disse
que responderia ao artigo assim que pudesse.
No alto da minha ingenuidade, eu
pensava que Dave respeitaria as “regras de cordialidade” de um debate escrito:
você escreve uma refutação, espera o oponente contra-argumentar, então objeta
novamente, e assim sucessivamente. Todos os meus debates por escrito com os
mais variados apologistas católicos brasileiros desde 2009 foram assim. Frequentemente
os artigos de ambos os lados demoravam semanas ou até meses para sair, já que
um artigo sério que realmente refute o lado contrário com um mínimo de
profundidade não é tão simples de se fazer e nem todo mundo é um desocupado que
tem muito tempo sobrando.
Mas com Dave as coisas são
diferentes. Para a minha surpresa, poucos dias após seu primeiro artigo e antes
que eu respondesse qualquer coisa, ele escreveu um outro artigo, e depois um
outro, e outro, e mais um, no intervalo de pouquíssimos dias (às vezes até
mesmo mais de um no mesmo dia!), ao mesmo tempo em que me marcava em uns
duzentos posts de facebook, quase que implorando para ser bloqueado. Ao todo,
já são nada a menos que 40 artigos(!) “against Lucas Banzoli”, o que me leva a
pensar que (1) a aposentadoria nos Estados Unidos é realmente muito boa, e (2) seu
objetivo não é “refutar” coisa alguma, mas encher os oponentes de um artigo atrás
do outro com o único propósito de tornar impossível qualquer resposta à altura,
já que eu precisaria de uma vida inteira para responder todos eles.
Talvez você já tenha ouvido
falar de “assédio processual”, que é quando alguém processa múltiplas vezes uma
mesma pessoa com o objetivo de perturbá-la ou tirar o seu dinheiro, forçando-a
a se deslocar o tempo todo e perder todo o tempo em audiências, como muitas
vezes acontece com youtubers famosos que se envolvem em política. Esses processos
são deliberadamente desprovidos de fundamento e quem processa sempre perde a
causa, mas não é um problema, já que seu objetivo nunca foi ganhar a ação, mas deixar
a outra pessoa tão ocupada a ponto de não mais conseguir fazer o seu trabalho
direito, o que é tudo o que eles querem.
Dave usa o mesmo truque, mas travestido
de “apologética”. Seus artigos são todos e sem exceção pobres, superficiais e
deliberadamente fracos, porque seu objetivo não é refutar coisa alguma, mas
extenuar o oponente até ganhar pelo cansaço, aproveitando o seu imenso tempo
livre para escrever tantas “refutações” que seja impossível responder uma a uma
(e então se passar por “irrefutável”). O artigo que eu refutarei aqui é um
exemplo primoroso disso: ele responde ao tópico do meu livro sobre as “almas
debaixo do altar”, que no livro tem 25 páginas, e “refuta” com um texto medíocre
que não chega a somar 6 páginas (incluindo os pedidos de doação ao final). Das
25 páginas do meu livro sobre este tópico, apenas 4 trechos curtos são citados,
dois dos quais não chegam a completar duas linhas. É a típica “refutação” que me
faz desdenhar seriamente da possibilidade de ter sido escrita a sério.
Até então eu havia lido apenas
duas outras “refutações” de Dave, tão pobres e superficiais quanto, e julguei
que nem mesmo era necessária uma resposta, pois só uma pessoa com
grave deficiência cognitiva estaria inclinada a levar tais textos a sério. Os demais
eu francamente nem perdi tempo lendo, já que não é nem de longe uma das minhas
prioridades. Nos últimos doze meses dei aula em 5 escolas diferentes, de 6
matérias diferentes, para 32 turmas diferentes, incluindo todas as séries do 6º
ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Médio (vida de PSS não é fácil). Ainda
mantive ativo o meu
canal do youtube até alguns meses atrás, concluí um livro de 1900 páginas sobre
“A
Lenda da Imortalidade da Alma” e estou no processo de escrita de um novo
livro sobre outro assunto. Não quero parecer desumilde, mas tenho mais coisas
pra fazer do que responder alguém obcecado pela minha pessoa.
Digo “obcecado”, porque vários
outros colegas protestantes já o responderam, e ele ignorou ou fugiu da maior
parte. Apologistas como Pedro Gaião e Francisco Tourinho foram ou bloqueados,
ou insultados, ou tratados com escárnio, ou tiveram seus pedidos de debate
solenemente recusados (a propósito, eu procurei em todo o youtube um único
debate ao vivo de Dave Armstrong contra um único protestante sequer e não encontrei
nenhum, que surpresa). Deve ser por isso que ele mirou seu canhão com todas as
forças na direção de um apologista protestante que ele sabia que fazia anos que
não escrevia artigo nenhum e que já havia se retirado do blog há tempos. Quando
ele percebe que alguém tem disposição e tempo para refutar seus textos toscos, inventa
qualquer desculpa para parar de responder.
A única razão que me leva a
escrever essa resposta não é para ceder à tática de Dave e abandonar minhas
prioridades para passar a dar-lhe atenção total, mas porque um leitor me pediu
para responder este artigo em questão, o que farei em respeito a ele e a outros
leitores que eventualmente tenham interesse na discussão. Deixando claro que o
texto aqui, incluindo as citações dele (em vermelho itálico), será todo em
português, já que o texto dele também é todo em inglês. Eu não me preocupei em
traduzir aqui de forma tecnicamente impecável tudo o que ele escreveu, mas pode
ter certeza que está muito melhor traduzido do que o meu português que ele
traduziu do Google Translate no site dele. Caso você queira ler no original,
basta clicar
aqui que será redirecionado ao artigo no site dele.
O que
Dave argumenta
Diferente do que Dave faz,
selecionando a seu critério 5% do meu texto para depois não conseguir refutar
nem esses 5%, aqui eu farei questão de rebater ponto a ponto de tudo o que ele
disse, então não se surpreenda com a quantidade de textos em vermelho. Ele
começa assim:
Banzoli
argumenta – surpreendentemente – que essas “almas” clamando não estão nem no
céu nesta passagem. Cinco elementos temáticos principais em Apocalipse
trabalham contra essa interpretação. Em primeiro lugar, o próprio Apocalipse
deixa claro que São João, o narrador do Apocalipse e aquele que vê as visões ou
(de uma maneira sobrenatural, transcendente no tempo) eventos reais no céu, está
de fato situado no céu.
O texto que ele alude é o que
diz:
“Depois
dessas coisas olhei, e diante de mim estava uma porta aberta no céu. A voz que
eu tinha ouvido no princípio, falando comigo como trombeta, disse: ‘Suba para
cá, e lhe mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas’. Imediatamente
me vi tomado pelo Espírito, e diante de mim estava um trono no céu e nele
estava assentado alguém” (Apocalipse 4:1-2)
Será que isso significa que de
fato as “almas debaixo do altar” citadas por João estavam no céu? Vejamos: em
primeiro lugar, Dave parte da pressuposição de que, se João estava no céu,
então tudo o que ele viu acontecia no céu. Mas isso é tão estúpido quanto seria
alguém afirmar que porque um profeta está na terra, ele não poderia ter uma
visão do céu (como muitas vezes ocorre no Antigo e no Novo Testamento). Assim
como profetas tais como Isaías e Ezequiel tiveram visões celestiais mesmo
estando na terra, não há nada que impeça João de ter visões de coisas que
acontecem na terra mesmo estando no céu. Parece que na cabeça de Dave, se
alguém está em um lugar, sua visão obrigatoriamente deve estar limitada àquele
lugar.
Se Dave realmente acredita que
tudo o que João viu é do céu só porque “ele estava no céu”, vai ser difícil
explicar o dragão que persegue a mulher grávida no deserto (Ap 12:13), a
não ser que exista um Saara celestial que apenas Dave descobriu. João também
viu criaturas no mar falando e louvando a Deus (Ap 5:13), o que nos faz
pensar se isso se referia a um aquário celestial que Dave encontrou por lá, além
de uma besta que sai da terra para atormentar os habitantes da terra (Ap
13:11-14), o que nos leva a perguntar o que essa maldita besta fazia ali,
quando deveria estar no céu só porque “João estava no céu”. É esse o nível de
argumentação de Armstrong, e daqui em diante a coisa só piora.
Ademais, é preciso destacar
algumas coisas aqui, que passam despercebidas ao olhar de Dave ou são
propositalmente ignoradas. Em primeiro lugar, que o “céu” que João viu em sua
visão não é o céu real, mas um céu repleto de simbolismos que lhe foi
apresentado de forma figurada. Por exemplo, ninguém realmente acredita que
Jesus está no céu na forma de um cordeiro ensanguentado (Ap 5:6, 7:14, 12:11), e
não em uma forma humana. Ou então imagine um fiel católico que morra agora e
cuja alma vá para o céu e se depare com um Cristo que tem uma espada afiada de
dois gumes dentro da boca (Ap 2:16, 12), a qual ele usa para matar pessoas (Ap
19:21, 2:16), além de sete estrelas que cabem dentro de uma única mão (Ap
1:16), olhos pegando fogo (Ap 2:18) e uma “tatuagem” na coxa (Ap 19:16). Provavelmente
ele vai levar um susto e sair correndo, rezando dez Pai Nosso e trinta Ave Maria
durante o caminho.
O que Dave parece não entender é
que mesmo o céu que João viu ou “esteve” não é o céu real, mas um céu
simbólico, algo bastante típico de visões espirituais. É como o lençol que
Pedro viu descer do céu à terra preso pelas quatro pontas contendo “toda espécie de quadrúpedes, bem como de répteis da
terra e aves do céu” (At 10:12), e nem por isso alguém seriamente
acredita que havia um lençol desse tipo no céu que literalmente desceu à terra
e só foi visto por Pedro (talvez Dave acredite, se levar a sério sua “exegese”
do texto do Apocalipse).
A bem da verdade, não é nem
mesmo possível afirmar taxativamente que Apocalipse 4:1-2 se refira a todo o
livro ou apenas àquela perícope (ou seja, se João espiritualmente “subiu” ao
céu naquele momento ou esteve lá até o fim, como Dave pressupõe), mas mesmo que
isso diga respeito a todo o livro, vimos que se refere apenas a visões
simbólicas que ele teve do céu como se estivesse ali, e não a um arrebatamento
literal para o céu real (como o que ocorreu com Paulo em 2ª Coríntios 12:1-4).
Alguém
poderia objetar que ele ainda não havia morrido, então como ele poderia estar
no céu? Isso também foi verdade para São Paulo, mas ele foi levado para o céu
antes de morrer.
Eu não sou esse “alguém”, então
dispenso refutações aqui. É evidente que Deus pode dar uma visão do céu a
alguém ou mesmo arrebatar alguém literalmente (como ocorreu com Enoque, Elias e
possivelmente com Paulo no texto que Dave cita), mas isso não significa que o
céu que João viu tenha sido o céu real tal como ele de fato existe
concretamente, e muito menos que o altar citado em Apocalipse 6:9 esteja no
céu. Então vamos adiante.
São
João também recebeu uma “revelação” (Ap 1:1: é daí que vem o nome deste livro).
O fato de ser uma revelação não
significa que se refira necessariamente a revelações de coisas que estejam
no céu, significa apenas que Deus revelou a João algo que estava oculto,
encoberto aos olhos humanos. Como vimos, Deus revelou a João coisas do céu e da
terra, embora mesmo as coisas celestiais tenham sido apresentadas de maneira
simbólica (e as almas nem sejam uma delas). Achar que o termo “revelação” por
si só já implique que se refira a coisas celestiais é totalmente ridículo,
beira o surreal. Tome como exemplo o seguinte texto:
“No
dia anterior à chegada de Saul, o Senhor havia revelado isto a Samuel: ‘Amanhã,
por volta desta hora, enviarei a você um homem da terra de Benjamim. Unja-o
como líder sobre meu povo Israel; ele libertará o meu povo das mãos dos
filisteus. Atentei para o meu povo, pois seu clamor chegou a mim’” (1º Samuel
9:15-16)
De fato, Deus revelou algo
ao profeta Samuel (naquela época chamado de “vidente”, que significa “aquele
que vê” visões espirituais), mas isso nem de longe se referia a algo que
acontecia ou que aconteceria no céu, mas a eventos terrenos relacionados à
unção de Saul como rei em Israel. Acho que não é preciso me prolongar aqui.
João
repetidamente se refere ao fato de que ele viu e ouviu coisas em sua revelação
da perspectiva de estar no céu.
“Depois
dessas coisas olhei, e diante de mim estava uma porta aberta no céu. A voz que
eu tinha ouvido no princípio, falando comigo como trombeta, disse: ‘Suba para
cá, e lhe mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas’. Imediatamente
me vi tomado pelo Espírito, e diante de mim estava um trono no céu e nele
estava assentado alguém” (Apocalipse 4:1-2)
“Quando
ele abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu por volta de meia hora. Vi os
sete anjos que se acham em pé diante de Deus; a eles foram dadas sete trombetas”
(Apocalipse 8:1-2)
“Ouvi
um som do céu como o de muitas águas e de um forte trovão. Era como o de
harpistas tocando suas harpas. Eles cantavam um cântico novo diante do trono,
dos quatro seres viventes e dos anciãos... Então vi outro anjo, que voava pelo
céu... Outro anjo saiu do santuário do céu...” (Apocalipse 14:2, 3, 6, 17)
“Vi
no céu outro sinal, grande e maravilhoso: sete anjos com as sete últimas pragas...
Depois disso olhei, e vi que se abriu no céu o santuário, o tabernáculo da
aliança. Saíram do santuário os sete anjos com as sete pragas...” (Apocalipse
15:1, 5, 6)
“Depois
disso ouvi no céu algo semelhante à voz de uma grande multidão, que exclamava: ‘Aleluia!
A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus’” (Apocalipse 19:1)
Aqui ele apenas cita uma série
de eventos apocalípticos que ocorrem no céu, o que não prova absolutamente
nada, já que eu poderia citar um outro compilado de textos que explicitamente
se referem a eventos apocalípticos que se passam na terra, como esses:
“Então
os reis da terra, os príncipes, os generais, os ricos, os poderosos —
todos os homens, quer escravos, quer livres, esconderam-se em cavernas e entre
as rochas das montanhas” (Apocalipse 6:15)
“Os
habitantes da terra se alegrarão por causa deles e festejarão, enviando
presentes uns aos outros, pois esses dois profetas haviam atormentado os que
habitam na terra” (Apocalipse 11:10)
“Quando
o dragão viu que havia sido lançado à terra, começou a perseguir a
mulher que dera à luz o menino” (Apocalipse 12:13)
“E
realizava grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu à terra, à
vista dos homens” (Apocalipse 13:13)
“Tu
os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre
a terra” (Apocalipse 5:10)
“Então
vi outra besta que saía da terra, com dois chifres como cordeiro, mas
que falava como dragão” (Apocalipse 13:11)
“Os
reis da terra se prostituíram com ela; à custa do seu luxo excessivo os
negociantes da terra se enriqueceram” (Apocalipse 18:3)
“Quando
os reis da terra, que se prostituíram com ela e participaram do seu
luxo, virem a fumaça do seu incêndio, chorarão e se lamentarão por ela” (Apocalipse
18:9)
“Então
vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira
terra tinham passado; e o mar já não existia” (Apocalipse 21:1)
Eu vou parar por aqui, do
contrário teria que citar praticamente o livro todo, o que tornaria este artigo
entediante. Na verdade, qualquer pessoa com um mínimo de honestidade
intelectual e que tenha alguma vez lido o Apocalipse na vida é capaz de notar
facilmente como a vasta maioria dos eventos ali narrados não se referem a
coisas que acontecem no céu, mas a eventos que se passam na terra. Citar um conjunto
de textos que falam do que acontece no céu como se isso implicasse qualquer
coisa em relação a Apocalipse 6:9 é simplesmente desonestidade intelectual, se
não for um non sequitur dos mais grosseiros que eu já vi.
Em
segundo lugar, um “altar” singular no céu (espelhando “debaixo do altar” em
6:9) é repetidamente referido:
“E
veio outro anjo e pôs-se junto ao altar com um incensário de ouro; e ele
recebeu muito incenso para misturar com as orações de todos os santos sobre o
altar de ouro diante do trono... Então o anjo tomou o incensário, encheu-o com
fogo do altar e o atirou sobre a terra...” (Apocalipse 8:3, 5)
“Então
o sexto anjo tocou a sua trombeta, e ouvi uma voz das quatro pontas do altar de
ouro diante de Deus...” (Apocalipse 9:13)
“Então
me foi dada uma vara de medir como um bastão, e foi-me dito: ‘Levante-se e meça
o templo de Deus e o altar e os que ali adoram’” (Apocalipse 11:1)
“Então outro anjo saiu do altar...” (Apocalipse
14:18)
Observe que um desses textos
citados (o de Apocalipse 11:1) é justamente o texto usado por muitos católicos
preteristas para sustentar o preterismo, os quais argumentam que o texto se
refere ao altar terreno que existia no templo de Jerusalém, o que “provaria”
que João escreveu antes de 70 d.C (quando na verdade só prova que o templo será
reconstruído, como já mostrei em vários outros artigos e vídeos). Note que
Dave, na ânsia de sair correndo e buscar a maior quantidade de textos apocalípticos
que mencionem a palavra “altar”, se esqueceu deste pequeno detalhe e deixou
passar essa gafe que simplesmente refuta o seu próprio argumento!
Dave, como todo bom apologista
católico, tirou o verso do seu contexto, que assim diz:
“Deram-me
um caniço semelhante a uma vara de medir, e me foi dito: ‘Vá e meça o templo de
Deus e o altar, e conte os adoradores que lá estiverem. Exclua, porém, o pátio
exterior; não o meça, pois ele foi dado aos gentios. Eles pisarão a cidade
santa durante quarenta e dois meses’” (Apocalipse 11:1-2)
O texto menciona um templo que
fica na “cidade santa” e que é capaz de ser pisado pelos gentios durante
42 meses. A não ser que haja “gentios” profanando um templo celestial de Dave
Armstrong, é óbvio que o texto se refere ao altar que ficava no templo de
Jerusalém, não ao altar de ouro do templo celestial (o que é reconhecido até
mesmo por seus pares católicos, que pelo menos sabem ler o texto completo em
vez de catar um texto na correria).
Portanto, queira Armstrong ou
não, o fato é que o Apocalipse de fato fala de dois altares, o celestial e o
terreno, e não só de um altar celestial. O que caberia a Armstrong seria provar
que o altar de Apocalipse 6:9 só pode se referir ao altar celestial, o que ele
é absolutamente incapaz, já que parte alguma do texto ou do contexto o afirma
ou sugira o mais remotamente. É por isso que ele precisa fantasiar que o único
altar do Apocalipse é o celestial, para enganar leitores néscios do tipo que o
acompanham e que provavelmente não têm sequer uma Bíblia (ou pelo menos uma que
não esteja mofada).
Em
terceiro lugar, este altar celestial estava no templo celestial, que também é
referido várias vezes:
“Por
isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo”
(Apocalipse 7:15)
“Então
o templo de Deus no céu se abriu, e a arca da sua aliança foi vista dentro do
seu templo” (Apocalipse 11:19)
“Depois
disto olhei, e o templo da tenda do testemunho no céu foi aberto” (Apocalipse
15:5)
Isso aqui é apenas uma repetição
do mesmo “argumento” anterior, o que sustenta que o único altar que existe no
livro se encontra no céu, o que é refutado pelos próprios apologistas católicos
e pelo texto bíblico. Já vimos que Apocalipse 11:1-2 fala de um altar e de um
templo terrenos, esmigalhando esse argumento bobo e ingênuo. Mais uma vez, o
que Armstrong deveria fazer é provar que o altar de Apocalipse 6:9 só pode ser
o celestial, o que ele é incapaz de fazer, razão por que recorre a mais
compilações de textos citados aleatoriamente que não provam nada do que ele
pretende no alto do seu amadorismo.
Em
quarto lugar, claramente não é verdade que todos os selos do Apocalipse ocorrem
apenas na terra, como Banzoli afirma acima. O capítulo começa (6:1) com João
ouvindo os “quatro seres viventes”: que estão – assim é declarado seis vezes –
no céu junto ao trono de Deus (veja Ap 4:6; 5:6, 8; 7:11; 14:3; 19:4).
Eu acabei de falar em
amadorismo, e aqui ele se esforça em reforçar o ponto: para provar que João só
viu as coisas do céu, ele cita em seu favor os quatro seres viventes(!), que
qualquer intérprete com o menor grau de seriedade ou que pretenda se levar a
sério sabe que é um simbolismo, e não seres literais que literalmente se
encontrem no céu. Os Pais da Igreja costumavam interpretar como uma alusão aos
quatro evangelhos, e me impressiona que um católico como Dave não saiba disso
ou ouse confrontá-los (para depois dizer que os Pais da Igreja eram bons
católicos romanos como ele!).
É preciso uma imaginação surreal para sustentar
que há realmente quatro seres viventes cobertos de olhos na frente e atrás e
com aparência animalesca ao redor do trono (Ap 4:6-8), os quais coincidentemente só são citados em visões simbólicas e nunca aparecem em outros lugares da Bíblia, embora em se tratando de
alguém que crê em almas fantasmagóricas gritando por vingança em pleno céu
(enquanto se aglutinam embaixo de um altar literal) isso seja até compreensível.
Na verdade, tudo o que esses
textos provam é que o céu que João viu é realmente um céu figurado, não o céu
real, e que muito do que ele viu ali não se encontra ali literalmente (o que
incluiria as “almas debaixo do altar”, se o altar fosse mesmo um altar
celestial). Ou seja, Dave conseguiu mais uma vez dar um argumento que destrói
sua própria argumentação. Congrats!
Um
“cavaleiro” em um cavalo branco “saiu vencendo” (6:2); isto é, ele “saiu” do
céu para a terra. 6:3-4 (segundo selo) é semelhante ao primeiro. Uma das
criaturas vivas fala e outro cavaleiro e cavalo emergem. O mesmo acontece com
um terceiro cavalo e cavaleiro: o terceiro selo (6:5). Os seres viventes falam
novamente (quarto selo) e um “cavalo pálido” com o cavaleiro “Morte” aparece no
céu para ir julgar os ímpios na terra (6:6-8).
Mais uma vez ele recorre ao
simbolismo dos “quatro seres viventes” para “provar” que João viu o que estava
no céu, o que mesmo se fosse verdade não provaria em nada que o altar citado no
verso 9 está no céu, já que todos os eventos narrados nos selos se passam na
terra, como na tabela abaixo:
OS SELOS | ALEGORIA | SIGNIFICADO |
Primeiro Selo | Cavalo branco determinado a vencer. | Simboliza o evangelho pregado em toda a terra (Mt 24:14). O cavaleiro branco representa esse êxito na proclamação universal do evangelho. |
Segundo Selo | Cavaleiro vermelho trazendo a morte. | Inicia a grande tribulação, tirando a paz na terra existente até então. Jesus disse que essa tribulação seria a maior de toda a história (Mt 24:21). |
Terceiro Selo | Cavaleiro preto com uma balança na mão. | Fome na terra, que não danificaria o “azeite e o vinho” (v. 6), ou seja, a Igreja e Israel. |
Quarto Selo | Cavaleiro amarelo chamado “Morte”, seguido pelo Hades. | O amarelo representa a palidez dos corpos mortos, e o Hades (região subterrânea da terra) é para onde os que morressem na guerra iriam. |
Quinto Selo | Almas gritando por vingança debaixo de um altar. | No ritual da lei de Moisés, o sangue de um animal sacrificado era derramado sobre o altar (Êx 29:12). A figura de linguagem representa que cada servo de Deus que morreu martirizado pela fé em Jesus seria certamente vingado por Ele. |
Sexto Selo | Um grande terremoto; o sol fica escuro, e as estrelas caem na terra. | Na morte de Jesus, ocorreu um grande terremoto (Mt 27:54) e o céu ficou completamente escuro por três horas (Mc 15:33). As estrelas representam anjos (1:20); estrelas caindo, portanto, representam os anjos caídos que atribulam as pessoas na terra. |
Note como todos os selos do
capítulo retratam acontecimentos terrenos, não eventos celestiais.
Dave tenta refutar este fato, que por si só é irrefutável, se apegando à
linguagem dos “quatro seres viventes” e das personificações dos “cavaleiros” e
da “Morte”, o que significa que sua mentalidade é equivalente à de uma criança
de 6 anos lendo um gibi da Marvel e interpretando que a Senhora Morte existe
mesmo (com o perdão às crianças de 6 anos). Não vou nem comparar com as
crianças um pouco mais velhas, pois nenhum dos meus alunos do 6º ano seria
inocente a ponto de interpretar assim. Então
temos o “quinto selo” com as almas “debaixo” do altar celestial, que é mencionado
outras cinco vezes no livro. João os “viu” no céu, assim como “viu” esses
eventos extraordinários em 6:2, 5, 8 e “olhou” para os eventos do sexto selo
(6:12). Isso é repetição daquilo que já
foi exaustivamente refutado nos pontos anteriores sobre João ver as coisas no
céu e sobre o altar (quando alguém não tem argumentos, o jeito é ficar
repetindo), então passemos adiante. Quinto,
Banzoli dedica um esforço considerável para argumentar que as almas que clamam
em Apocalipse 6 são apenas outro exemplo do que vimos em relação ao Abel
assassinado: “A voz do sangue de seu irmão clama a mim desde a terra” (Gn 4:10).
Mas isso é claramente um exemplo de personificação figurativa; uma linguagem
tão conhecida e tão comum nas Escrituras (assim como na poesia em geral) que
nem perderei tempo definindo-a (os leitores podem procurá-la se quiserem). A
passagem do Apocalipse, ao contrário, não é lida dessa maneira. Essas almas
clamam a Deus, e são respondidas: “Ordenou que descansassem um pouco mais” e
recebessem vestes brancas (6:10). Nada disso sugere nem um pouco que a
personificação estava na mente do escritor. Então, basicamente, para Dave
Armstrong o que faz com que um texto seja definitivamente literal e o outro não
é porque alguém é respondido, porque se é respondido, não pode ser uma
personificação. Isso deve significar que os diálogos entre árvores de 2º Reis
4:9 e de Juízes 9:8-15 provam que as árvores conversam mesmo e não foi uma
personificação; ou, se preferir um exemplo do próprio Apocalipse, criaturas no
mar louvam a Deus (Ap 5:13) e os quatro seres viventes (que Dave acha serem
literais) respondem (v. 14). No capítulo 11, Deus diz “subam
para cá” (v. 12) àqueles que são descritos como “duas
oliveiras e dois candelabros” (v. 4), embora ninguém realmente pense que
as duas testemunhas eram literalmente oliveiras ou candelabros. É
realmente intrigante como Armstrong inventa critérios exegéticos tirados apenas
e tão-somente de dentro da sua própria cabeça, e não de qualquer livro de
hermenêutica ou de um dicionário. Portanto,
é perfeitamente plausível e razoável interpretar as almas sob o altar no céu da
mesma maneira que em relação às passagens acima, onde os anjos estão no altar,
uma “voz das quatro pontas” vem dele, o altar pode ser medido, e o anjo “saiu
do altar”. O Apocalipse segue este padrão: almas clamam “debaixo do [um] altar
[no céu]”. Para não perder o costume, temos
aqui mais uma vez a repetição daquilo que já foi refutado sobre o altar, com o
detalhe de que ele ignora que no Apocalipse o próprio altar é que fala,
em vez de apenas alguém no altar. Isso eu já mostrei no meu livro em uma das
muitas partes que Dave ignorou por completo. O grego de Apocalipse 16:7 traz
apenas kai akouo tou thusiasterion lego (“e ouvi o altar dizer...”). O
texto é um claro paralelo com Apocalipse 6:9, como vemos: “O
terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes de águas, e eles se
transformaram em sangue. Então ouvi o anjo que tem autoridade sobre as águas
dizer: ‘Tu és justo, tu, o Santo, que és e que eras, porque julgaste estas
coisas; pois eles derramaram o sangue dos teus santos e dos teus profetas, e tu
lhes deste sangue para beber, como eles merecem’. E ouvi o altar responder:
‘Sim, Senhor Deus todo-poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos’” (Apocalipse
16:4-7) Note que aqui não se fala em “almas”,
apenas em “sangue”, e que não é alguma coisa “debaixo” do altar que fala, mas o
próprio altar. Mas apesar de ambos os textos serem claramente um paralelo, imortalistas
como Dave preferem fazer de conta que esse texto não existe, pois do contrário
teriam que admitir a evidente figura de linguagem que caracteriza ambas as
passagens (Apocalipse 6:9-11 e Apocalipse 16:4-7). Não
faz sentido ignorar todas essas evidências contextuais e colocar
arbitrariamente esse evento na Terra... Patético, constrangedor. Vejamos novamente: (1) todos os
selos do capítulo 6 retratam acontecimentos terrenos, (2) até mesmo os eventos
celestiais que João descreve em outros capítulos é da perspectiva de um céu simbólico
e não do céu real, (3) João claramente fala também de um altar terreno e não
apenas de um altar celestial, (4) toda a linguagem do Apocalipse é
fundamentalmente simbólica e os próprios católicos [mais honestos] reconhecem
isso (pelo menos quando é conveniente), e (5) Apocalipse 6:9-11 está em
paralelo com um texto que também é claramente simbólico e que também claramente
fala de pessoas na terra e não de seres celestiais. E mesmo assim, eu é que sou
“patético” e “constrangedor” (note que esse ataque foi gratuito, pois eu nunca
havia escrito nada contra ele antes e lhe respondi cordialmente na única vez
que trocamos mensagem, então não se trata de uma retribuição, mas apenas de
falta de educação mesmo). Em contrapartida, Dave
basicamente mentiu sobre tudo o que escreveu no artigo, cometeu uma gafe
pitoresca em relação ao altar de Apocalipse 11:1, interpretou os quatro seres
viventes literalmente contrariando os seus próprios pares católicos e Pais da
Igreja, criou da própria cabeça regras hermenêuticas que simplesmente não
existem e que contrariam a Bíblia toda, sugeriu bisonhamente que João só falou
de coisas do céu “porque estava lá”, interpreta a Bíblia como uma criança de 6
anos lendo um gibi da Marvel e ainda acha que tem moral pra chamar os outros de
“patético”. Deixo que o leitor decida quem é o “patético” aqui. Ah,
mas os mortos falam! Eu já provei massivamente isso nas Escrituras na parte
anterior (Parte 4) desta série. Banzoli segue sua própria falsa pressuposição.
Eu (e a grande e esmagadora maioria dos cristãos, como ele mesmo admite) sigo a
Bíblia Sagrada – revelação inspirada de um Deus onisciente – no que diz
respeito às almas imortais. Um Samuel morto falou com Saul e deu-lhe uma
verdadeira profecia de seu julgamento e morte iminentes (1Sm 28:16-19). O homem
rico morto falou com o morto Abraão no Sheol/Hades, e Abraão respondeu (Lucas
16). Isso é direto dos lábios de Jesus. Paulo disse que toda “toda língua” que
está “debaixo da terra” (isto é, no Sheol) “confessará que Jesus Cristo é o
Senhor” (Fp 2:10-11). E no Antigo Testamento, duas vezes vemos que as almas dos
mortos no Sheol estão conscientes e falam (Is 14:9-10; Ez 32:21). Aqui temos um exemplo gratuito da
metodologia imortalista que tenho testemunhado desde sempre: quando são
refutados em um ponto, correm para outros dez pontos que já foram
exaustivamente refutados por igual, citando um monte de textos aleatórios e
fora de contexto, que quando analisamos mais detidamente os fazem passar ainda mais
vergonha. Todos esses textos citados já foram abordados extensivamente no meu
livro de 1900 páginas (clique
aqui, baixe o livro e leia você mesmo, não seja preguiçoso igual ao Dave),
mas como os imortalistas não tem contra-argumentos, tudo o que lhes resta é
repetir à exaustão os mesmos argumentos pobres, toscos e já refutados de
sempre. Só pra citar um exemplo, o versículo
anterior ao texto que ele cita para falar das “almas [conscientes] dos mortos
no Sheol” em Isaías 14:9-10 fala até dos espinheiros e cedros do Líbano como
estando no Sheol e conversando entre si (v. 9), e o verso seguinte, que ele
também convenientemente omite entre os parêntesis, como todo bom trapaceiro, diz
que o rei da Babilônia estaria coberto de larvas e de vermes no
Sheol (v. 11), porque obviamente era uma alusão poética ao estado do corpo na
sepultura (como expressamente afirmado nos versos 18 ao 20), não a uma alma
fantasmagórica em uma outra dimensão. Os imortalistas são assim: recortam um
texto, tiram do contexto, citam apenas a parte que convém entre os parêntesis
de uma referência e rezam para ninguém descobrir a manobra (no caso de Dave,
creio que literalmente). As
doações do PayPal são as mais fáceis: basta enviar para o meu endereço de
e-mail: apologistdave@gmail.com. Você verá o termo “Serviço Católico de Livros
Usados”, que é meu antigo negócio paralelo. Para saber mais sobre os diferentes
métodos de contribuição, incluindo 100% de dedução de impostos, etc., veja
minha página. Isso mesmo, doem para o Dave! Não
deve ser fácil passar o dia todo escrevendo baboseiras em vez de arrumar um
trabalho, então ele precisa mesmo do seu dinheiro. Imagine o tanto de textos
bisonhos deixariam de ser escritos se ninguém doasse nada e ele fosse obrigado
a trabalhar, certamente seria bem menos divertido (eu devo confessar que poucas
vezes me diverti tanto com uma refutação, tinha até me esquecido de como era
prazeroso). Eu até mesmo estou pensando em contribuir, principalmente agora que
todo mundo fez o “L” e o real vai valer mais do que o dólar, mas há tantos
apologistas católicos divertidíssimos para dar o meu dinheiro que estou na
dúvida (mentira, ninguém é tão divertido quanto o Dave, take my money!). Considerações
Finais Se sem eu responder qualquer
coisa o Dave já estava obcecado pela minha pessoa a ponto de me homenagear com uns
duzentos artigos semanais, imagine agora que realizou seu sonho de ser
respondido – provavelmente vem por aí mais umas 50 “refutações” apenas a este
meu único texto, todas elas abrangendo 5% do conteúdo e esquecendo de todo o restante,
com uma superficialidade de doer e uma pobreza maior que o Quênia. Eu não
pretendia responder mais nada, mas ao descobrir como os textos do Dave são
divertidos, vou fazer questão de refutar um a um dos seus artigos “against
Lucas Banzoli” (mesmo que a maior parte deles seja daqui algumas décadas,
quando eu tiver tanto tempo livre quanto ele, e talvez algumas doações no PayPal).
Obrigado, Dave, por me fazer voltar ao blog. Te devo essa. Thanks!
Paz a todos vocês que estão em
Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
- Siga-me no Facebook para estar por dentro das atualizações!
Paz do Senhor Lucas, estava com saudades do seu jeito carinhoso de dar uma voadora na cara nesses "apologistas de botequim".
ResponderExcluirHahaha eu também :)
ExcluirI'm so sorry that this happened to you, Lucas. Dave Armstrong is a well-known agitator who should only be ignored. I wonder whether he found you after searching my website?
ResponderExcluirUnder normal circumstances I would just ignore him, but I think it's important to do some rebuttals to show how vacuous and insubstantial his articles are, since there are many Catholics out there who give him some morals and that think he is "irrefutable" (which couldn't be more laughable). I don't know exactly how he met me, but that might have been it.
ExcluirMuito bom! Sobre o estado dos mortos eu vi este salmo:
ResponderExcluirSalmos 76:5 Os que são ousados de coração foram despojados; DORMIRAM o seu SONO, e nenhum dos homens de força achou as próprias mãos. 6 À tua repreensão, ó Deus de Jacó, carros e cavalos são lançados num SONO PROFUNDO.
Por duas vezes vem dizer que os inimigos de Israel dormiram na morte(v. 5) e no verso 6 diz que quando Deus repreendeu, "carros e cavalos são lançados num SONO PROFUNDO" e a "Sono profundo" na concordância de Strong é "Radam" no hebraico. Que significa:
1) (Nifal) estar adormecido, estar inconsciente, estar em sono profundo ou pesado, cair em sono profundo, estar profundamente adormecido
É isso mesmo, Banzoli?
Sim, os imortalistas vão dizer que isso se aplica "apenas ao corpo", mas os textos falam da condição do indivíduo e não de uma parte do indivíduo, e ademais se o espírito fosse o nosso "verdadeiro eu" seria muito estranho que tantos versos (mais de 70, na compilação que eu fiz) falassem da condição do homem na morte como "dormindo", comparado a zero textos que o descreva como "desperto" (esperaríamos justamente o contrário, já que o indivíduo em si continuaria vivo e o corpo seria apenas uma "carcaça" que não é você de fato).
ExcluirSim, e como se isso não fosse o suficiente, pesquisando sobre achei várias passagens que falam que os mortos não existem mais:
ResponderExcluirJó 7:21 Por que não perdoas as minhas ofensas e não apagas os meus pecados? Pois logo me deitarei no pó; tu me procurarás, mas eu já não existirei".
Jeremias 31:15 Assim diz o Senhor: "Ouve-se uma voz em Ramá, pranto e amargo choro; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque os seus filhos já não existem".
Ezequiel 13:13 Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Um vento tempestuoso a fenderá no meu furor, e uma grande pancada de chuva haverá na minha ira, e grandes pedras de saraiva, na minha indignação, para a consumir. 14 E derribarei a parede que rebocastes de cal não adubada e darei com ela por terra, e o seu fundamento se descobrirá; assim cairá, e perecereis no meio dela e sabereis que eu sou o Senhor. 15 Assim, cumprirei o meu furor contra a parede e contra os que a rebocam de cal não adubada e vos direi: A parede já não existe, nem aqueles que a rebocaram,
Lamentações de Jeremias 5:7 Nossos pais pecaram e já não existem mais, e nós levamos o castigo pelos seus pecados.
Mateus 2:18 "Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem".
Salmos 39:13 Desvia de mim os teus olhos, para que eu volte a ter alegria, antes que eu me vá e deixe de existir.