*Nota:
No artigo
anterior, eu postei um trecho do meu novo livro (ainda em construção) onde
refuto os argumentos “bíblicos” usados em defesa do tormento eterno no inferno.
Neste, eu mostro uma parte do repertório bíblico de aniquilacionismo, que se segue a
um período de castigo temporário e proporcional aos pecados de cada um (o que
também é abordado no livro, em outro capítulo). Outra parte ficou de fora para não tornar o artigo ainda mais longo, mas em breve postarei o e-book no site. Se alguém preferir ler o artigo em pdf, basta me enviar um e-mail (lucas_banzoli@yahoo.com.br) ou uma mensagem inbox no facebook (aqui) que eu envio em anexo. Boa leitura!
***
Poucas verdades são tão ressaltadas na Bíblia quanto a
morte final dos ímpios. Provavelmente nenhuma tenha sido tão reforçada do
início ao fim do Antigo ao Novo Testamento. Em minha pesquisa, encontrei 181
versículos bíblicos que retratam a sorte final dos ímpios como uma destruição completa
e sem volta, embora o número total seja provavelmente maior. Eu já fiz compilações
semelhantes para provar doutrinas basilares tais como a justificação pela fé e
a divindade de Cristo, mas nenhuma envolveu uma quantidade tão esmagadoramente
grande de textos bíblicos claros e inequívocos. Em suma, se existe uma doutrina
a ser considerada óbvia em toda a Bíblia, certamente o aniquilacionismo ocupa o
posto maior.
A riqueza no repertório bíblico de aniquilamento é
tanta que os escritores bíblicos literalmente esgotaram os recursos das línguas
hebraica e grega para denotar a destruição final dos ímpios. De acordo com o
erudito Basil Atkinson, cerca de 25 substantivos e verbos hebraicos e gregos
são usados no original da Bíblia para descrever a destruição dos pecadores
impenitentes[1].
Isso é mais do que qualquer estudioso sério exigiria para aceitar qualquer
doutrina como bíblica. Para efeitos de comparação, há apenas seis textos usados
pelos defensores do tormento eterno, todos eles que provam exatamente o
contrário do que eles pretendem quando os analisamos mais a fundo (como você
verá no capítulo seguinte).
Foram necessárias quase trinta páginas só para listar
cada um dos versos bíblicos aniquilacionistas, os quais disponibilizo na
íntegra no apêndice deste livro. Como você verá na tabela abaixo, os escritores
bíblicos se referem à morte final dos ímpios de 33 formas diferentes, todas
elas com um mesmo objetivo perfeitamente perceptível a qualquer leitor comprometido
com a verdade:
Destino dos ímpios
|
Textos bíblicos
|
Serão mortos |
Sl
34:21, 37:15, 62:3,
110:6, 140:11; Pv 1:32, 5:22-23, 10:2, 11:4,19, 12:28, 14:12, 15:10, 16:25, 19:16,18,
24:11; Is 3:25, 11:4, 34:2,3, 65:15, 66:16; Jr 12:3, 25:33-34; Ez 18:21-28;
Am 9:10; Sf 1:17; Mt 21:40-41; Lc 19:27; Jo 6:49-51, 8:24, 11:25-26; Rm 1:32,
6:16,21,23, 8:13; 2Co 2:16, 3:6, 7:9; Hb 6:1; Tg 1:15, 5:20; 1Jo 5:16; Ap 20:14-15
|
Perderão
a vida
|
Sl
69:28; Pv 22:23;
Lc 9:24; Jo 12:25
|
Serão destruídos |
Dt
7:10; Jó 4:9; Sl
1:6, 2:12, 5:6, 9:3,5, 37:38, 52:5, 55:9, 63:9, 73:19,27, 92:6-7, 94:23, 119:119;
Pv 1:32, 6:15, 11:3, 24:21-22, 29:1; Is 1:28, 13:9, 33:1, 34:2; Jr 17:18; Jl 1:15;
Sf 1:11; Mt 10:28; Lc 9:25; Rm 9:22; 1Co 3:16-17; Gl 6:8; Fp 1:28, 3:19; 2Ts 1:9;
Hb 10:39; Tg 4:12; 2Pe 2:1,3,12, 3:7; Ap 11:18
|
Serão
eliminados
|
Sl
37:22,28,34, 104:35;
Pv 2:22;
Is 29:20; Ob 10
|
Perecerão |
Jó 4:9; Sl 37:20, 68:2,
73:27, 83:17, 92:9; Is 41:11, 60:12, 66:17; Lc 13:2-5; Jo 3:16, 10:28; At 13:40-41;
Rm 2:12; 1Co 1:18; 2Co 2:15, 4:3; 2Ts 2:10; 2Pe 3:9
|
Serão consumidos |
Jó 20:26; Sl 21:9, 59:13,
112:10;
Is 1:28, 5:24, 26:11, 30:30, 47:14; Na 1:10; Ml 4:1; Ap 20:9
|
Serão
devorados
|
Sl
21:9, 63:10; Is
5:24, 29:6, 51:8; Hb 10:27
|
Serão
exterminados
|
Sl
37:9, 54:5, 145:20;
Is 60:12; Na 1:15; Mc 12:9; At 3:23
|
Serão
extintos
|
Ez
32:7
|
Se
farão em cinzas
|
Is
5:24; Ml 4:3;
2Pe 2:6
|
Se
tornarão pó
|
Sl
9:17; Is 29:5;
Jr 17:13; Mt 21:44
|
Serão
despedaçados
|
1Sm
2:10; Sl 2:9, 50:22;
Mt 21:44
|
Serão
esmagados
|
Sl 68:21, 110:5,6; Jr
25:34
|
Serão
estrado para os pés dos justos
|
Sl
58:10, 68:22-23;
Is 63:3,4,6; Ml 4:3; Mt 5:13; At 2:34-35; Hb 10:12-13
|
Desaparecerão
|
Sl
37:20, 58:7,
73:20; Is 16:4,
29:20, 41:12
|
Não
terão futuro
|
Sl
37:38; Pv 24:20
|
Deixarão
de existir
|
Sl
37:10, 59:13, 104:35;
Pv 10:25
|
Terão
fim
|
Is
16:4, 29:20
|
Serão
reduzidos ao nada
|
Is
41:11,12; Jr 10:24;
1Co 2:6
|
Serão
como se nunca tivessem existido
|
Sl
73:20; Ob 16
|
Serão
como um feto abortado
|
Sl
58:8
|
Dormirão
e jamais acordarão
|
Jr
51:39,57
|
Cairão
e serão incapazes de se levantar
|
Sl
36:12
|
Jamais
sairão da cova
|
Sl
140:10
|
Serão
como o orvalho que evapora
|
Os
13:3
|
Se
desfarão como a fumaça
|
Sl
37:20, 68:2; Os
13:3
|
Serão
como o restolho
|
Sl
1:4; Is 5:24, 29:5,
47:14; Os 13:3;
Ml 4:1
|
Serão
apagados da terra
|
Sl
34:16; Pv 24:20
|
Serão
desarraigados da terra
|
Sl
52:4-5; Pv 2:22
|
Serão
varridos da terra
|
Sl
58:9
|
Se
tornarão cadáveres
|
Is
34:3, 66:24; Jr 25:33
|
Serão
entregues aos abutres
|
Is
18:6; Ez 39:4
|
Não
lhes sobrará nem raiz nem ramo
|
Ml 4:1
|
Com todo esse repertório inesgotável de destruição,
alguém que ainda insista em dizer que “não existe base bíblica para o aniquilacionismo”
ultrapassa o nível da ignorância, beirando a desonestidade. Pode-se tentar
contra-argumentar aos textos (algo que analisaremos a partir de agora), mas
dizer que os mortalistas tem apenas “argumentos emocionais” é um atestado inigualável
de má-fé.
“...E então compreendi o destino dos ímpios” – Há poucos dias um
leitor do meu site postou um longo comentário onde externava sua revolta e insatisfação
com o fato dos ímpios prosperarem na terra, mas os justos parecerem
desamparados por Deus. Os falsos crentes de sua igreja têm tudo do bom e do
melhor – inclusive aqueles que vivem em adultério –, mas ele, que se esforça em
viver piedosamente, passa por tantas necessidades que chega a “invejar” o
ímpio. Trata-se de um questionamento sincero e comum, que quase todo crente
deve ter feito alguma vez na caminhada cristã. Tão comum que nem os autores da
Bíblia escaparam a esse pensamento.
Imediatamente eu me lembrei de um salmo escrito por
alguém que passou exatamente pela mesma situação, e que só encontrou paz de
espírito quando descobriu o destino dos ímpios. Trata-se do Salmo 73, que vale
a pena ler na íntegra:
Salmos 73
1 Certamente Deus é bom para Israel, para
os puros de coração.
2 Quanto a mim, os meus pés quase
tropeçaram; por pouco não escorreguei.
3 Pois tive inveja dos arrogantes quando
vi a prosperidade desses ímpios.
4 Eles não passam por sofrimento e têm o
corpo saudável e forte.
5 Estão livres dos fardos de todos; não
são atingidos por doenças como os outros homens.
6 Por isso o orgulho lhes serve de colar,
e se vestem de violência.
7 Do seu íntimo brota a maldade; da sua
mente transbordam maquinações.
8 Eles zombam e falam com más intenções;
em sua arrogância ameaçam com opressão.
9 Com a boca arrogam a si os céus, e com
a língua se apossam da terra.
10 Por isso o seu povo se volta para eles e
bebem suas palavras até saciar-se.
11 Eles dizem: "Como saberá Deus?
Terá conhecimento o Altíssimo?".
12 Assim são os ímpios; sempre
despreocupados, aumentam suas riquezas.
13 Certamente foi-me inútil manter puro o
coração e lavar as mãos na inocência,
14 pois o dia inteiro sou afligido, e
todas as manhãs sou castigado.
15 Se eu tivesse dito "falarei com
eles", teria traído os teus filhos.
16 Quando tentei entender tudo isso, achei
muito difícil para mim,
17 até que entrei no santuário de Deus,
e então compreendi o destino dos ímpios.
18 Certamente os pões em terreno
escorregadio e os fazes cair na ruína.
19 Como são destruídos de
repente, completamente tomados de pavor!
20 São como um sonho que
se vai quando a gente acorda; quando te levantares, Senhor, tu os farás
desaparecer.
21 Quando o meu coração estava amargurado e
no íntimo eu sentia inveja,
22 agi como insensato e ignorante; minha
atitude para contigo era a de um animal irracional.
23 Contudo, sempre estou contigo; tomas a
minha mão direita e me susténs.
24 Tu me diriges com o teu conselho, e
depois me receberás com honras.
25 A quem tenho nos céus senão a ti? E na
terra, nada mais desejo além de estar junto a ti.
26 O meu corpo e o meu coração poderão
fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre.
27 Os que te abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os
infiéis.
28 Mas, para mim, bom é estar perto de
Deus; fiz do Soberano Senhor o meu refúgio; proclamarei todos os teus feitos.
O salmista havia chegado ao ponto de pensar que foi inútil
manter o coração puro (v. 13), pois enquanto os ímpios não passavam por
sofrimento e tinham um corpo saudável e forte (v. 4), ele se afligia o dia
inteiro, e sofria todas as manhãs (v. 14). Mas, para a nossa sorte, esse salmo
não foi escrito por um ateu ou um apóstata. O que o fez mudar de opinião e
rever seus conceitos foi entrar no santuário de Deus, “...e
então compreendi o destino dos ímpios” (v. 17). O que foi que o salmista
descobriu, que o fez mudar de ideia desse jeito? Esta seria a ocasião perfeita
para dizer que viu os ímpios queimando para sempre, em um sofrimento sem fim
que faria qualquer um mudar de ideia bem rápido.
Mas, em vez disso, o que ele descobriu sobre o destino
dos ímpios foi o seguinte:
“Até que entrei no santuário de Deus, e então compreendi
o destino dos ímpios. Certamente os põe em terreno escorregadio e os fazes cair
na ruína. Como são destruídos de repente, completamente tomados de
pavor! São como um sonho que se vai quando acordamos, quando te
levantares, Senhor, tu os farás desaparecer... os ímpios que te
abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os infiéis” (Salmos
73:17-20,27)
O salmista não viu nenhum
sofrimento eterno e consciente, mas uma destruição repentina, que
consistia na privação da existência. Quando ele diz que Deus faria os ímpios desaparecer,
ele não estava falando de alguém que “aparece” em outro lugar, mas de alguém
que some da mesma forma que “um sonho que se vai
quando acordamos” (v. 20). O sonho existe apenas enquanto estamos
sonhando; quando acordamos, ele simplesmente deixa de existir. É essa a
comparação que o salmista faz com o destino dos ímpios, que “se vão” quando
“acordamos”.
Na concepção do salmista, alguém
que “desaparece da terra” não existe em outro lugar, porque a terra é o único
lar dos homens, sejam justos ou injustos. Por isso “os
justos herdarão a terra” (v. 29), e por isso ser eliminado da face da
terra significava ser eliminado de tudo. Não havia a menor ideia de vida eterna
em outro lugar, numa outra dimensão. Como vimos no capítulo 5, o próprio
Sheol/Hades era identificado com as regiões subterrâneas da terra, não com uma
outra dimensão (Nm 16:30; Is 5:14; Dt 32:22), e, da mesma forma, o Vale de
Hinom (geena) não era um vale da quarta dimensão, mas um conhecido vale em
Israel. A terra era tudo o que o homem poderia ter, e ser excluído dela implicava
em ser excluído da própria existência.
O salmista usa duas palavras no
verso 27 para definir o destino final dos ímpios: uma é abad, traduzida
como “perecer”, que de acordo com a Concordância de Strong significa «destruir,
matar, exterminar»[2],
e é uma das palavras hebraicas mais usadas nos textos do Antigo Testamento que
falam de morte ou destruição. A outra é tsamath, que a NVI traduziu como
“destruir”, e que é ainda mais incisivamente aniquilacionista. De acordo com a
Concordância de Strong:
06789
tsamath
uma raiz primitiva; DITAT -
1932; v.
1) acabar com, eliminar, destruir, exterminar, extirpar;
1a) (Qal) acabar com,
terminar;
1b) (Nifal) ser acabado, ser aniquilado, ser exterminado;
1c) (Piel) acabar com;
1d) (Pilel) ser exterminado, ser aniquilado;
1e) (Hifil) exterminar, aniquilar.
Como se nota, tsamath significa
“acabar” com alguém, não no sentido de um mero efeito moral, mas de exterminar,
aniquilar, pôr um fim na existência da pessoa. É evidente que o que fez o
salmista compreender que vale a pena permanecer fiel a Deus não foi um pavoroso
e medonho tormento eterno, mas o aniquilamento dos ímpios, no instante em que
os justos herdam a vida (v. 24). Por mais que os ímpios pareçam ter uma vida
longa e próspera aqui, seu destino é a destruição, enquanto os salvos desfrutarão
de toda uma eternidade com Deus – algo ricamente compensador por qualquer coisa
que soframos aqui.
Salmo 37 – De todos os
livros da Bíblia, os Salmos é o que mais reforça a mensagem da destruição final
dos ímpios, porque refletem as crises, angústias e pensamentos de seus
respectivos autores. Recorrentemente os vemos refletindo sobre a vida, discorrendo
sobre seus anseios mais profundos e seus desejos mais íntimos. Diante disso, é
inevitável que uma das tônicas mais presentes seja a da eternidade, onde o
justo será devidamente recompensado por sua fidelidade a Deus e o ímpio será
devidamente punido por suas ações. Um salmo inteiramente dedicado a discorrer
sobre o juízo de Deus sobre os ímpios e a recompensa dos justos, que lembra
muito o Salmo 73, é o 37, que diz:
Salmo
37
1 Não se aborreça por causa dos homens maus e não tenha
inveja dos perversos;
2 pois como o capim logo secarão, como a relva verde
logo murcharão.
3 Confie no Senhor e faça o bem; assim você habitará na
terra e desfrutará segurança.
4
Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos
desejos do seu coração.
5 Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele
agirá:
6 Ele deixará claro como a alvorada que você é justo, e
como o sol do meio-dia que você é inocente.
7 Descanse no Senhor e aguarde por ele com paciência; não
se aborreça com o sucesso dos outros, nem com aqueles que maquinam o mal.
8 Evite a ira e rejeite a fúria; não se irrite: isso só
leva ao mal.
9 Pois os maus serão
eliminados, mas os que esperam no Senhor
receberão a terra por herança.
10 Um pouco de tempo, e os
ímpios não mais existirão; por mais
que os procure, não serão encontrados.
11
Mas os humildes receberão a terra por
herança e desfrutarão pleno bem-estar.
12 Os ímpios tramam contra os justos e rosnam contra eles;
13 o Senhor, porém, ri dos ímpios, pois sabe que o dia
deles está chegando.
14 Os ímpios desembainham a espada e preparam o arco para abaterem
o necessitado e o pobre, para matarem os que andam na retidão.
15
Mas as
suas espadas lhes atravessará o coração,
e os seus arcos serão quebrados.
16
Melhor é o pouco do justo do que a
riqueza de muitos ímpios;
17 pois o braço forte dos ímpios será quebrado, mas o
Senhor sustém os justos.
18 O Senhor cuida da vida dos íntegros, e a herança deles
permanecerá para sempre.
19 Em tempos de adversidade não ficarão decepcionados; em
dias de fome desfrutarão fartura.
20 Mas os ímpios
perecerão, e os inimigos do Senhor serão
como a gordura dos cordeiros; desaparecerão,
e em fumaça se desfarão.
21 Os ímpios tomam emprestado e não devolvem, mas os justos
dão com generosidade;
22 aqueles que o Senhor abençoa receberão a terra por
herança, mas os que ele amaldiçoa serão
eliminados.
23 O Senhor firma os passos de um homem, quando a conduta
deste o agrada;
24 ainda que tropece, não cairá, pois o Senhor o toma pela
mão.
25 Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo
desamparado, nem seus filhos mendigando o pão.
26 Ele é sempre generoso e empresta com boa vontade; seus
filhos serão abençoados.
27
Desvie-se do mal e faça o bem; e terás
morada para sempre.
28 Pois o Senhor ama quem pratica a justiça, e não
abandonará os seus fiéis. Eles serão preservados para sempre, mas a
descendência dos ímpios será eliminada;
29 os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre.
30 A boca do justo profere sabedoria, e a sua língua fala
conforme a justiça.
31
Ele traz no coração a lei do seu Deus;
nunca pisará em falso.
32 O ímpio fica à espreita do justo, querendo matá-lo;
33
mas o Senhor não o deixará cair em suas
mãos, nem permitirá que o condenem quando julgado.
34
Espere no Senhor e siga a sua vontade.
Ele o exaltará, dando-lhe a terra por herança; quando os ímpios forem eliminados, você o verá.
35
Vi um homem ímpio e cruel florescendo
como frondosa árvore nativa,
36
mas logo desapareceu e não mais existia; embora eu o procurasse, não pôde ser encontrado.
37 Considere o íntegro, observe o justo; há futuro para o
homem de paz.
38 Mas todos os rebeldes serão
destruídos; futuro para os ímpios, nunca haverá.
O contraste no destino de justos
e ímpios é mais do que evidente. Enquanto o justo herdará uma vida eterna na
terra, o ímpio será completamente eliminado:
Justos
|
Ímpios
|
Herdarão
a terra (v. 9)
|
Serão
eliminados (v. 9)
|
Desfrutarão
pleno bem-estar (v. 11)
|
Não
mais existirão (v. 10)
|
Permanecerão
para sempre (v. 18)
|
Receberão
uma ferida mortal (v. 15)
|
Terá
uma morada eterna (v. 27)
|
Perecerão
(v. 20)
|
Serão
preservados para sempre
(v.
28)
|
Desaparecerão
(v. 20)
|
Habitarão
na terra para sempre
(v.
29)
|
Se
desfarão como fumaça (v. 20)
|
Terão
futuro (v. 37)
|
Serão
destruídos e não terão futuro
(v.
38)
|
É impressionante que em todo o
capítulo não haja uma única afirmação ou metáfora de tormento eterno, que seria
de longe a declaração mais importante e decisiva que o salmista teria a fazer
quanto ao destino dos ímpios, se ele o conhecesse. Em vez disso, a linguagem
recorrente em todo o capítulo é sempre e somente de aniquilacionismo: não mais
existir, ser eliminado, ser destruído, perecer, receber uma ferida mortal,
desaparecer e não ter futuro não se parece em nada com alguém que sobrevive
conscientemente em algum lugar por toda a eternidade. É preciso um verdadeiro
show de ginástica mental para convencer alguém, no alto de sua sanidade mental,
de que o salmista que escreveu todas essas coisas cria num inferno de tormento
eterno.
Até mesmo a comparação que o
salmista faz é notoriamente aniquilacionista: ele diz que os ímpios “se desfarão como fumaça” (v. 20). A metáfora não
poderia ser mais precisa em relação a alguém que é reduzido ao pó. Assim como a
fumaça se dissolve no ar, os ímpios se desfarão em cinzas, diante do fogo
consumidor de Deus. É difícil pensar numa metáfora mais imprecisa para se
referir a alguém que continua vivendo eternamente em um corpo imortal e
incorruptível, como creem os imortalistas em relação aos ímpios ressurretos no
inferno.
Mais difícil ainda é conciliar o
contraste dos dois últimos versículos, onde nos é dito que o justo tem futuro
(v. 37), mas “futuro para os ímpios nunca haverá” (v.
38). Na teologia imortalista, os dois tem um longo futuro pela frente – na
verdade, um futuro literalmente interminável –, os justos no céu, e os
ímpios no inferno. Já para o salmista, apenas um dos dois tem um futuro pela
frente, e eu não preciso dizer qual é. A razão pela qual não há futuro para os
ímpios é explicitamente declarada na primeira parte do mesmo verso, que diz que
“todos os rebeldes serão destruídos” (v.
38). A palavra aqui usada para “destruir” é shamad, que significa
precisamente «destruir, exterminar, ser destruído, ser exterminado»[3].
Essa palavra aparece 90 vezes no
Antigo Testamento, e em todas elas diz respeito a uma destruição completa, um
extermínio, nunca de permanência ou continuidade[4]. O
que os imortalistas querem nos convencer é que um termo hebraico invariavelmente
usado para designar uma aniquilação é usado aqui para qualificar justamente o
seu oposto, isto é, a existência eterna dos ímpios em meio aos tormentos. Isso mostra
até que ponto eles são capazes de chegar apenas para salvar uma tradição débil,
frágil e de todo insustentável exegeticamente.
Destruídos – A linguagem
de destruição dos ímpios é tão recorrente nos salmos que uma das primeiras
coisas que ouvimos falar ao ler o Salmo 1 é que eles “não
resistirão no julgamento, nem os pecadores na comunidade dos justos, pois o
Senhor aprova o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios leva à destruição”
(Sl 1:5-6). O salmo seguinte diz que os ímpios serão “destruídos de repente” (Sl 2:12), mensagem que é
reforçada no Salmo 92, que diz que “embora os
ímpios brotem como a erva e floresçam todos os malfeitores, eles serão
destruídos para sempre” (Sl 92:7). Aqui, é a mesma palavra shamad (aniquilação)
que aparece, seguida de `ad (para sempre). A destruição é eterna por ser
uma destruição irreversível, sem volta.
Paulo, que certamente estava bem
familiarizado com os salmos, usou a mesma linguagem quando escreveu sobre o
destino dos ímpios:
“Eles sofrerão a pena da destruição eterna, a
separação da presença do Senhor e da majestade do seu poder” (2ª
Tessalonicenses 1:9)
O fato de Paulo concordar que o
destino dos ímpios é a destruição eterna mostra que seu pensamento estava
alinhado ao do salmista, em vez de recorrer a uma inovação. Ambos concordavam
que a sorte final do ímpio não era um sofrimento eterno no inferno, mas uma destruição
eterna, uma destruição definitiva e cabal com efeitos permanentes. É
curioso notar que os salmos estão repletos de lembretes do destino final dos
homens maus, e os salmistas faziam questão de ressaltar repetidas vezes o
trágico fim que teriam, mas não temos sequer uma única descrição do
destino dos ímpios como um tormento eterno. Ao contrário, o consenso unânime é
de que a justa retribuição por seus atos resulta na eliminação total dos
pecadores para sempre.
Depois dos salmos, o livro que
mais aborda o destino final dos ímpios é Isaías, não apenas por ser o segundo
mais longo da Bíblia (com 66 capítulos), mas pelo seu caráter profético e
escatológico. Logo no primeiro capítulo somos informados que “os rebeldes e os pecadores serão destruídos” (Is
1:28), e mais à frente é dito que Deus “os
destruirá totalmente, ele os entregará à matança” (Is 34:2). Aqui, outro
verbo é usado, charam, que significa «exterminar, destruir
completamente»[5].
Ele é usado em textos como Êxodo 22:20, que diz que "quem
oferecer sacrifício a qualquer outro deus, e não unicamente ao Senhor, será
destruído-charam”.
Isaías é o primeiro livro a
mencionar o «dia do Senhor», quando os ímpios serão julgados. Sua descrição não
poderia ser mais precisa: “Vejam! O dia do Senhor
está perto, dia cruel, de ira e grande furor, para devastar a terra e destruir
os seus pecadores” (Is 13:9). Aqui, mais uma vez, é shamad (aniquilação)
que consta no hebraico. Os provérbios de Salomão também estão repletos da
linguagem de destruição dos ímpios. Ao homem mau, “a
desgraça se abaterá repentinamente sobre ele; e de um golpe será destruído,
irremediavelmente” (Pv 6:15). A mesma linguagem se repete alguns
capítulos depois: “Quem insiste no erro depois de
muita repreensão, será destruído, sem aviso e irremediavelmente” (Pv
29:1).
A «repentina destruição» aparece
mais uma vez no capítulo 24: “Tema ao Senhor e o
rei, meu filho, e não se associe aos dissidentes, pois terão repentina
destruição” (Pv 24:21-22). Não é coincidência que Pedro use
exatamente a mesma linguagem para descrever a sorte final dos ímpios: “Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras,
chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
destruição” (2Pe 2:1). Como todo bom judeu, Pedro conhecia bem os
provérbios, e sabia o fim que espera os ímpios.
Poucos versos depois, ainda
falando sobre os mesmos falsos profetas, ele diz que “há
muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não
tarda” (2Pe 2:3). No capítulo seguinte, ele diz que “os céus e a terra que agora existem estão reservados
para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos
ímpios” (2Pe 3:7). Mais uma vez, dois versos adiante, reitera que o Senhor
“é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça,
mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3:9). Em todas essas
ocasiões, Pedro poderia perfeitamente ter dito que o destino dos ímpios é um
sofrimento eterno, mas em vez disso cita sempre, apenas e tão-somente a
destruição.
Além de conhecer as Escrituras,
Pedro também conviveu com Jesus, que disse que Deus “pode
destruir no inferno-geena tanto a alma como o corpo” (Mt 10:28).
Já vimos que “alma” aqui tem o sentido da vida póstuma, que obteremos após a
ressurreição. Dessa vida o ímpio é totalmente privado, pois ele não herda a
vida, mas apollumi – destruição. Não há “vida eterna” no geena, há
apenas morte e destruição. Como vimos ao analisar o texto mais detidamente, o
que Jesus queria dizer é que não devemos temer aqueles que podem dar um fim
apenas à nossa existência atual, mas sim àquele que, além de poder tirar nossa
vida presente, também pode nos privar da futura.
Tal raciocínio só faz sentido se
os ímpios são realmente destruídos no geena, sendo completamente inútil
interpretar apollumi aqui como uma simples “perdição” – o que sequer tem
nexo com o texto, pois estaria dizendo que Deus pode perder no geena
tanto o corpo como a alma, o que é completamente ilógico. Apollumi só pode
assumir o significado de “perder” quando o contexto o exige, o que é o
contrário de todo o contexto de Mateus 10:28. A única interpretação racional e
cabível para um texto que diz que não devemos temer os que podem
matar apenas o “corpo” mas não a “alma” é que Deus mata ambos,
independentemente de qual significado for assumido para “alma” aqui.
Caso contrário, o que o texto
estaria dizendo é para não temer aqueles que só matam o corpo e não a alma, mas
sim aquele que também só mata o corpo e não a alma – já que apollumi aqui
significaria uma mera “perdição”. Isso não apenas quebra toda a lógica do
discurso, mas arruína toda a mensagem sobre temer aquele que pode dar fim a todas
as formas de existência dos ímpios. E assim como os homens não apenas “podem”
matar, mas matam realmente, Deus também não fica só na ameaça – o que também
quebraria a lógica da mensagem. O fato do contexto falar de morte, e de uma
morte real e física, efetivamente realizada, destrói toda tentativa de anular
Mateus 10:28 como uma prova inequívoca do aniquilamento dos ímpios.
Paulo sabia disso, e por isso
nunca se referiu ao destino final dos ímpios como um tormento, dor ou
sofrimento sem fim. Muito pelo contrário, todas as vezes que se referiu a isso fez
questão de utilizar o mesmo vocábulo do Antigo Testamento, de seu mestre Jesus
e de seu companheiro Pedro: destruição. Assim, os “vasos de ira” estão “preparados para a destruição” (Rm 9:22), não para
um tormento eterno. Da forma mais direta possível, ele declara que “o seu destino é a destruição” (Fp 3:19), razão
pela qual “para eles isso [o evangelho] é sinal de
destruição, mas para vocês, de salvação” (Fp 1:28). Em todos esses
textos é apoleia que aparece, que significa antes de tudo «destruição
total»[6].
Outro termo que Paulo usa para
designar a destruição dos ímpios é phthora, que significa «corrupção,
destruição, aquilo que perece»[7].
Paulo o usa em Gálatas 6:8, que diz que “quem
semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia
para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna”. Aqui, a “vida eterna”
dos justos se contrasta à “destruição” dos ímpios, como os dois destinos
finais. É digno de nota que phthora é sempre usada para coisas perecíveis,
razão pela qual Paulo o usa quando fala do nosso “corpo
que é semeado perecível-phthora e ressuscita imperecível” (1Co
15:42).
A razão pela qual nosso corpo
atual é perecível (phthora) é justamente porque ele morre. Paulo
usa esse mesmo termo para designar o futuro dos ímpios, o que refuta a ideia de
que eles ressuscitarão com corpos incorruptíveis para serem eternamente
refratários ao fogo. Para Paulo, apenas os justos ressuscitam incorruptíveis (aphthrsia,
termo que em todo o Novo Testamento é aplicado somente aos salvos). Chama a
atenção que Paulo, considerado por muitos o “fundador” do Cristianismo por ser
a fonte principal de onde extraímos as doutrinas cristãs, jamais tenha falado
de tormento eterno em suas cartas, embora eu desconheça uma doutrina bíblica
que não possa ser provada por elas.
O desconhecido autor de Hebreus
também afirma que “nós não somos dos que retrocedem
para a destruição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (Hb
10:39). Aqui, a “destruição” (apoleia) é claramente identificada como o
oposto à “conservação da alma”, o que só pode significar que quem é destruído
não tem sua alma preservada – porque ela simplesmente perece no geena, como
Jesus ensinou. Mesmo que a alma-psiquê seja entendida neste texto como a
vida que obteremos após a ressurreição, como é o mais provável, implica no
mesmo conceito expresso em Mateus 10:28: apenas os salvos vivem eternamente,
porque os ímpios serão destruídos.
Destruídos só nesta vida?
– Como os imortalistas respondem a estes textos, com os mais diversos
substantivos e verbos que denotam uma destruição total? Uma das tentativas mais
fracassadas de se objetar a isso é que os textos falam apenas da morte nesta
vida, pela qual tanto os justos como os ímpios passam. Geisler e Howe, por
exemplo, afirmam que “a mesma palavra usada para o
verbo ‘perecer’, a respeito do ímpio, no AT (abad) é empregada também a
respeito da morte do justo (cf. Is 57:1; Mq 7:2)”[8].
O que Geisler e Howe ignoram é
que do fato de alguns textos mencionarem a destruição nesta vida não
decorre que todos os textos que falam de destruição se refiram apenas a
esta vida. De fato, justos e ímpios perecem nesta vida, mas só os ímpios
perecerão na vida póstuma, e é dessa vida póstuma que os escritores
bíblicos se referem nos textos aqui listados. Tome como exemplo o Salmo 1, que
diz que “o Senhor aprova o caminho dos justos, mas
o caminho dos ímpios leva a destruição” (Sl 1:6). Será que o salmista
queria dizer que o caminho dos justos também leva à destruição? Deixo
que o leitor sincero e honesto responda por si mesmo.
Para ajudar, tome como exemplo
os textos que contrastam o destino de justos e ímpios, que não fariam
sentido nenhum se estivessem falando apenas sobre a vida presente. Alguns
exemplos:
“Pois os justos habitarão na terra, e os íntegros
nela permanecerão; mas os ímpios serão eliminados da terra, e dela os
infiéis serão arrancados” (Provérbios 2:21-22)
“Quem obedece aos mandamentos preserva a sua vida,
mas quem despreza os seus caminhos morrerá” (Provérbios 19:16)
“Pois os maus serão eliminados, mas os que esperam
no Senhor receberão a terra por herança” (Salmos 37:9)
Se textos como estes estivessem
falando apenas da vida terrena atual, o contraste entre o destino de justos e
ímpios seria completamente nulo, já que tanto um como o outro perecem na vida
presente. Obviamente eles estão falando de um momento futuro, onde o
justo viverá, mas o ímpio morrerá (será destruído). É só na outra
vida – a vida que obteremos após a ressurreição – que o ímpio será eliminado,
mas o salvo receberá a terra como herança. É essa a mensagem central do Salmo
37, que a todo o momento coloca em contraste o destino de justos e ímpios,
embora nesta vida ambos morram igualmente.
Pense em como o autor do Salmo
73, aquele mesmo que se entristecia e se revoltava com o fato dos ímpios terem
saúde e prosperidade enquanto os justos passam necessidades, se sentiria caso a
grande revelação que tivesse tido ao entrar no santuário do Senhor (Sl 73:17)
fosse que os ímpios serão destruídos... nesta vida. Ou seja, que terá o
mesmo fim que o justo também terá (e que para descobrir não é preciso nenhuma grande
revelação). Com certeza ele não teria as melhores razões do mundo para mudar
radicalmente o seu pensamento em relação à “inutilidade” de manter o coração
puro e à sua inveja à vida que os ímpios tem. Mas faz todo o sentido se ele se
referia a um destino futuro, quando os salvos herdarão a vida eterna,
mas os ímpios serão destruídos (como ele diz expressamente no salmo).
Considere por exemplo o texto de
Ezequiel onde Deus diz que “se um ímpio se desviar
de todos os pecados que cometeu e obedecer a todos os meus decretos e fizer o
que é justo e é direito, com certeza viverá, não morrerá” (Ez 18:21).
Claro que Deus não está falando que “com certeza viverá nesta vida”, porque
qualquer ímpio que se arrepende dos seus pecados morre nesta vida, assim como o
ímpio que não se arrepende. O sentido não pode ser outro senão de uma morte
futura, ou seja, um momento em que o ímpio morre, mas o justo continua vivo
(para sempre). É essa a mensagem expressa em todo o contexto:
“Teria eu algum prazer na morte do ímpio? Palavra do
Soberano, o Senhor. Ao contrário, acaso não me agrada vê-lo desviar-se dos seus
caminhos e viver? Se, porém, um justo se desviar de sua justiça, e cometer
pecados e as mesmas práticas detestáveis dos ímpios, ele deverá viver? Nenhum
de seus atos de justiça será lembrado! Por causa de sua infidelidade de que é
culpado e por causa dos pecados que ele cometeu, ele morrerá. (...) Se um justo
desviar-se de sua justiça e cometer pecado, ele morrerá por causa disso, por
causa do pecado que ele cometeu ele morrerá. Mas, se um ímpio se desviar de sua
maldade e fizer o que é justo e direito, ele salvará a sua vida. Por considerar
todas as ofensas que cometeu e se desviar delas, ele com certeza viverá, não
morrerá” (Ezequiel 18:23-28)
O Novo Testamento mantém o mesmo
contraste entre o destino de justos e ímpios, reservando a estes a destruição e
a morte. O texto mais conhecido da Bíblia, embora um dos menos compreendidos,
diz que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o
seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas
tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Jesus estabeleceu uma condição
muito clara para viver para sempre: comer o pão da vida (=crer nele): “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se
alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu
darei pela vida do mundo” (Jo 6:51).
Obviamente, Jesus não estava
falando desta vida, porque nesta vida todos morrem. É da vida futura que Jesus
falava, a vida que obteremos após a ressurreição, na qual só os salvos permanecerão
existindo para sempre.
Destruídos, mas não
aniquilados? – Ao que parece, até mesmo Geisler e Howe percebiam a fraqueza
de seu argumento, por isso inventaram uma “explicação” alternativa: a de que a
destruição não implica no fim da existência. Eles alegam: “Carros que foram sucatados já pereceram no sentido de
terem sido totalmente arruinados, mas ainda são carros, arruinados como
estejam, e ainda permanecem no cemitério de veículos”[9].
É fabuloso que os imortalistas consigam ter várias respostas diferentes para
lidar com o mesmo problema, e todas elas igualmente ruins.
É lógico que um carro continua
tendo a aparência de um carro no “cemitério de veículos”, mas ele já não
funciona mais como um carro. Já não pode ser dirigido, nem fazer coisa
alguma se não for concertado. Da mesma forma, um ser humano destruído é um
cadáver que não anda, não fala, não sente e não faz nada em absoluto no
cemitério, a não ser que seja ressuscitado. A analogia de Geisler e Howe, em
vez de refutar o aniquilacionismo, acaba provando exatamente o ponto.
Imortalistas como eles não
compreendem o que os mortalistas querem dizer com o uso do termo
“aniquilacionismo”, que, a propósito, foi cunhado pelos opositores da doutrina,
não pelos seus proponentes (que normalmente preferem usar termos como “morte” e
“destruição”, mais frequentes na Bíblia). Um ímpio destruído no geena pode não
ser aniquilado no sentido da primeira lei da termodinâmica, mas ainda assim não
existe mais como um ser vivo ou pensante. Sobre isso, Samuele
Bacchiocchi escreveu:
Alguns podem questionar o uso do
termo “aniquilamento” para o destino dos ímpios, porque a primeira lei da
termodinâmica declara que nada é destruído, mas transformado em algo diverso.
Quando os cadáveres são incinerados, sua fumaça e cinzas permanecem. Isto é
verdade, mas o que permanece não constitui mais vida humana. De uma perspectiva
bíblica, o fogo que consome os ímpios os aniquila como seres humanos.[10]
Assim como um carro destruído
que vira sucata não é mais um carro ativo, que possa andar ou funcionar, os
ímpios destruídos no geena não são mais pessoas vivas, que pensam ou sentem.
São apenas cadáveres, que em algum momento se tornarão cinzas – do pó viestes,
ao pó voltarás (Gn 3:19) –, ainda que suas propriedades não sejam “extintas” em
um aspecto químico. Por analogia, os animais destruídos na morte também não são
“aniquilados” em um aspecto químico (sua energia continua existindo, e se
transformará em outra coisa), mas são aniquilados no sentido de deixar de
existir como seres vivos, pensantes ou ativos (a não ser que os imortalistas
acreditem que eles também tem uma alma imortal incapaz de morrer ou ser
destruída).
Ademais, se o sentido de
“destruir” quando aplicado aos ímpios na Bíblia fosse apenas o que Geisler e
Howe alegam, esperaríamos ver centenas de menções à destruição atual dos
ímpios, já que eles já estão em “ruína espiritual” hoje, separados de Deus. No
entanto, todas as centenas de vezes que o termo é aplicado aos ímpios na
Bíblia, é para descrever seu estado futuro, após o julgamento (cf. Sl
1:6, 5:6, 37:38; Pv 6:15, 11:3; Is 1:28; Mt 10:28; 2Ts 1:9, etc). Isso mostra
que os escritores bíblicos não tinham a menor ideia de uma mera “destruição
moral” no sentido de estar longe de Deus, mas de uma destruição real e literal,
que os ímpios só terão ao serem aniquilados.
É curioso observar que quando os
mesmos termos hebraicos e gregos para “destruir” ou “perecer” são usados na
Bíblia em relação a coisas ou a animais, os imortalistas não hesitam em
reconhecer que se trata de uma destruição no mesmo sentido que os mortalistas entendem
que acontece aos seres humanos, aos quais são dirigidos os mesmos termos. Tome
como exemplo Sodoma e Gomorra, que a Bíblia diz que foram destruídas pelo fogo
que caiu do céu (Gn 19:25). Ninguém acredita que Sodoma e Gomorra continuaram
existindo como cidades após a destruição pelo fogo, apesar do mesmo termo usado
aqui para a destruição das cidades (haphak) ser usado também para falar
da destruição final dos ímpios em outros textos (ex: Pv 12:7).
A diferença é que os mortalistas
são honestos em aplicar o mesmo critério aos dois casos: Sodoma ao ser
destruída (haphak) não existe mais como cidade, e os ímpios ao serem
destruídos (haphak) não existirão mais como indivíduos. São os
imortalistas que violentam a exegese para salvar seus dogmas flagrantemente
antibíblicos, aplicando um critério ambíguo que depende sempre da conveniência.
Um exemplo similar da falta de coerência dos teólogos imortalistas é Lucas
17:29, onde Jesus diz que o fogo que caiu sobre Sodoma e Gomorra destruiu seus
habitantes. Aqui o verbo usado por Lucas foi apollumi, que a depender do
contexto pode significar “perder” ou “destruir”[11].
Os tradutores optaram por
traduzir por “destruir” ou “exterminar” em Lucas 17:29, porque é nítido que “destruiu
a todos” faz mais sentido do que dizer que o fogo “perdeu a todos”. Mas em
Mateus 10:18, quando o mesmo Senhor Jesus diz que os ímpios serão destruídos no
geena e Mateus usa o mesmo termo apollumi em um contexto semelhante, a
versão católica Ave Maria ousou traduzir por “precipitar”(!?) em vez de
“destruir”, e os teólogos imortalistas preferem interpretar apollumi num
sentido totalmente adverso ao de Lucas 17:29, como se estivesse indicando a
continuidade da existência, e não o seu fim.
Ou então tome como exemplo
Jeremias 10:15, que diz que as imagens de escultura perecerão no dia do
julgamento. Ninguém imagina que as imagens continuarão existindo após o
julgamento divino, como se continuássemos adorando estátuas no estado eterno.
Aqui, “perecer” é claramente identificado como a cessação da existência. No
entanto, quando o mesmo termo abad é usado dúzias de vezes para se
referir ao destino final dos ímpios (ex: Sl 1:6, 37:20, 68:2, 83:17), os
imortalistas interpretam como sendo tudo, menos a cessação da existência.
Basicamente, qualquer termo que
a Bíblia usa para descrever o fim da existência tanto de coisas como de animais
também é naturalmente usado em relação ao destino dos ímpios após o julgamento,
assim como para o fim da nossa atual existência terrestre. Mais interessante
ainda é o texto de Lucas 13:1-5, onde Jesus iguala o destino
final dos pecadores com o destino dos galileus e dos dezoito de Siloé que pereceram:
“E, naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que
lhe falavam dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus
sacrifícios. Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais
pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não
eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente
perecereis. Ou pensais que aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de
Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os outros habitantes de
Jerusalém? Não, eu vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual
modo perecereis” (Lucas 13:1-5)
Em todos esses textos, é
novamente apollumi que aparece, que claramente está no sentido de
destruir e não de perder, já que está falando de pessoas que morreram. Mas atente
ao detalhe: Jesus não apenas diz que os pecadores perecerão, mas sim que perecerão
de igual modo que os galileus que Pilatos matou e os dezoito que foram
esmagados pela torre de Siloé. Em outras palavras, o destino final dos ímpios é
claramente identificado como sendo o mesmo dessas pessoas que morreram
literalmente, o que joga por terra qualquer pretensão de dizer que
“perecer” aqui se refere apenas a uma “morte espiritual”, “ruína” ou “carro no
cemitério”.
Se o destino final dos ímpios
não fosse uma morte física e literal da mesma forma que os citados por Jesus,
ele não teria dito que os ímpios pereceriam de igual modo, mas sim que
pereceriam de um modo diferente daqueles, uma vez que aqueles morreram
física e literalmente, e os ímpios supostamente morrerão apenas em um sentido
espiritual e não-físico. Ao igualar o modo como ambos perecerão, Jesus
claramente indica que a sorte final dos ímpios não é de uma categoria diferente
da morte física que os galileus e os habitantes de Siloé experimentaram.
Mesmo que algum imortalista
tente dizer que a morte dos galileus e dos dezoito de Siloé foi uma separação
da alma do corpo, e não a cessação da existência do ser consciente, isso ainda
não faz jus ao texto, que iguala o tipo de morte de ambos. Isso porque nenhum
imortalista diz que a segunda morte é uma segunda separação da alma do corpo,
como se a alma dos ímpios se religasse ao corpo por ocasião da ressurreição e
depois o deixasse novamente, para sofrer eternamente desencarnada no inferno. E
se a morte dos ímpios não é uma nova separação da alma do corpo, obviamente não
é disso que Jesus falava ao se referir à morte dos galileus e dos dezoito
habitantes de Siloé, que é o mesmo tipo de morte que os ímpios experimentarão.
A equivalência também não
consiste na forma da morte, porque os galileus morreram de um jeito
(martirizados por Pilatos), e os de Siloé de outro (esmagados por uma torre que
caiu sobre eles). Portanto, a equivalência que Jesus impõe só pode se referir à
natureza da morte, que é igual para ambos: a cessação da existência para os
galileus e os habitantes de Siloé, que é a mesma cessação da existência dos
homens ímpios após o juízo. Assim, ao igualar a natureza da morte, Jesus
prova acima de qualquer dúvida que ele entendia a destruição final dos ímpios
como uma destruição tão real e literal quanto a dos galileus e dos habitantes
de Siloé que pereceram fisicamente.
Em suma, as palavras usadas pelos
escritores bíblicos do Antigo e do Novo Testamento para designar a destruição
final dos ímpios são as mesmas que eles usam ao se referir à morte de animais,
à morte física nesta vida e à destruição total de coisas como o templo (Is
64:11), uma casa (Pv 14:11), utensílios (2Cr 36:19) ou os muros de uma cidade
(Is 25:12). A razão pela qual os autores da Bíblia não hesitavam em usar os
mesmos termos técnicos rotineiramente usados para designar o fim da existência
é porque eles sabiam que o destino dos ímpios era, de fato, a cessação da
existência do ente racional, não sua continuidade por toda a eternidade.
Os mesmos substantivos e verbos que
sempre foram usados no mundo grego para designar a aniquilação foram amplamente
usados pelos apóstolos, o que dificilmente aconteceria se eles quisessem passar
o sentido contrário. O que um estoico ou um epicurista, que criam na cessação
da existência, pensariam ao ver os escritores bíblicos usando sem reservas
termos como apollumi, apoleia, apothnesko, phthora e exolothreuo
para designar o destino final dos ímpios – as mesmas palavras que os estoicos e
epicuristas usavam para designar o fim da existência?
O mínimo que deveríamos esperar
seria que evitassem ao máximo o uso desses termos em relação ao destino dos ímpios,
e em vez disso fizessem questão de usar palavras como kakopatheo, odin, basanos, ponos e pathema, que
são os termos utilizados nos textos do Novo Testamento que falam de tormento, dor
ou sofrimento (cf. 1Pe 1:11; 2Tm 2:3; Tg 5:10; Mt 4:24, 24:8; Ap 21:4), mas que
nunca são usados para designar o destino eterno dos ímpios[12].
Exterminados – Os escritores bíblicos tinham plena consciência
disso, e mesmo assim fizeram questão de ressaltar por diversas vezes que os
ímpios serão completamente exterminados. Isaías diz que “a nação e o reino que não a
servirem perecerão; serão totalmente exterminados” (Is 60:12). Naum
declara que “o ímpio não tornará mais a passar por
ti [Judá]; ele é inteiramente exterminado” (Na 1:15). Uma vez que os
perversos continuaram invadindo Judá depois disso, é evidente que Naum falava
de um futuro escatológico, que se cumpre no estado eterno.
Os salmos também estão repletos
da mesma mensagem. O salmista diz que “os maus
serão exterminados, mas os que esperam no Senhor receberão a terra por herança”
(Sl 37:9). Aqui, novamente, o contraste com a vida eterna dos justos
mostra que o extermínio dos ímpios não se refere à morte nesta vida, mas à
segunda morte, a morte final e definitiva. Ele também diz que “o Senhor guarda a todos os que o amam; porém os ímpios
serão exterminados” (Sl 145:20). É difícil pensar em alguém exterminado
que continua vivo, mas os imortalistas conseguem essas façanhas. Afinal, vale
tudo para salvar a “ortodoxia”.
Em Ezequiel, Deus diz ao ímpio: “Quando eu o extinguir, cobrirei o céu e escurecerei as
suas estrelas; cobrirei o sol com uma nuvem, e a lua não dará a sua luz” (Ez
32:7). O sol se escurecer e a lua não dar sua luz são coisas que não
aconteceram ainda, o que remete a um futuro escatológico. O que acontecerá com
os ímpios depois disso? Continuarão existindo para sempre? Parece que não. Se
levarmos as palavras do Senhor a sério, eles serão simplesmente extintos.
Nós dizemos que uma espécie entrou em extinção quando ela não existe mais. Os
ímpios serão uma “espécie” extinta na eternidade, porque não mais existirão.
Não é preciso ser um gênio para
perceber a simplicidade e a clareza da mensagem bíblica, embora seja preciso verdadeiros
malabarismos de Cirque du Soleil para conciliar todos esses textos com a
doutrina do tormento eterno. De fato, a clareza das Escrituras em relação à destruição
total dos perdidos é tanta que a única dúvida que nos resta é como eles
perecerão. E é aqui que entra um componente que os imortalistas falam muito,
mas entendem pouco: o fogo.
Consumidos – Os
imortalistas gostam de falar do “fogo do inferno”, mas ignoram e pervertem sua
real finalidade. À luz da Bíblia, o fogo não é enviado por Deus para atormentar
os pecadores para sempre, mas para consumi-los completamente. Em outras
palavras, Deus usa o fogo para pôr um fim à existência do ímpio, não para prolongá-la
eternamente. Para os imortalistas, os ímpios ressuscitam em corpos
incorruptíveis, pois só assim podem ser eternamente refratários ao fogo. Geisler
e Howe, por exemplo, dizem explicitamente que “o
corpo da pessoa ressuscitada não será consumido no inferno”[13].
Tertuliano, que pode ser
considerado o pai do tormento eterno, disse que “o
fogo não consome o que queima, mas enquanto queima repara”[14].
Agostinho, que tornou este ensino popular, comparava o fogo do inferno à sarça ardente,
que queimava, mas não se consumia (Êx 3:2). Essa noção é imprescindível para os
imortalistas, pois se o fogo realmente consome os pecadores, eles não poderiam
existir para sempre em um corpo imortal e incorruptível, capaz de resistir ao
fogo para sempre. O problema é que não há nada tão claro na Bíblia quanto o
fato de que os ímpios serão consumidos pelo fogo, o qual não será nada parecido
com o da sarça ardente.
Já vimos que essa noção cai por
terra em textos como Gálatas 6:8, que diz que os salvos terão uma vida eterna,
enquanto os ímpios colherão phthora (corrupção/destruição). Um corpo
incorruptível não pode ser consumido, mas há dezenas de textos bíblicos
afirmando da forma mais enfática e insofismável possível que os ímpios serão
consumidos pelo fogo de Deus, assim como os cinquenta soldados consumidos pelo
fogo que caiu do céu a pedido de Elias (2Rs 1:10) e os dois filhos de Arão que ascenderam
fogo estranho perante o Senhor, que fez “sair fogo
da sua presença, e os consumiu. Morreram perante o Senhor” (Lv
10:1-2).
O salmista diz que “sobre os
ímpios Deus fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a
porção do seu copo” (Sl
11:6). Ao ler este texto, um imortalista é facilmente levado a pensar que o
“fogo e enxofre” remetem ao “lago de fogo” do qual João falou, onde os ímpios
sofrerão por toda a eternidade. No entanto, basta ler os outros salmos escritos
pelo mesmo autor (o rei Davi) para perceber claramente como essa
definitivamente não era a ideia que ele tinha em mente. No Salmo 21, por
exemplo, ele diz que “no dia em que te
manifestares farás deles uma fornalha ardente. Na sua ira o Senhor os devorará,
um fogo os consumirá” (Sl 21:9).
Em outras palavras, a função do
fogo que cairá do céu não é manter os ímpios queimando conscientes para todo o
sempre, mas devorá-los até que sejam totalmente consumidos. De modo
ainda mais enfático, ele diz: “Consome-os em tua
ira, consome-os até que não mais existam. Então se saberá até os confins
da terra que Deus governa Jacó” (Sl 59:13). Como se não bastasse dizer
que os ímpios serão consumidos, o salmista acrescenta que serão consumidos até
que não mais existam. Eu francamente duvido ser possível se expressar
de forma mais clara do que isso. A não ser que alguém tenha uma vontade inexplicavelmente
sádica de enganar a si mesmo, é evidente que para o salmista a função do fogo
era aniquilar os pecadores, em vez de preservá-los em existência eterna.
Compreender essa verdade torna
muito mais simples de entender os textos do Novo Testamento que falam do fogo
do geena, vulgarmente traduzido como “inferno” em nossas Bíblias. Por exemplo, compare
a famosa declaração de Jesus sobre o “choro e ranger de dentes” com o que o
salmista escreveu muitos séculos antes:
Lucas 13:28
|
Salmos 112:10
|
“Ali
haverá choro e ranger de dentes, quando vocês virem Abraão, Isaque e Jacó e
todos os profetas no Reino de Deus, mas vocês excluídos”
|
“O
ímpio o verá, e se entristecerá; rangerá os dentes, e se consumirá; o desejo
dos ímpios perecerá”
|
Os dois textos descrevem a
reação dos ímpios ao ver os justos na vida (“quando vocês virem”; “o ímpio o
verá”), ambos descrevem sua lamentação (“choro”; “se entristecerá”), e ambos
dizem que o ímpio irá “ranger os dentes”. Não é preciso ser um Sherlock Holmes
para perceber que Jesus estava aludindo justamente a este salmo. É preciso
entender que Jesus era um judeu que tinha um amplo domínio das Escrituras, e
que falava a um público judeu também familiarizado com os escritos do Antigo
Testamento. Por isso, muitas de suas advertências aos judeus aludem a trechos
da Escritura que eles conheciam muito bem, e este é um dos exemplos mais
notórios.
Ao aludir ao Salmo 112:10, Jesus
estava chancelando-o, mostrando a todos que a mensagem continuava tão válida
quanto nos dias do salmista. Mas note que, apesar do “choro e ranger de dentes”
ser interpretado pelos imortalistas de nossos dias como uma referência ao
sofrimento eterno no inferno, o salmo do qual Jesus tirou essa informação diz precisamente
o contrário: o ímpio se entristece e range os dentes, “e
se consumirá” (Sl 112:10). O que acontece após o choro e ranger de
dentes não é uma vida eterna no inferno, mas sua aniquilação pelo fogo.
Como observa Bacchiocchi, “aqui o salmista claramente indica que o ranger de dentes
é o resultado do juízo dos ímpios, que, por fim, resulta em sua destruição”[15].
Note ainda que nem Jesus nem o salmista disseram que o “choro e ranger” de
dentes é por causa de um sofrimento eterno no inferno, mas sim que o ímpio se
entristece e range os dentes por ver o justo salvo, e ele não. Sua
exclusão do Reino antecede imediatamente sua destruição pelas chamas do fogo
devorador de Deus, e é isso que os leva a ranger os dentes, não uma tortura no
quinto dos infernos.
Os imortalistas conseguiram a
proeza de transformar um lugar de destruição pelo fogo em um lugar de
vida, e de vida eterna. Isso mostra até que ponto eles estão comprometidos a
perverter os textos mais simples a fim de impor a eles um significado que lhes
é completamente estranho, e estranho também a toda a concepção judaica baseada
no Antigo Testamento. Outro exemplo de como os autores do Novo Testamento
costumavam citar imagens do Antigo para respaldar sua visão sobre o destino dos
ímpios é Gogue e Magogue, duas nações escatológicas citadas por Ezequiel e ecoadas
por João no Apocalipse.
Em Ezequiel, Deus diz que “mandarei fogo sobre Magogue e sobre aqueles que vivem em
segurança nas regiões costeiras, e eles saberão que eu sou o Senhor” (Ez
39:6). Alguém poderia pensar que este fogo é o fogo do inferno imortalista de
tormento eterno, o que é nitidamente refutado pelo contexto, que deixa claro
que a função do fogo é consumir os inimigos de Deus até que eles se tornem
cadáveres:
“Nos montes de Israel você cairá, você e todas as suas
tropas e as nações que estiverem com você. Eu darei você como comida a todo
tipo de ave que come carniça e aos animais do campo” (Ezequiel 39:4)
A ave que o texto cita não come
almas incorpóreas que sofrem tormento consciente, mas carniça. Essa
verdade é reiterada à risca no Apocalipse, onde Gogue e Magogue, representando
a multidão de ímpios em todas as partes, se reúnem para batalhar contra o
Cordeiro e os santos (Ap 20:7-9), mas são totalmente consumidas pelo fogo que
cai do céu: “E subiram sobre a largura da terra, e
cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu,
e os consumiu” (Ap 20:9).
Em ambos os casos temos Gogue e
Magogue se levantando contra o Senhor no tempo do fim, em ambos os casos um
fogo cai do céu, e em ambos os casos esse fogo os consume. Isso mostra que o
Novo Testamento compartilha a mesma visão judaica veterotestamentária em
relação à morte dos ímpios pelo fogo, em vez de ensinar alguma inovação na
contramão de centenas de textos inspirados que Deus deixou ao Seu povo. Essa
verdade é expressa em letras cristalinas pelo autor de Hebreus, que escreve:
“Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que
recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas
tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que há de
devorar os rebeldes” (Hebreus 10:26-27)
O termo grego aqui usado pelo
autor de Hebreus é esthio, que significa «devorar, consumir». Dificilmente
existiria uma palavra mais forte para designar um corpo completamente consumido
e devorado pelas chamas, em vez de “um fogo que não consome”. Como comenta
Bacchiocchi, “o autor explicitamente declara que os
que perecem em pecado contra Deus por fim experimentarão o juízo de um fogo
vingador que os irá consumir. Observem que a função do fogo é consumir
os pecadores, e não os atormentar por toda a eternidade. Esta verdade é
coerentemente reiterada por toda a Bíblia”[16].
O autor de Hebreus conhecia bem
o Antigo Testamento, assim como seu público-alvo. Como um bom estudioso do
Antigo Testamento, ele certamente conhecia textos como Isaías 26:11, que diz
que “o fogo reservado para os adversários do Senhor
os consumirá”. Note a semelhança com o texto de Hebreus, que diz
que o fogo há de devorar os rebeldes. O autor de Hebreus também certamente
conhecia Isaías 29:6, que diz que “repentinamente,
num instante, o Senhor dos Exércitos virá com trovões e terremoto e estrondoso
ruído, como tempestade e furacão e chamas de um fogo devorador” (Is 29:6).
Mais uma vez, Isaías diz que “sem dúvida eles são como restolho; o fogo os consumirá” (Is
47:14). Até Naum sabia que “embora estejam
entrelaçados como espinhos e encharcados de bebida como bêbados, serão
consumidos como a palha mais seca” (Na 1:10). O relato de Malaquias é
ainda mais impressionante, pois enfaticamente afirma que o fogo do Senhor
consumirá os ímpios a ponto de “não sobrar nem raiz nem ramo”, uma metáfora em
nada condizente com alguém que continua vivo para sempre com um corpo incorruptível:
“Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha;
todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o
dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não
lhes deixará nem raiz nem ramo” (Malaquias 4:1)
É surpreendente que com tantos
textos dizendo explicitamente que os ímpios serão consumidos, os imortalistas
ainda assim insistam que não serão. É o tipo de coisa que ultrapassa todos os
níveis de teimosia conhecidos. A razão pela qual eles não podem admitir o óbvio
daquilo que a Bíblia diz (de que o fogo consumirá os ímpios) é porque isso põe
em xeque seu ensino de que os ímpios ressuscitam em corpos incorruptíveis, que
é essencial para sustentar a imortalidade em meio aos piores tormentos e torturas
físicas por toda a eternidade sem fim.
Pó e cinzas – À luz do
testemunho bíblico unânime, o fogo do qual os imortalistas tanto falam fora de
contexto não atormenta ninguém para sempre, mas, ao contrário, consome os
ímpios até o ponto de se tornarem cinzas. Essa verdade é explicitamente retratada
em Isaías, que diz que “os seus
muitos inimigos se tornarão como o pó fino, as hordas cruéis, como palha
levada pelo vento” (Is
29:5). O verso seguinte explica como isso acontece: “O
Senhor dos Exércitos virá com trovões e terremoto e estrondoso ruído, com
tempestade e furacão e chamas de um fogo devorador” (v. 6).
Em outras palavras, aqui vemos os efeitos do «fogo
devorador», que, longe de manter a pessoa viva, cumpre exatamente aquilo que se
propõe: devorar, até que os inimigos de Deus se tornem como o
pó fino. Malaquias não podia ser mais específico quanto a isso quando diz
que “pisareis
os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia
que estou preparando, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 4:3). Os salvos
não vão pisar em almas incorpóreas ou em corpos incorruptíveis e imortais, mas
nas cinzas dos ímpios que já foram aniquilados.
Referindo-se àqueles que o
rejeitam, Jesus disse que “aquele que cair sobre
esta pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido
a pó” (Mt 21:44). O paralelismo mostra que “ser despedaçado” é o
mesmo que ser “reduzido a pó”, que aqui é ilustrado pelos efeitos da Rocha
(Cristo) que os esmaga. Ninguém se expressou em termos mais claros e de forma
mais cabal quanto a isso do que Pedro, que não apenas disse que os ímpios serão
reduzidos às cinzas, mas ainda iguala o destino deles com o de Sodoma e
Gomorra, que foram literalmente extintas:
“Também condenou as cidades de Sodoma e Gomorra,
reduzindo-os as cinzas, tornando-as como exemplo do que acontecerá com os
ímpios” (2ª Pedro 2:6)
A comparação de Pedro não
poderia ser mais precisa: ele cita o que aconteceu com Sodoma e Gomorra, não
porque citava duas cidades aleatórias ao acaso entre tantas outras que poderia
citar como exemplo, mas porque Sodoma e Gomorra foram completamente destruídas
pelo fogo consumidor que Deus fez cair do céu, que é exatamente o mesmo que Ele
fará com os ímpios após o juízo. Pedro diz que o que Deus fez com essas duas
cidades é o mesmo que acontecerá com os ímpios, o que só pode significar que a
destruição dos ímpios é tão plena, física e literal quanto a de Sodoma e
Gomorra.
De todas as formas possíveis de
se descrever uma aniquilação, nenhuma é mais precisa que as cinzas: as cinzas
não falam, não andam, não sentem, não sofrem, não tem consciência alguma. Elas
são precisamente aquilo que há de menor entre as coisas que os escritores
bíblicos viam e conheciam, e por isso caíam como uma luva na descrição de
alguém que foi aniquilado e não mais existe. Além disso, ser reduzido às cinzas
é precisamente o que acontece a um corpo humano, especialmente após ser
consumido pela ação do fogo – que é justamente o que vimos que acontecerá com
os ímpios.
É difícil imaginar uma cinza
imortal, incorruptível, eterna e consciente, e a razão pela qual isso é difícil
de se pensar é precisamente porque tal coisa é impossível. Pedro sabia
perfeitamente bem disso, e é simplesmente ridículo supor que ele diria tal
coisa a um público judeu e grego que em grande parte aceitava o aniquilacionismo
como o destino dos ímpios, se não quisesse respaldar essa mesma crença. As
tentativas de se refutar a clareza de 2ª Pedro 2:6 como uma prova óbvia do
aniquilacionismo são muito piores do que você possa imaginar. Para eles, Pedro
não falava literalmente quando dizia que os ímpios serão reduzidos às cinzas,
mas as cinzas são apenas uma “alegoria” para se falar de um estado de “ruína
espiritual” dos que estão no inferno.
Se é assim que devemos
interpretar o texto, por que Pedro cita como exemplo duas cidades que foram literalmente
e fisicamente reduzidas às cinzas, e, pior do que isso, diria que o que
aconteceu a essas cidades é aquilo que acontecerá aos ímpios? Neste caso, Pedro
deveria citar como exemplo cidades que não haviam sido literalmente destruídas
até literalmente serem reduzidas às cinzas, mas sim cidades submetidas à “ruína
espiritual”, entre as quais não faltariam exemplos a ser citados. Em vez disso,
ele faz questão de citar justamente as únicas duas cidades em toda a Bíblia que
foram literalmente reduzidas às cinzas por um fogo que o próprio Deus mandou do
céu, e que não mais existiam na época em que Pedro escrevia (o lugar é hoje o
mar Morto).
Ademais, se Pedro estivesse
falando apenas de uma “ruína espiritual”, ele não diria que os ímpios serão reduzidos
às cinzas, já que eles espiritualmente já seriam “cinzas” (ruína espiritual)
hoje. Se ele fala daquilo que acontecerá aos ímpios, então se refere a
uma condição na qual os ímpios não se encontram atualmente. Uma vez que os
ímpios já estão em ruína espiritual, isso obviamente não pode ser o
significado das “cinzas”; do contrário, o texto diria que os ímpios já se
tornaram cinzas. Como ele coloca como algo que acontecerá no futuro, só pode se
referir a um tipo de destruição que eles ainda não experimentam hoje – a
destruição física total, que faz das cinzas não uma metáfora para a ruína
espiritual, mas uma descrição tão real e literal quanto a do exemplo que ele
citou (de Sodoma e Gomorra).
O que os imortalistas querem nos
convencer é que “se tornar cinzas” é um retrato fiel de um ímpio que hoje tem
um corpo corruptível e mortal, mas que no futuro terá um corpo incorruptível e
imortal. Pedro certamente se reviraria no túmulo se soubesse que “ser reduzido
às cinzas” seria interpretado no futuro como uma vida eterna em um corpo
imortal que não está sujeito à corrupção, na interpretação dos grandes teólogos
imortalistas. Isso é mais do que cuspir no texto bíblico: é insultar a
inteligência do leitor, por mais condicionado que esteja a aceitar como verdade
a doutrina do tormento eterno, na qual foi diligentemente doutrinado por toda a
vida.
O texto é claro: os ímpios serão
reduzidos às cinzas igual as cidades de Sodoma e Gomorra foram. Se alguém
quiser alegorizar a destruição dos ímpios aqui, terá também que tratar como
alegórica a destruição de Sodoma e Gomorra, o que eu não duvido que façam para
salvar a doutrina do sofrimento eterno. O que Pedro estaria dizendo então é que
os ímpios serão alegoricamente reduzidos às cinzas da mesma forma que as duas
cidades alegoricamente viraram cinzas, o que faz todo o sentido, só que não.
De fato, alegorizar o destino
dos ímpios em um texto como este é literalmente zombar da inteligência de
qualquer pessoa alfabetizada, além de transformar Pedro num esquizofrênico que
não sabia se expressar corretamente, usando as piores analogias possíveis para
ilustrar um ponto (neste caso, o tormento eterno no inferno). A alusão a Sodoma
e Gomorra seria um exemplo extremo de como não se usar uma analogia, uma
vez que o objetivo da mesma seria dizer exatamente o inverso daquilo que está
sendo ilustrado, como no quadro abaixo:
O que o texto
diz
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Interpretação mortalista
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Interpretação imortalista A
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“Também
condenou as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-os as cinzas, tornando-as
como exemplo do que acontecerá com os ímpios” (2ª Pedro 2:6)
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Sodoma
e Gomorra são um exemplo do que acontecerá com os ímpios, porque elas foram
reduzidas às cinzas, assim como eles serão.
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Sodoma
e Gomorra são um exemplo do que acontecerá com os ímpios, porque elas foram espiritualmente
e/ou alegoricamente reduzidas às cinzas, assim como eles serão.
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Interpretação imortalista B
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Interpretação imortalista C
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Interpretação imortalista D
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Sodoma
e Gomorra são um exemplo do que acontecerá com os ímpios, porque elas estão
queimando no inferno para sempre, assim como eles.
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Sodoma
e Gomorra são um exemplo do que acontecerá com os ímpios, porque elas existem
até hoje incorruptivelmente, assim como eles existirão por toda a eternidade.
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Sodoma
e Gomorra são um exemplo do que não acontecerá com os ímpios: elas
foram reduzidas às cinzas, mas os ímpios estarão com corpos incorruptíveis
para sempre.
|
Não posso subestimar a
possibilidade de alguém interpretar que os ímpios se tornarão cinzas mesmo, mas
uma cinza imortal, que fala, que sente, que sofre e tem uma alma. Em se
tratando de teologia imortalista, há mais espaço para malabarismos do que num
picadeiro de circo, bastando usar a imaginação e deixá-la fluir.
Vale lembrar ainda que a Bíblia
nunca diz que alguma coisa ou alguém virou cinzas em um sentido de mera ruína
espiritual. Sempre que isso acontece, é para se referir a algo ou alguém que é literalmente
e fisicamente reduzido às cinzas, como fruto da ação do tempo ou da ação de
alguém. Tome como exemplo o texto em que Moisés destrói o bezerro de ouro,
dizendo: “Então peguei o bezerro, o bezerro do
pecado de vocês, e o queimei no fogo; depois o esmigalhei e o moí até virar
pó, e o joguei no riacho que desce do monte” (Dt 9:21). Tanto
“esmigalhar” como “virar pó” são coisas que a Bíblia diz que acontecerá com os
ímpios, e que aqui se refere à destruição literal do ídolo criado pelos
israelitas.
Quando um homem morre, é dito
que ele volta ao pó: “Com o suor do seu rosto você
comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você
é pó e ao pó voltará” (Gn 3:19). A razão pela qual voltamos ao pó é
óbvia: quando morremos, nosso corpo lentamente se decompõe até o ponto de virar
pó, o mesmo material do qual o homem foi feito (Gn 2:7). Por isso Jó, que se
via à beira da morte, pergunta a Deus: “Lembra-te
de que me moldaste como o barro, e agora me farás voltar ao pó?” (Jó
10:9). Virar pó ou ser reduzido às cinzas sempre foi entendido na Bíblia num
sentido literal e físico, associado à morte biológica ou à destruição de algo.
Cessação da existência – Os
escritores bíblicos tinham tanta consciência do significado de ser reduzido às
cinzas que não hesitaram em dizer explicitamente que os ímpios deixarão de
existir, que é exatamente a definição de aniquilacionismo. O salmista diz
sem rodeios: “Sejam os pecadores da terra
eliminados e deixem de existir os ímpios” (Sl 104:35). Da mesma forma,
Salomão escreve: “Passada a tempestade o ímpio já
não existe, mas o justo permanece firme para sempre” (Pv 10:25).
Obviamente, ele não falava de
uma simples tempestade do dia a dia, pois nenhum justo tem uma vida eterna e
tampouco os ímpios morrem após uma tempestade, como se o objetivo do autor
fosse dizer que Deus atinge os ímpios com raios. A “tempestade” que ele se
refere é a própria vida terrena, após a qual o ímpio não mais existirá,
mas o justo permanecerá para sempre. Este fato é reiterado por Obadias, que
fala do fim de Edom como o fim de todos os inimigos de Deus, que deixarão de
existir após o «dia do Senhor»:
“Pois o dia do Senhor está próximo para todas as nações.
Como você fez, assim lhe será feito. A maldade que você praticou recairá sobre
você. Assim como vocês beberam do meu castigo no meu santo monte, também todas
as nações beberão sem parar. Beberão até o fim, e serão como se nunca tivessem
existido. Mas no monte Sião estarão os que escaparam; ele será santo e a
descendência de Jacó possuirá a sua herança. A descendência de Jacó será um
fogo, e a de José uma chama; a descendência de Esaú será a palha. Eles a
incendiarão e a consumirão. Não haverá sobreviventes da descendência de Esaú,
declara o Senhor” (Obadias 15-18)
O «dia do Senhor», a respeito do
qual Obadias inicia o verso 15, é identificado no Novo Testamento como o dia do
juízo (At 2:20; 2Pe 3:10; 1Co 5:5). Note que Obadias não diz que os ímpios continuarão
existindo para sempre depois disso, mas que serão como se nunca tivessem existido.
Para nós é difícil imaginar a inexistência, pois só conhecemos a experiência da
existência. Talvez o melhor jeito de tentar entender o que acontecerá com os
ímpios é compreender que eles serão o mesmo que eram antes de serem concebidos:
nada.
Assim como não existiam antes de
virem ao mundo, não existirão depois do juízo. Ou, para usar as palavras do
profeta, serão como se nunca tivessem existido. É difícil imaginar como
alguém pode vir a ser “como se nunca tivesse existido”, se ele continuará existindo
para sempre. É um daqueles paradoxos que só a ginástica mental dos teólogos
imortalistas é capaz de explicar. Note ainda como o verso 18 diz que os ímpios deixarão
de existir: incendiados e consumidos!
Mais fantástica ainda será a
ginástica que explicará de que modo alguém que é reduzido a nada
continua vivo em um corpo imortal e incorruptível para sempre:
“Todos os que o odeiam certamente serão humilhados e
constrangidos; aqueles que se opõe a você serão como o nada e perecerão.
Ainda que você procure os seus inimigos, você não os encontrará. Os que
guerreiam contra você serão reduzidos a nada” (Isaías 41:11-12)
Ser “reduzido às cinzas” e ser
“reduzido a nada” são duas formas diferentes de dizer a mesma coisa: que os
ímpios não mais existirão. Não à toa, Jeremias diz: “Corrige-me,
Senhor, mas somente com justiça, não com ira, para que não me reduzas a nada” (Jr
10:24). Jeremias sabia que se ele se desviasse dos caminhos do Senhor ele
receberia a punição, e também sabia que essa punição não era uma eternidade de
torturas infernais, mas ser reduzido a nada – deixar de existir. Por
essa razão o salmista diz que os ímpios serão “tirados
do livro dos vivos” (Sl 69:28), o que significa ser apagado da
existência.
Se o nome dos ímpios não estará
no livro dos vivos, em que livro estará? Jeremias nos dá a resposta. Adivinhe: “Todos os
que abandonarem o Senhor sofrerão vergonha; aqueles que se desviarem de ti terão
os seus nomes escritos no pó, pois abandonaram o Senhor, a fonte de água
viva” (Jr
17:13). Sim, no pó! Enquanto os salvos têm seus nomes escritos no livro da vida
(Ap 3:5) – porque permanecerão vivos para sempre –, os ímpios terão seus nomes
escritos no pó, que é justamente o destino tão falado por Pedro e pelos
profetas – e não no inferno, onde supostamente viverão para sempre, segundo os
imortalistas. Uns vivem para sempre e tem seus nomes escritos no livro da vida;
os outros são reduzidos às cinzas e tem seus nomes escritos no pó. Impossível
ser mais claro.
Morte física ou “espiritual”? – Em vista disso tudo,
não podemos concluir outra coisa senão que a morte final que a Bíblia tanto
fala a respeito dos ímpios é uma morte física, real, completa e literal; não
uma metáfora, não uma espiritualização, não simplesmente um afastamento de Deus,
mas a cessação da própria existência. Morte é por definição o inverso da vida,
e assim deve ser entendido antes de tudo. Dizer que “morte” na Bíblia significa
a separação da alma do corpo é violar o conceito de morte, ainda mais quando
observamos que a mesma palavra muwth usada para a morte humana é também
usada para a morte dos animais (Jr 21:6), e eu não conheço nenhum exegeta
imortalista que sustente que a morte dos animais também consiste na separação
da alma do corpo.
Mais do que isso, como vimos no capítulo 3, Salomão
iguala a morte dos homens e dos animais em absoluto:
“O
destino do homem é o mesmo do animal; o mesmo destino os aguarda. Assim como
morre um, também morre o outro. Todos têm o mesmo fôlego de vida; o homem não
tem vantagem alguma sobre o animal. Todos vão para o mesmo lugar; vieram todos
do pó, e ao pó todos retornarão” (Eclesiastes 3:19-20)
Geisler e Howe alegam que “a
palavra ‘morte’ na Bíblia não deve ser entendida como aniquilação, mas como
separação”[17]. Se isso é
verdade, o que Salomão estaria dizendo é que o homem “se separa” assim como o
animal “se separa”, o que não parece fazer muito sentido (porque não faz). O
único significado aceitável para “morte” aqui é o inverso de vida, ou seja: a cessação
da existência. Neste caso, faz todo o sentido dizer que assim como morre (deixa
de existir) o homem, assim também morrem (deixam de existir) os animais.
A razão pela qual os imortalistas impõem o significado
de “separação” para a morte em se tratando dos homens e assumem o significado
natural de cessação de existência quando o mesmo termo é usado no
mesmo contexto e de forma totalmente simétrica em relação aos animais não é
por qualquer motivo gramatical ou hermenêutico, mas apenas porque partem do
pressuposto de que os homens possuem uma alma imortal que se liberta do corpo
na morte. Assim, ao invés de extrair dos textos o seu verdadeiro significado,
eles inserem nos textos aquilo que não está ali, mas que é necessário
estar para sustentar sua pressuposição antibíblica. Isso é precisamente no que
consiste a eisegese, que é o oposto à exegese.
Biblicamente falando, é mais do que claro que a morte
dos ímpios da qual os autores tanto se referem não é uma separação da alma do
corpo (o que tornaria sua ressurreição completamente sem sentido), e tampouco
uma mera “ruína espiritual”. A morte é entendida no mesmo sentido da cessação
da existência; ou seja, em seu significado primordial e básico, do qual
dependem todos os outros. É neste sentido que Isaías diz que Deus “julgará com
justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra; e ferirá a
terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio” (Is
11:4). Em descrição semelhante, Sofonias diz que “o
sangue deles será derramado como poeira, e suas entranhas como lixo” (Sf
1:17), e o salmista diz que Deus “julgará as
nações, amontoando os mortos e esmagando governantes em toda a extensão da
terra” (Sl 110:6).
Essa verdade é ressaltada muitas
vezes no Novo Testamento, onde lemos que “o salário
do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo
Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23). Neste texto, a morte dos ímpios como
consequência de seus pecados é colocada em antítese com a vida eterna que os
salvos desfrutam. Uma vez que a vida eterna não é meramente “qualitativa” no
sentido de estar espiritualmente “vivo”, mas uma vida real e literal, a única
conclusão honesta que podemos chegar é que a morte ali também não é apenas
“qualitativa” no sentido de uma “morte espiritual”, mas uma morte real e
literal daqueles que não foram agraciados com uma vida eterna.
Exigir que a vida eterna neste
texto é literal, mas que a morte citada como antítese no mesmo texto é somente
espiritual, é um exemplo notório de desonestidade intelectual. Se é escandaloso
interpretar a vida eterna como uma vida apenas espiritual e não como uma vida
real a ser desfrutada literalmente, deveria ser igualmente escandaloso
interpretar a morte neste texto como se referindo a uma morte puramente
espiritual, em vez de uma morte real e literal – a cessação da existência e o
inverso da vida, que justamente por isso é contrastada com ela.
Tiago diz que “aquele que fizer converter do erro do seu caminho um
pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados”
(Tg 5:20). Tiago não falava da primeira morte, a que passamos ao final desta
vida, porque nesta vida todos morrem. A morte da alma aqui diz respeito à segunda
morte, aquela que só os ímpios experimentam, após a ressurreição e o juízo
divino (Ap 21:8). O que ele está dizendo é que, quando convertemos alguém à fé,
livramos a alma-psiquê dessa pessoa da morte eterna, porque nem corpo
nem alma estão imunes à destruição no geena.
O próprio Senhor Jesus
condicionou a vida eterna a crer nele, quando disse: “Eu
sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e
quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente” (Jo 11:25-26). Na
Bíblia, diferentemente do dualismo platônico, viver para sempre é um privilégio
concedido aos salvos, não uma possessão natural. Os ímpios não obtêm
imortalidade para viver para sempre, mas precisamente o seu oposto: a morte,
estado do qual jamais retornarão (por isso mesmo chamada de “morte eterna”).
A única razão pela qual
costumamos interpretar textos como estes como se referindo ao tormento eterno
no inferno é por causa de toda a doutrinação religiosa à qual estivemos
submetidos por toda a vida, não porque o termo “morte” carregue em si mesmo a
conotação clara de um tormento eterno e consciente (de alguém que não morre), algo
que só pode ser defendido com piruetas argumentativas que tem como único
propósito negar o significado expresso nitidamente nos textos. Provar que
“morte” nestes textos significa “morte mesmo” é uma tarefa tão ardorosa quanto
provar que a grama é verde ou que 2+2=4 para quem insiste em dizer que não.
Mesmo quando a Bíblia fala de
“morte espiritual”, ela não está falando de outra coisa senão da morte física futura
tratada como uma realidade presente. Não poucas vezes a Bíblia se refere a
coisas futuras como se fossem presentes, como uma antecipação daquilo que está
por vir. Por exemplo, Paulo diz que “Deus nos
ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em
Cristo Jesus” (Ef 2:6). Evidentemente, a ressurreição e a posse das
moradas eternas é algo futuro, mas Paulo trata como se fosse presente, porque é
aquilo que nos espera hoje.
O salmista faz a mesma coisa
quando diz que “quando subiste em triunfo às
alturas, levaste cativo muitos prisioneiros; recebeste homens como dádivas, até
mesmo rebeldes, para estabeleceres morada, ó Senhor Deus” (Sl 68:18).
Embora o salmista escreva como se o fato já tivesse ocorrido, Paulo, ao citar o
mesmo texto, diz que aquilo aconteceu quando Jesus ressuscitou dos mortos (Ef
4:8-12), algo que ainda não tinha ocorrido quando o salmista escreveu o texto.
O profeta Isaías diz acerca de
Tiro: “Pranteiem, vocês, navios de Társis; destruída
está a sua fortaleza!” (Is 23:14). No entanto, isso só aconteceu em 332
a.C, quatro séculos depois de Isaías, que escreve sobre o futuro como se o fato
já tivesse ocorrido. Ele também faz isso no famoso texto que diz que “um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo
está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso, Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9:6). Aqui ele alterna
presente e futuro, como se o menino já tivesse nascido, ainda que o seu nome
não fosse dado. Sabemos que a profecia se aplica a Jesus, que só nasceria muito
tempo depois.
Os textos que falam da “morte
espiritual” entram no mesmo grupo de textos que falam do futuro como se fosse
presente. Jesus disse que “quem ouve a minha
palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado,
mas já passou da morte para a vida” (Jo 5:24). Que a morte aqui é uma
morte física e literal, isso é facilmente provado pelo contexto, que fala de
uma ressurreição literal. O verso seguinte diz: “Eu
lhes afirmo que está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a
voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão” (v. 25). E pouco
adiante, diz: “Não fiquem admirados com isto, pois
está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua
voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram
o mal ressuscitarão para serem condenados” (vs. 28-29).
Eu não conheço um único
imortalista que interprete a ressurreição dos versos 25 ao 29
“espiritualmente”, mas eles interpretam a morte do verso 24 num sentido
puramente espiritual, o que quebra a lógica da mensagem. Ou Jesus estava
falando de morte e ressurreição físicas, ou de morte e ressurreição “espirituais”
(no sentido de não-físicas). Mas se todo o contexto fala de uma ressurreição
física e literal (vs. 21, 25, 28 e 29), é evidente que ele falava de uma morte
igualmente física e literal, que demanda uma ressurreição da mesma natureza. Note
que o verso 25 também fala da ressurreição como se fosse algo presente, quando
diz «e já chegou», embora depois a reafirme como algo futuro.
O que Jesus estava fazendo tanto
em relação à morte como em relação à ressurreição é retratar as duas realidades
futuras como algo presente, como uma “antecipação” daquilo que está por vir. Em
outras palavras, dizer que alguém “passou da morte
para a vida” (Jo 5:24) equivale a dizer que “ele ia morrer, mas agora vai
viver”, e dizer que “estávamos mortos em nossos
delitos em pecados” (Ef 2:1) significa dizer que “iríamos morrer por
causa dos nossos delitos e pecados”. O importante é entender que a chamada “morte
espiritual” não se trata de um conceito diferente ou antagônico em relação à
morte física, mas o mesmo conceito retratado como se já fosse presente. Falar
em “morte espiritual”, portanto, é o mesmo que falar em morte física, no que
compete à segunda morte (a morte derradeira).
Um salmo que expressa esse
conceito com perfeição é o Salmo 30, onde o autor diz ter chegado perto da
morte, e então declara: “Fizeste subir a minha alma
do Sheol, conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo” (Sl
30:3). Evidentemente, o salmista não tinha ido ao Sheol, porque ainda estava no
mundo dos vivos. Mas ele escreve como se tivesse ido, antecipando o que teria
acontecido caso tivesse morrido. Este é precisamente o caso daqueles que a
Bíblia diz que estão mortos no pecado, não porque estejam fisicamente mortos
hoje, mas porque estarão mortos fisicamente amanhã, se não se arrependerem de
seus pecados. A natureza
da morte é a mesma, porque é parte da própria definição de “morte”. O que
tem de “espiritual” não é a natureza da morte, mas a antecipação da
morte.
Vale ressaltar que não há um único texto da Bíblia que
fale de “existência eterna” aos salvos. Em vez disso, sempre que ela quer falar
da existência eterna, ela fala de “vida eterna”, e quando quer falar de
inexistência eterna, fala de “morte eterna”. Na Bíblia, a morte é o inverso da
vida, e está associada não a uma separação de corpo e alma, nem tão-somente à
separação de Deus, mas à morte biológica, a cessação da existência (que pode
ser eterna, como no caso da segunda morte, ou temporária, como na primeira, que
é revertida na ressurreição). Por isso o mesmo termo “morte” usado para o
destino final dos ímpios também é usado para se referir ao fim dos animais e à
morte corporal desta vida.
Cadáveres – Que a morte dos ímpios
é tão real e literal quanto podemos imaginar, isso também é evidente pelo
relato de Jeremias, que fala do grande «dia da matança», onde os ímpios serão
tão literalmente mortos que se tornarão cadáveres:
“Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que não se
chamará mais Tofete, nem Vale do Filho de Hinom, mas o Vale da Matança; e
enterrarão em Tofete, por não haver outro lugar. E os cadáveres deste povo
servirão de pasto às aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém os espantará”
(Jeremias 7:32-33)
O Vale de Hinom se refere
justamente ao geena, o lugar onde Jesus diz que os ímpios serão queimados (Mt
5:22, 10:28; Mc 9:43). Já vimos repetidamente que esse queimar não diz respeito
a um tormento eterno em meio às chamas, mas sim ao fato dos ímpios serem
consumidos até a morte. Em Jeremias, é o próprio Senhor que chama o Vale de
Hinom (geena) de «Vale da Matança», justamente porque ele não é um lugar de
sofrimento eterno, mas de morte. E antes que alguém levianamente diga
que a morte aqui é uma morte puramente “espiritual” no sentido de “estar
separado de Deus” (mas ainda vivo), note que o verso 33 fala claramente de cadáveres,
o que implica que a morte ali retratada é uma morte tão física e literal quanto
a que passamos ao final desta vida.
As “aves dos céus” e os “animais
da terra” não comerão almas incorpóreas ou corpos incorruptíveis, mas cadáveres,
como o texto diz (e como animais fazem). Quando Jesus citou o geena (Vale de
Hinom), ele estava justamente aludindo a este e a outros textos do gênero, que
o retratam sempre como um local de cadáveres em estado de putrefação, nunca a
almas ou a corpos incorruptos sofrendo infindavelmente. Correndo o risco de ser
repetitivo demais, é de suma importância entender que o geena não era e nunca
foi um lugar de sofrimento. O geena era onde se lançavam os cadáveres, não onde
os transgressores da lei pagavam a pena. Por isso o geena transmitia a imagem
perfeita de aniquilacionismo que Jesus queria passar a um público judeu que conhecia
muito bem o Vale de Hinom e sabia perfeitamente do que se tratava.
É por isso que Isaías se refere
aos ímpios após o juízo como cadáveres, e não como almas imortais em
corpos incorruptíveis:
“Sairão e verão os cadáveres dos que se rebelaram
contra mim; o seu verme não morrerá, e o seu fogo não se apagará, e causarão
repugnância a toda a humanidade” (Isaías 66:24)
Como veremos no capítulo
seguinte, Jesus fez uso deste texto para falar do destino final dos ímpios (Mc 9:47-48), onde
tanto o “fogo que não se apaga” quanto o “verme que não morre” são tirados de
contexto como se fizessem referência a uma pessoa viva, e não a alguém que já
foi exterminado. Em outro lugar, Isaías diz que “seus mortos serão lançados fora e os
seus cadáveres exalarão mau cheiro; os montes se encharcarão do sangue deles” (Is 34:3). Mais uma vez
vemos os ímpios sendo descritos como cadáveres, não porque sejam zumbis, mas
porque o que queima é um corpo morto, não um indivíduo vivo.
Note ainda que Isaías diz neste versículo que eles “serão
lançados fora”, que é o mesmo que Jesus diz a respeito dos ímpios nas
ocasiões em que fala do “choro e ranger de dentes”, que os imortalistas
interpretam como uma alusão ao tormento eterno (Mt 8:12, 25:30). Novamente
vemos Jesus plenamente familiarizado com a linguagem do Antigo Testamento a
respeito da punição final, algo que os imortalistas ignoram por completo:
Mateus 8:12
|
Isaías 34:3
|
“Entretanto, os
herdeiros do Reino serão lançados fora, nas trevas, onde haverá choro
e ranger de dentes”
|
“Seus mortos serão
lançados fora e os seus cadáveres exalarão mau cheiro; os montes se
encharcarão do sangue deles”
|
Quando Jesus diz que os ímpios “serão lançados
fora”, onde “haverá choro e ranger de dentes”, ele está aludindo a
dois textos bíblicos aniquilacionistas do Antigo Testamento: o de Isaías 34:3,
que diz que os ímpios “serão lançados fora”, e o Salmo 112:10, que diz
que o ímpio “se entristecerá e rangerá os dentes”. Ou seja, Jesus não
estava criando uma doutrina nova, estava apenas citando aos judeus os textos
que eles já conheciam a respeito do destino dos ímpios. E o detalhe é que ambos
os textos aludidos são expressamente mortalistas: após dizer que o ímpio se
entristecerá e rangerá os dentes, o salmista prossegue dizendo que ele “se
consumirá”, e após dizer que os ímpios serão lançados fora, Isaías
prossegue dizendo que seus cadáveres exalarão mau cheiro.
Para qualquer leitor sincero, é mais do que evidente
que ambos os textos retratam não um tormento eterno, mas a morte no sentido da
cessação da existência do ser racional. Ao ver o justo no Paraíso, o ímpio
chorará de tristeza e rangerá os dentes de ódio, e então será consumido pelo
fogo consumidor que o tornará um cadáver (um morto, não um morto-vivo). É neste
contexto que os bichos e as aves do céu devoram seus corpos – não corpos
incorruptíveis queimando conscientemente, mas cadáveres, que é o que se
tornarão. A razão pela qual Jesus citava textos aniquilacionistas bem
conhecidos dos judeus é porque ele concordava com a visão veterotestamentária
que define a morte dos ímpios como a cessação da existência, não como a sua
continuidade.
O próprio Isaías diz que os cadáveres dos ímpios “serão todos entregues aos abutres das montanhas e aos
animais selvagens; as aves se alimentarão deles todo o verão, e os animais
selvagens, todo o inverno” (Is 18:6). Parte alguma diz que os ímpios
estarão vivos nesta ocasião, enquanto são devorados pelos abutres. Pelo
contrário, a presença do abutre mostra que o ser em questão já foi eliminado, restando
apenas sua carcaça.
Analogias – Como se não bastassem todos os textos que falam explicitamente
do aniquilacionismo dos ímpios, há também uma imensidão de textos que dizem
a mesma coisa através de analogias com um significado muito claro, onde a morte
dos ímpios é evidente pela comparação ou verossimilhança. Por exemplo, o
salmista escreve: “Que tu os dissipes assim
como o vento leva a fumaça, como a cera derrete na presença do fogo, assim
pereçam os ímpios na presença de Deus” (Sl 68:2). O perecimento dos
ímpios na presença de Deus é comparado a duas coisas: o vento que leva a fumaça
que se dissipa no ar, e a cera que se derrete na presença do fogo.
Note que o salmista não os
compara com elementos eternos ou indestrutíveis, mas com as coisas da natureza
que mais facilmente se dissolvem e deixam de existir visivelmente. Quando o
vento leva a fumaça, você não vê mais a fumaça, e quando a cera é derretida
pelo fogo, você não vê mais a cera. Embora as propriedades químicas em si não
deixem de existir (pois de acordo com a Lei de Lavoisier, “na natureza nada se
perde, nada se cria, tudo se transforma”), já não há mais o elemento visível
que faz da fumaça uma fumaça ou da cera uma cera. Da mesma forma, quando o
ímpio morre ele deixa de existir como um ser humano, ainda que seus átomos em
si não sejam destruídos, mas sejam transformados em outra coisa (que nada tem a
ver com um ser humano, muito menos com a mesma pessoa de antes).
Semelhantemente, Oseias diz que
os ímpios “serão como a neblina da manhã, como o
orvalho que bem cedo evapora, como a palha que num redemoinho vai-se de uma
eira, como a fumaça que sai pela chaminé” (Os 13:3). Todas essas
analogias são muito mais adequadas a alguém que deixa de existir como
indivíduo, do que a alguém que continua existindo como um ser imortal em um
corpo incorruptível. Isaías faz analogias semelhantes quando escreve:
“Por isso, assim como a palha é consumida pelo fogo e o
restolho é devorado pelas chamas, assim também as suas raízes apodrecerão e as
suas flores, como pó, serão levadas pelo vento; pois rejeitaram a lei do Senhor
dos Exércitos, desprezaram a palavra do Santo de Israel” (Isaías 5:24)
Uma palha consumida pelo fogo
não mais existe como palha; da mesma forma, o fogo que consumirá os ímpios os eliminará
da existência enquanto seres humanos, sendo reduzidos ao pó que é levado pelo
vento. Isso lança luz ao texto em que João Batista diz que “Ele traz a pá em sua mão e limpará sua eira, juntando
seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga” (Mt
3:12). “Queimar a palha com fogo” é uma analogia muito presente no Antigo
Testamento para se referir ao aniquilamento dos ímpios, e outra figura que os
judeus conheciam bem. E como veremos no capítulo seguinte, o “fogo que não se
apaga” é outra linguagem recorrente no Antigo Testamento para se referir a uma destruição
total, nunca a um fogo que literalmente não tem fim.
O próprio Senhor Jesus fez uma
analogia semelhante quando disse: “Deixem que
cresçam juntos até à colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem
primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo
e guardem-no no meu celeiro” (Mt 13:30). Na agricultura, queima-se o
joio para destruí-lo, não porque se pretende conservá-lo para sempre. Ao
inferir que o joio queimado se refere ao tormento eterno dos ímpios no inferno,
o que os imortalistas estão dizendo é que Jesus usou uma analogia pretendendo
dizer o oposto – ou seja, que o joio queimado para ser destruído é na
verdade queimado para continuar existindo para sempre, o que não faz qualquer
sentido.
Além da analogia com o joio,
Jesus também fez uma analogia com o sal: “Se o sal
perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser
jogado fora e pisado pelos homens” (Mt 5:13). O que as pessoas fazem com
o sal após o sal se estragar não é conservá-lo para sempre, mas justamente o
seu oposto. Obviamente, Jesus não diria que “o sal morre”, porque não se trata
de um ser vivo; mas jogar um sal fora para ser pisado é o que chega mais perto de
uma analogia com a morte humana. É por isso que na parábola dos lavradores
Jesus diz que, quando o dono da vinha voltar, “virá
e exterminará aqueles lavradores e dará a vinha a outros” (Mc
12:9).
Ele não diz que os lavradores
maus seriam torturados ou presos pelo máximo de suas existências, mas sim que
seriam exterminados, que é evidentemente a comparação mais adequada ao
destino final dos ímpios. Esse mesmo destino é aludido novamente em outra
parábola, quando é dito “quanto a esses meus
inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e
executai-os na minha presença” (Lc 19:27). Execução e extermínio é
o que os ímpios das parábolas recebem da parte do dono da vinha e do rei, que
representa com exatidão aquilo que Deus fará aos pecadores impenitentes. E diferentemente
da parábola do rico e Lázaro, note que isso faz parte da própria lição das
parábolas, não de seus meios.
No salmo que iniciou este
estudo, já vimos que os ímpios “são como um sonho
que se vai quando a gente acorda; quando te levantares, Senhor, tu os farás
desaparecer” (Sl 73:20). Um sonho só “existe” enquanto estamos sonhando:
quando acordamos, deixamos de sonhar e é impossível voltar ao sonho. Não
importa em que parte do sonho estávamos ou como ele era; se acordarmos, o sonho
passará imediatamente. A analogia com o destino dos ímpios revela que sua
existência é como um sonho que existe hoje, mas que deixará de existir amanhã e
será impossível trazê-lo de volta. Assim como o sonho, ele simplesmente
desaparecerá.
O salmista também diz que “como a lesma se derrete, assim se vá cada um deles; como
o aborto duma mulher, que nunca viu o sol” (Sl 58:8). A lesma que se
derrete não continua existindo; ela simplesmente morre. E ainda que possamos
discutir o destino pós-morte de um feto abortado, o fato que é apontado neste
texto é que ele nunca verá o sol, justamente porque não nasceu. A
primeira analogia diz respeito a algo que deixa de existir, e a segunda a algo
que não veio à existência debaixo do sol. Ambas são perfeitamente adequadas ao
destino eterno dos ímpios, que “deixarão de
existir” (Sl 37:10, 59:13, 104:35; Pv 10:25) e “serão
como se nunca tivessem existido” (Ob 16).
A oração de Jeremias também nos
revela que tipo de fim que ele acreditava que os ímpios teriam: “Arranca os ímpios como a ovelhas destinadas ao
matadouro! Reserva-os para o dia da matança!” (Jr 12:3). A ovelha
destinada ao matadouro não continua viva numa dimensão espiritual ou num corpo
incorruptível: ela simplesmente morre e deixa de existir como ovelha. Se os
ímpios serão “arrancados” e “reservados para o dia da matança” no mesmo sentido
em que uma ovelha é destinada ao matadouro, a única conclusão razoável é que
eles não continuarão existindo após o «dia da matança».
No mesmo livro, o Senhor
declara:
“Mas, enquanto estiverem excitados, prepararei um
banquete para eles e os deixarei bêbados, para que fiquem bem alegres e, então,
durmam e jamais acordem, declara o Senhor” (Jeremias 51:39)
“Embebedarei os seus líderes e os seus sábios; os seus
governadores, os seus oficiais e os seus guerreiros. Eles dormirão para sempre
e jamais acordarão, declara o Rei, cujo nome é Senhor dos Exércitos” (Jeremias
51:57)
Alguém que “dorme e jamais
acorda” é, obviamente, alguém morto para sempre (como vimos no capítulo 6, o
“sono” na Bíblia é um eufemismo para a inconsciência na morte). Isso
dificilmente se encaixa na descrição de alguém que está perfeitamente vivo (“acordado”),
queimando em meio às chamas de um fogo eterno. Em todas as analogias bíblicas
sobre o destino dos ímpios, os ímpios são comparados a coisas que perecem, àquilo
que deixa de existir, às menores substâncias visíveis (como a fumaça e o pó) e
igualados ao que não subsistirá. Todas essas e muitas outras analogias do tipo
perdem completamente a força, a essência e o sentido quando assumimos que seu
destino eterno é a imortalidade em um corpo incorruptível, mesmo que nas chamas
de um inferno eterno.
A morte tipificada na lei – O fato de que os
ímpios serão aniquilados é ilustrado não apenas nas analogias com aquilo que é
perecível, mas também na própria lei, que tipificava as realidades que estavam
por vir (cf. Hb 10:1; Cl 2:17). Na lei de Moisés, a eliminação do ímpio em Israel
tipificava a eliminação futura dos ímpios no dia do juízo. Após citar uma série
de imoralidades sexuais (entre elas o incesto, a zoofilia e o homossexualismo),
é dito que “todo
aquele que fizer alguma destas abominações, aqueles que assim procederem serão
eliminados do meio do seu povo” (Lv 18:29).
Ser “eliminado do meio do povo”
não significava uma viagem para outro lugar do planeta, mas a privação da
própria existência. Especialmente no dia da expiação, “toda
alma que nesse dia não se afligir, será eliminada do meio do povo. Quem nesse
dia fizer alguma obra, a esse eu destruirei do meio do povo” (Lv
23:29-30). Como Bacchiocchi destaca,
a separação que ocorria no dia da
expiação entre os israelitas genuínos e falsos tipifica a separação que
ocorrerá por ocasião do segundo advento. Jesus comparou essa separação com a
que tem lugar no período da colheita entre o trigo e o joio. Uma vez que o joio
era semeado entre o bom trigo, representação de “os filhos do reino” (Mt
13:38), é evidente que Jesus tinha sua Igreja em mente. Trigo e joio, crentes
genuínos e falsos, coexistirão na Igreja até sua vinda. Nessa ocasião, a
drástica separação tipificada pelo dia da expiação ocorrerá. Os malfeitores
serão lançados “na fornalha de fogo” e os justos resplandecerão como o sol, no
reino de seu Pai (Mt 13:42-43). As parábolas de Jesus e o ritual do dia da
expiação ensinam a mesma importante verdade: cristãos falsos e genuínos
coexistirão até sua vinda. Mas por ocasião do juízo final, tipificado pelo dia
da expiação, uma separação permanente ocorre quando pecado e pecadores serão
erradicados para sempre e um novo mundo será estabelecido. Como no serviço
típico do dia da expiação, os pecadores impenitentes eram “eliminados” e
“destruídos”, assim no cumprimento antítipo do juízo final, os pecadores
“sofrerão penalidade de eterna destruição banidos da face do Senhor” (2Ts 1:9).[18]
É curioso notar que Pedro, em um
de seus primeiros discursos em Atos, rememora essas palavras da lei e diz que “toda alma que não ouvir a esse profeta será eliminada do
meio do povo” (At 3:23). A palavra aqui traduzida por “exterminar” vem
do grego exolothreuo, que significa «destruir totalmente, aniquilar,
exterminar, desenraizar»[19]
(de fato, a ACF traduz este texto por “exterminada”). Se existe uma palavra no
grego bíblico que mais se próxima do conceito de aniquilacionismo, com certeza
é essa.
Imortalistas alegam que aqui
Pedro não estava falando do extermínio da alma, mas apenas de sua separação do
resto da comunidade (no caso, dos salvos que vão morar no céu), já que ele diz
que a alma será “exterminada do meio do povo”. O que eles não se dão
conta é que Pedro aludia à mesma linguagem tão recorrente em todo o Antigo
Testamento, onde ser “eliminado do meio do povo” não significava continuar vivo
em outra parte, mas ser exterminado da própria existência. Devemos lembrar que
Pedro discursava no templo para um público judeu, que conhecia perfeitamente a
lei e sabia do que tal expressão se tratava.
Em outras palavras, a eliminação
dos ímpios de Israel na lei de Moisés prefigurava a eliminação final no dia do
juízo, quando todos os ímpios serão exterminados. Ser “eliminado do meio do
povo” não significava uma passagem para outro lugar, mas a privação da própria
vida. E assim como os israelitas desobedientes recebiam a morte como punição,
também os ímpios de nosso meio estão sujeitos à morte final e definitiva. Note
que a pena prevista na lei para quem era “eliminado do meio do povo” não era
uma tortura incessante ou uma prisão perpétua, mas a morte em seu significado
mais completo.
Se a pena para os incrédulos
fosse o tormento eterno, não faria muito mais sentido que ele fosse tipificado
por um tormento infindável enquanto durasse esta vida? No entanto, este nunca é
o caso. A morte (real, física e literal) era a punição máxima. Como observa
Bacchiocchi, “esta verdade fundamental foi ensinada
no Antigo Testamento, especialmente através do sistema sacrifical. A penalidade
pelo pecado mais grave era somente e sempre a morte da vítima e nunca sua
tortura ou aprisionamento”[20].
James Dunn corretamente assinala:
O modo pelo qual a oferta pelo pecado
se livrava da transgressão era por sua morte. O animal sacrifical, identificado
com o ofertante em seu pecado, tinha de ser destruído a fim de destruir o
pecado que incorporava. A aspersão, aplicação e o derramar fora do sangue
sacrifical à vista de Deus indicavam que a vida era inteiramente destruída, e
com ela o pecado e o pecador.[21]
Em suma, a lei, como uma
“sombra” da realidade futura (cf.
Hb 10:1; Cl 2:17), tipificou com perfeição a aniquilação do pecado e dos pecadores,
que se dará em definitivo no grande dia do juízo.
• Considerações Finais
Imagine que seu cachorro de estimação tenha morrido
queimado num trágico acidente doméstico que colocou sua casa em chamas, sem dar
tempo de salvá-lo. Quando um amigo lhe pergunta o que aconteceu com seu
cãozinho, você responde às lágrimas: ele morreu. Mas seu amigo acha que você
disse “morreu” em um sentido figurado. Para ele, o seu cão teria apenas “se separado”
de você, estando vivo em algum lugar por aí, e por isso pede para ir procurá-lo
nas ruas. Você insiste em dizer que ele morreu mesmo, que pereceu, que foi
consumido pelo fogo, destruído pelas chamas... mas ele continua achando que
você está falando em um sentido figurado ou espiritualista, não no sentido que
nós usamos no dia a dia.
Já sem paciência, você responde de forma enfática: ele
perdeu a vida, deixou de existir, foi exterminado, eliminado, se tornou pó, chegou
ao fim e foi reduzido a nada. Mas não adianta. Ele continua pensando que você
está falando através de metáforas, da mesma forma que os discípulos não
entendiam o que Jesus queria dizer quando falava de sua morte e ressurreição
que estavam por vir (Lc 18:32-34). Sem ter o que fazer, você desiste de tentar
convencê-lo de que seu cachorro morreu mesmo, pois não importa o que você diga,
nem quantos adjetivos use, ele irá sempre interpretar como uma morte
“espiritual”, uma morte “qualitativa” ou uma figura de linguagem. De fato,
desculpas não faltam para inventar qualquer pretexto que seja a fim de negar a
realidade do que está sendo claramente dito.
Quando debatemos com imortalistas, estamos na mesma
difícil situação do moço que não sabe como dizer ao seu amigo que seu cachorro morreu
mesmo. Isso porque, apesar de dezenas de verbos e substantivos
diferentes serem usados para designar o aniquilamento dos ímpios na Bíblia,
esgotando as palavras gregas e hebraicas disponíveis no dicionário, sem falar
de inúmeras ilustrações e analogias que demonstram o mesmo ponto, os
imortalistas vão sempre bater na tecla de que o indivíduo que morre, que é
destruído, que perece, que é exterminado, que é eliminado, que é extinto, que é
consumido, que é devorado, que perde a vida, que chega ao fim, que vira um
cadáver, que se torna cinzas, que deixa de existir, que é reduzido a nada e que
é como se nunca tivesse existido tem, na verdade, uma existência eterna no
inferno, com um corpo incorruptível e uma alma imortal.
Na ciência, um dos princípios considerados mais
importantes para validar uma teoria é o da falseabilidade. Uma teoria
“não-falseável” não pode ser provada falsa, e por isso não pode ser levada a
sério. Um exemplo disso é o famoso dragão na garagem, de Carl Sagan. Se eu te
dissesse que tenho um dragão na minha garagem, mas que é um dragão invisível, você
poderia não ver o dragão, mas também não conseguiria provar que o dragão
invisível não está ali, justamente por ele ser não-falseável. Como o dragão
invisível não é detectável, é impossível refutá-lo, ainda que não se possa
prová-lo. Caso diferente seria se eu dissesse que é um dragão físico, o que
seria facilmente falseável bastando constatar a inexistência do dragão com os
próprios olhos.
Quando encaramos a doutrina da imortalidade da alma,
notamos o mesmo problema do dragão invisível: ela não é falseável. Não importa
que adjetivo seja usado, não importa o quão claro o texto seja, não importa
quantos textos sejam, nem mesmo se o contexto é notoriamente literal ou se faz
analogias precisas com coisas efetivamente destruídas: o teólogo imortalista
vai sempre poder “escapar” espiritualizando o texto, ou tratando como uma
metáfora, uma hipérbole, uma “morte qualitativa” ou qualquer bobagem do tipo,
ainda que o contexto todo aponte o contrário. A imortalidade da alma não é
falseável, não porque ela seja verdadeira, mas porque suas sutilezas não abrem
margens para a possibilidade da refutação, tal como o dragão na garagem.
Note como o contrário acontece com o aniquilacionismo,
que passa fácil no teste da falseabilidade. Bastaria um único texto que falasse
em sofrimento, tortura ou tormento eterno, que toda a crença na morte dos
ímpios cairia por terra. No entanto, dos dois únicos textos usados pelos
imortalistas neste sentido (Mt 25:46 e Ap 20:10), um não fala nada de tormento
(como veremos no capítulo seguinte, kolasin era usado na Bíblia e na
literatura secular no sentido de pena de morte, não de tormento), e o outro é identificado
pelo próprio João como um símbolo da segunda morte (Ap 20:14), além do texto
não mencionar seres humanos. E isso é tudo o que eles têm em 66 livros da
Bíblia, com seus mais de 1.100 capítulos e 31.100 versículos.
Por outro lado, temos absolutamente tudo aquilo que
esperaríamos ter caso os escritores bíblicos fossem mesmo aniquilacionistas; ou
seja, todas as formas possíveis e imagináveis de se descrever o destino final
dos ímpios como a cessação da existência do ser racional, e numa quantidade de
textos avassaladora. Talvez isso não seja o bastante para os mais dogmáticos. Eu
compreendo perfeitamente, uma vez que a maioria dos que acreditam em um inferno
de tormento eterno creem nisso não por provas bíblicas bombásticas, mas porque
é a tradição na qual foram ensinados desde a infância.
De fato, mesmo quando questionados, eles não sabem
citar mais do que meia dúzia de textos fora do contexto, mas mesmo assim
acreditam piamente que estão defendendo uma doutrina genuinamente “bíblica” e
confiável. O que explica isso é a doutrinação religiosa, aliada à força da
tradição. Nosso cérebro funciona baseado em mecanismos de defesa, e isso
explica por que o nosso primeiro instinto ao ouvir falar de uma crença
contrária é reagir com energia, em vez de estudar o assunto com a mente aberta
e tirar nossas próprias conclusões.
Aliado a isso, há uma multidão de pessoas que nem
mesmo sabe da existência de outros pontos de vista, e se escandalizam só de ler
um título como o deste livro. Tudo para elas é surpresa, e se alguma delas se
deu ao trabalho de ler até aqui sem pular nada, provavelmente se deparou com um
conteúdo que nunca tinha reparado antes, não importa quantas vezes tenha lido a
Bíblia. E como temos a tendência de rejeitar tudo o que é novo, muitos preferem
se agarrar às crenças que aceitaram por toda a vida, do que reconhecer um erro
e comprometer a “ortodoxia”.
O próprio “escândalo” nada mais é que a reação automática
do nosso cérebro quando nos deparamos com o desconhecido e com aquilo que confronta
nossos conhecimentos prévios, por mais limitados e superficiais que sejam. Por
isso é tão difícil aceitar novas verdades que contestem tudo aquilo que
aprendemos desde a infância, embora seja relativamente mais fácil abandonar
ideias que conhecemos ontem ou que não envolvam algo tão sério.
As pessoas são naturalmente propensas a aceitar como
verdade aquilo que elas já aprenderam como sendo a verdade, e quanto mais
enraizada uma crença estiver, mais difícil é convencer do erro (às vezes, chega
a ser impossível). Não tem a ver com o quão sólido é um ensino, mas com quanta
doutrinação foi feita. Isso explica por que há tanta resistência em se aceitar
o aniquilacionismo, a despeito da evidência bíblica esmagadora a seu favor.
Por Cristo e por Seu Reino,
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Lucas Banzoli (www.facebook.com/lucasbanzoli1)
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[1] ATKINSON, Basil F. C. Life
and Immortality: An examination of the nature and meaning of life and death as
they are revealed in the Scriptures. Taunton: Goodman, 1969, p. 85-86.
[8] GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão, 1999, p. 383.
[10] BACCHIOCCHI, Samuele. Imortalidade ou Ressurreição? Uma abordagem bíblica sobre a natureza humana e o destino eterno. São Paulo: UNASPRESS, 2007, p. 187.
[12]
Alguém poderia objetar que basanos é usado em Apocalipse 20:10, mas o
texto não fala de seres humanos, apenas do diabo, da besta (sistema político) e
do falso profeta (sistema religioso). Este texto é estudado detalhadamente no
capítulo seguinte do livro.
[13]
GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e
“Contradições” da Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão, 1999, p. 382.
[15] BACCHIOCCHI, Samuele. Imortalidade ou Ressurreição? Uma abordagem bíblica sobre a natureza humana e o destino eterno. São Paulo: UNASPRESS, 2007, p. 202.
[17] GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão, 1999, p. 369.
[18] BACCHIOCCHI, Samuele. Imortalidade ou Ressurreição? Uma abordagem bíblica sobre a natureza humana e o destino eterno. São Paulo: UNASPRESS, 2007, p. 219-220.
[20] BACCHIOCCHI, Samuele. Imortalidade ou Ressurreição? Uma abordagem bíblica sobre a natureza humana e o destino eterno. São Paulo: UNASPRESS, 2007, p. 219.
[21]
DUNN, James D. G. “Paul’s Understanding of the Death of Jesus”. In: Reconciliation
and Hope: New Testament Essays on Atonement and Eschatology (ed. Robert
Banks). Grand Rapids: W. B. Eerdmans Pub. Co., 1974, p. 136.
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Lucas 1 você não acha que os arminianos deveriam sair do armário pois os maiores pregadores, os famosos, mais conhecidos são calvinistas, as maioria das teologia sistemática são calvinistas então você acha que não deveria haver um movimento organizado, assim como os calvinistas para fazer uma frente a eles?
ResponderExcluir2 Lucas como os criacionistas lidam com a narrativa de que o asteroide que impactou no México extinguiu os dinossauros?
3 Aproveitando o 1, vc acha q os reformados venham a c tornar maioria? Aind mais com o chamado pentecostal reformado?
4 Lycas como calvino chegou a suas conclusões? Quais foran os filosofos pq so com Agostinho n da? 5 Vc n acha q no fim o calvinismo esta ancorado no presuposto d q Deus é soberano autor d TD mas nem td reflete seu carater?
1) Já está havendo (com atraso, mas está havendo). Há uns dez anos as pessoas da internet praticamente nem sabiam o que era "arminianismo", se alguém falasse disso iriam pensar que estava se referindo a alguém da Armênia, hoje em dia o arminianismo se tornou muito mais popular devido sobretudo aos livros de Roger Olson que foram traduzidos pela editora Reflexão e se tornaram uma febre, dando início a um movimento arminiano aqui no Brasil que embora ainda seja muito menor que o calvinista, pelo menos é bem mais expressivo que antes. Além disso, não é bem verdade que "todos os maiores pregadores são calvinistas", os dois que eu mais gosto de ouvir em disparado são dois arminianos (o Luciano Subirá e o Rodrigo Silva). Há pregadores calvinistas ótimos também, mas neste aspecto eu não acho que eles estejam tão à frente (pelo menos aqui no Brasil).
Excluir2) Para os criacionistas os dinossauros não foram extintos por nenhum asteroide. Eles diminuíram muito em quantidade com o dilúvio, os que sobreviveram foram caçados ao longo dos séculos e alguns sobreviveram até tempos recentes, como escrevi aqui:
http://ateismorefutado.blogspot.com/2015/04/evidencias-da-coexistencia-de-humanos-e.html
3) Acho que não, porque as igrejas reformadas são em geral as que menos crescem, e o "pentecostalismo reformado" ainda é incipiente.
4) Eu não sei quais foram os filósofos, mas mesmo no meio católico havia essa discussão entre calvinismo vs arminianismo mas com outro nome (tomismo vs molinismo). Muito do que Calvino disse era o mesmo que Aquino e outros escolásticos já tinham defendido antes dele no contexto católico.
5) Eu não vejo sentido nessa afirmação final de que "nem tudo reflete o seu caráter". Todas as ações de Deus são boas, mesmo quando ele pune alguém é uma boa ação, porque está fazendo a justiça, e a justiça é boa. É impossível e inadmissível haver em Deus qualquer inclinação para o mal ou qualquer ação malévola. Se algum calvinista crê desse jeito é pra justificar a tese de que Ele determina todo o mal que há no mundo, inclusive o mal moral (o que inclui os estupros, pedofilia, tortura e etc).
Lucas, como e dar aula, é legal massante ? Os aluno,, como c trata tipo, cvai dando aula e quem presta atencao presta e quem n nem chama atenção? Os teus alunos sao comportados?
ResponderExcluirEu não sou de dar pito, de chamar a atenção nem de brigar com ninguém, em parte porque eu ainda me vejo como um aluno (e de fato ainda sou um, no último semestre da licenciatura em História), e em parte porque trabalho no EJA, a educação de jovens e adultos, então na média é bem menos difícil de controlar a turma do que numa turma de Ensino Fundamental. E se alguém não quiser prestar atenção eu to nem aí, no meu terceiro ano do Ensino Médio eu ouvia mp3 todas as aulas com fone de ouvido, acho que todo mundo tem o direito de se interessar ou não pela aula e não cabe ao professor forçar o aluno a se interessar ou constrangê-lo publicamente, só o que não pode é ficar gritando ou conversando em voz alta pra não atrapalhar os demais que querem aprender.
Excluirmuito bom!
ResponderExcluirValeu!
Excluiro que acha da panspermia
ResponderExcluirÓbvio que eu não acredito nisso, primeiro porque como cristão acredito que Deus criou a vida na terra, segundo porque não há evidências de que a vida na terra tenha surgido de matéria orgânica de meteoros ou qualquer coisa do gênero (nem os evolucionistas dizem isso), e terceiro porque isso só levantaria uma outra pergunta: de onde veio a matéria orgânica desses meteoros? Isso nos levaria a um loop infinito que não nos responde nada de fato.
Excluirlucas, você acha que tem veracidade a queda de satanás do reino? pois a bíblia fala que ele sempre foi mal e os anjos não são maus ( pelo menos eu acho)
ResponderExcluirQuando João diz que “Satanás peca desde o princípio” (1Jo 3:8), o sentido é que ele peca desde quando se tornou “Satanás” (que significa “adversário”, no hebraico), não que peca desde que foi criado como um anjo, pois Jesus diz que Satanás "caiu do céu como um relâmpago" (Lc 10:18) e João narra a batalha celestial entre o dragão e seus anjos contra Miguel e os seus anjos, que os expulsaram do céu (Ap 12:7-9). Tem também outros textos no Antigo Testamento que fazem profecias de dupla referência que também são aplicáveis ao diabo, como Ezequiel 28:12-19 e Isaías 14:12-14.
ExcluirBoa tarde, Lucas Banzoli! Que a paz de Deus esteja contigo! Gostaria de oferecer uma sugestão para você. Como você é um mestre em História e tem muito conhecimento e sabedoria nessa area, gostaria de sugestionar que você crie um canal no You Tube ou um blog para postar artigos ou videos sobre História Geral, do Brasil... Muitos estão estudando para concurso público ou vestibular e não tem uma boa base nesses assuntos. Pense nisso amigo!
ResponderExcluirEu tenho muito interesse de falar sobre isso mas no canal principal mesmo, eu não gosto de descentralizar muito as coisas senão fica muito confuso (antes eu tinha um monte de sites e ninguém sabia qual acompanhar, por isso atualmente escrevo só neste), aí eu poderia variar os temas entre teologia, história ou outros assuntos conforme o momento. O problema é que ultimamente eu tenho estado desanimado para gravar vídeos até sobre teologia que é minha área principal, quanto mais pra falar de outros assuntos. Os artigos dão muito mais visualizações do que os vídeos, os vídeos levam muito mais tempo para editar (sobretudo porque eu sou extremamente leigo em edição, até nas coisas mais simples) e eu tenho muito mais gosto em escrever do que em falar. Pra ter uma ideia, há uns três meses eu gravei um vídeo de 1h quase totalmente pronto que só ficou faltando um breve adendo numa parte e até agora eu não gravei esse adendo que falta, se der farei isso nos próximos dias.
ExcluirPois então meu amigo! Aproveite essa rica oportunidade!
ExcluirAcabei de postar ontem o vídeo ao qual me referi:
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=X0eyyGiJYfQ&t
Os irmãos apoiam essa sugestão minha ???
ResponderExcluirSó lembrando que vídeos de História Geral para vestibular é o que não falta no youtube, inclusive de canais muito bons como o "Buenas Ideias", do Eduardo Bueno, e outros menos conhecidos, como o canal da Profa Anelize. Eu não tenho as mesmas visões que eles em tudo, mas em se tratando de conteúdo pra passar em vestibular eles vão explicar do jeito que o vestibular considera certo.
ExcluirBoa noite Lucas!
ResponderExcluirNão tem haver com o assunto do artigo, mas gostaria de pedir sua ajuda para dar uma resposta clara a uma pessoa católica, que me enviou o seguinte:
" Já expliquei que nem sempre os gestos definem o que se passa no interior do homem.
Você comentou que, 'Sobre o fato de dizer que não adoram Maria por não colocar ela no lugar do Criador assim como os israelitas fizeram, não acredito que isso signifique algo, pois os pagãos adoram muitos deuses ao mesmo tempo.'
Veja bem, eu dei a definição exata do que é a verdadeira idolatria. É substituir o verdadeiro é único Deus, por um falso deus( ídolo) e não importa se for um ou vários ao mesmo tempo, como você colocou. Usei como exemplo, a passagem dos israelitas que adoraram o bezerro de ouro, apenas para facilitar o entendimento.
E sobre a comparação, vou tentar ser breve. Se for seguir por essa linha de raciocínio, poderá chegar a uma conclusão precipitada de que o cristianosmo é uma farsa,devida às suas semelhanças com outras crenças; crenças essas que são muito anteriores a ele e que ao mesmo tempo são o reflexo da busca pela verdade.
E ainda que exista algo em comum entre o paganismo e o catolicismo, cada elemento que você comparou, possuí caráter, diferente paraos dois. Tanto é que os pagãos, nos primeiros séculos da era cristã, mesmo tendo certas coisas em comum com a Igreja de Cristo, reconheciam que havia um abismo entre eles. Percebiam que na Igreja Católica, só havia ( e só há) um Deus que deveria( e deve ) ser adorado, conforme narra santo Agostinho, bispo de Hipona(354 d.C- 430 d.C), em seu livro A cidade de Deus:'A tragédia de Roma irritava e dava mais coragem aos inimigos do Cristianismo. Os cristãos fiéis do norte da África viam-se em um contínuo tiroteio de calúnias e objeções feitas pelos pagãos. Esses faziam a seguinte objeção:antes quando ofereciamos sacrifícios aos nossos deuses, Roma mantinha-se de pé; agora que tem triunfado o sacrifício de vosso Deus e consequentemente foi proibido e decretado o culto sos nossos deuses,estamos vendo em que desventura envontra-se nossa Roma.'"
Eu havia utilizado o quadro que compara católicos e pagãos em relação as imagens, que li em seus artigos.
Ficarei muito grata se puder me responder.
Eu escrevi sobre isso aqui:
Excluirhttp://heresiascatolicas.blogspot.com/2013/05/nao-adoram-so-veneram.html
Resumidamente, idolatria não é apenas substituir Deus por um falso deus. Quando o apóstolo João se prostrou diante do anjo e foi repreendido pelo anjo, que disse que ele devia adorar somente a Deus (Ap 19:10), obviamente a intenção dele não era ser idólatra. João conviveu pessoalmente com Jesus e era perfeitamente bem doutrinado pra saber que o anjo não era Deus, mas mesmo assim cometeu o erro de se prostrar diante de um anjo, e foi repreendido por isso. O mesmo se pode dizer de Cornélio, que era um judeu "justo e temente a Deus" (At 10:22) que sabia que só havia um Deus, mas mesmo assim se prostrou aos pés de Pedro e foi repreendido por isso (At 10:25-26), apesar de ser óbvio que ele não considerava Pedro um deus, pensava apenas estar prestando uma reverência, como dizem os católicos que usam o mesmo pretexto. A idolatria não consiste apenas em substituir um Deus por outro, mas em dividir a Sua glória com outro, que é algo que ele não admite:
“Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor” (Isaías 42:8)
Sempre que alguém "marginaliza" Deus, sempre que faz a alguém o que é devido somente a Ele, sempre que dá mais atenção a outro alguém ou a outra coisa que não a Ele, está cometendo idolatria, seja com imagens ou "santos", seja com coisas como o dinheiro ou pessoas famosas que tem como "ídolos", mesmo que não os considere deuses de fato. Não à toa os católicos falam muito mais em Maria do que em Jesus, porque a religião deles está longe de ser Cristocêntrica, o que por si só já é caracterizado na Bíblia como idolatria.
Idolatria tbm é cultuar a Deus, so q por meio d coisas q desviem dele, como os israelitas fizeram o bezerro d ouro, e a mesma coisas q o catolicos fazem com as imagens como o Lucas falou e com maria, é comum vc escuta " vc precisa conhece maria pra conhecer jesus"
ExcluirBem lembrado, eu esqueci de falar disso na minha resposta. Os israelitas não criaram o bezerro de ouro para ser um deus rival de YHWH, eles criaram pensando estar dando forma ao próprio YHWH, adorando-o por meio daquela imagem (porque estavam acostumados a adorar coisas tangíveis e palpáveis).
Excluirhttps://rationalchristiandiscernment.blogspot.com/2018/09/a-trinitarian-perspective-of-john-17.html
ResponderExcluirI liked the article and also the new layout of the blog, it became more elegant, although I already got used to the other.
ExcluirIt should be much easier for people to read; less straining on the eyes.
ExcluirIndeed.
Excluirhttps://rationalchristiandiscernment.blogspot.com/2018/09/1-john-and-assurance-of-salvation.html
ResponderExcluirAlthough I do not think that the apostle John was the author of the three epistles of John (but the other John, the elder), I agree with the remarks made regarding the content of the letter.
ExcluirWhy do you think that John the Apostle did not write them?
ExcluirI address this in two long videos, but to summarize:
Excluir1) The John of the epistles identifies himself as "elder", while the John of Revelation identifies himself only as "John".
2) The Greek of the epistles is immeasurably different from the Greek of Revelation. While the Greek of the fourth gospel and the letters of John is a highly refined and stylish Greek, that of Revelation is a much more rudimentary and poorly written Greek, typical of someone who was learning the language (like the apostle John, who was a fisherman without formal instruction).
3) The author of John's letters is the same author of the fourth gospel, which is clear from the style and prologue of the books, but at the end of the fourth gospel the author says that he wrote based on the testimony of the beloved disciple, and not that he himself was the beloved disciple (John 21:24). Since John was an eyewitness, he would not need to use another witness to write his gospel.
4) There are many reasons for believing that John was not the beloved disciple: he was too young and irrelevant at the time to enter the high priest's house as an acquaintance of his; Jesus would not have given his mother to the care of a disciple (and the youngest of them) instead of handing her over to the care of another son (as was the Jewish tradition); John was an itinerant missionary who was always traveling, so he could not properly care for an elderly woman like Mary, and many other reasons.
Lucas, desculpa a pergunta fora de contexto rs
ResponderExcluirMas eu gostaria de saber sua visão sobre especulação imobiliária. Eu me considero liberal, liberal igualitarista, porém eu tenho severas criticas a especulação imobiliária. Por exemplo, suponhamos que exista pessoas que deixam terrenos, ou até mesmo latifúndios, a pessoa espera uma maior valorização desse terreno, mesmo que leve anos, para que possa vender e obter lucros maiores ( especulação imobiliária), ou usar esse terreno como garantia para financiamento através de crédito em bancos, enfim, porém ao mesmo tempo a situação de pessoas que não tem onde morar ( e li que muitas pessoas que possui emprego mas não tem moradia, tem casos que a pessoa tem moradia mas trabalha tão longe que ela dorme na rua e só volta no final de semana).
Enfim, só estou pedindo sua opinião, é um assunto que ultimamente anda me deixando pensativo, até porque tenho pessoas próximas que pretendem adquirir propriedades apenas para especular, e claro eu não considero elas pessoas má intencionadas, são pessoas que juntaram seu dinheiro com esforço e pretende aumentar seu patrimônio.
Eu não acho que a especulação imobiliária deva ser proibida, mas ela tem que ter um limite. Uma mesma pessoa não poderia ter mais do que uma quantidade predeterminada de imóveis para especular, ou então teria um tempo limite fixado para vender esses imóveis. Uma dessas duas medidas (ou ambas) resolveria o problema em questão, sem a necessidade de acabar com a especulação em si.
ExcluirExcelente comentário, toca exatamente no ponto. Poderia até acrescentar como exemplo Mateus 24, que de forma mais direta se aplicava à destruição do templo em 70 d.C, mas que também aludia claramente à grande tribulação do fim dos tempos. O próprio João fala de um anticristo escatológico com o artigo definido, o mesmo "homem do pecado" do qual Paulo fala, mas diz que desde aquela época já haviam "anticristos", no plural, que prefiguravam o anticristo que estava por vir. A Bíblia é cheia de coisas do tipo, a própria lei era uma "sombra dos bens vindouros" que apontava a algo maior do que ela mesma, como eu expliquei na parte final do artigo (e principalmente em outra parte do livro que eu não postei aqui ainda). Sem falar dos textos que diretamente se referem ao faraó do Egito ou ao rei de Tiro, mas que indiretamente se aplicam a Satanás (como Ezequiel 28:12-19 e Isaías 14:12-14). A Bíblia está cheia de referências que em uma primeira leitura se refere ao objeto mais próximo, mas que também tem uma aplicação espiritual ou escatológica mais profunda.
ResponderExcluirPelo jeito o Brasil voltou aos anos 80, o processo de Venezuelização acabou de começar agora:
ResponderExcluirhttps://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2020/09/08/governo-estuda-medidas-para-dar-resposta-a-precos-que-dispararam-nos-mercados-diz-bolsonaro.htm
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/09/08/bolsonaro-apela-a-comerciantes-para-conter-preco-do-arroz-e-ministra-diz-que-produto-nao-vai-faltar.ghtml
https://www.youtube.com/watch?v=chR7yMnXEqA
https://www.youtube.com/watch?v=3wNr9wWbUOw
https://www.youtube.com/watch?v=ksj4GWq3YTI
Não acho que o Brasil vá literalmente se tornar uma Venezuela (ainda), mas que está se esforçando, está.
ExcluirTbm não acho estamos a beira de uma "Venezuelização".
ExcluirO Peter Turnuguiev do Canal "Visão Libertária" fez uma analise interressante sobre essas falas do Presida, vale a pena assistir:
https://www.youtube.com/watch?v=Q5FDr2GJs74&t=323s
A impressão que há é que as falas iniciais dele foram uma "especie de conselho" para vendedores manterem os presos baixos afim de ""ajudar os mais pobres"".
Economicamente falando isso é uma frase bem idiota, contudo ele logo em seguida falou que não pretende interferir nos presos, pois sabe que isso pode piorar a situação.
Mas vamos ver no que da, Brasil é país estranho, as coisas mundam completamente do dia pro outro, seja para o bem ou para o mal kkkk
"Não acho que o Brasil vá literalmente se tornar uma Venezuela (ainda), mas que está se esforçando, está."
ExcluirLucas porque na sua opinião dificilmente o Brasil se tornará uma nova Venezuela, há risco disso acontecer?
O que acontece na Venezuela é uma soma muito maior de erros, o Brasil dificilmente chegaria a este nível a não ser com um Boulos na presidência.
ExcluirLucas no seu ponto de vista qual é o maior Perigo Para o Evangelho no Brasil, perigo pode se dizer qualquer coisa que impeça ou corrompa o evangelho, seja a união com catolicismo seja a teologia da prosperidade Qual é o maior perigo, as maiores armadilhas em que os evangelicos podem cair, na sua opinião?
ResponderExcluirMuito difícil responder uma pergunta como essa. Eu acho que o que mais estraga a igreja evangélica são os pastores charlatães que aparecem na TV pedindo dinheiro à rodo e pregando coisas terríveis que só servem para manchar a reputação dos evangélicos perante os de fora (a maioria dos quais desconhece por completo as igrejas mais sérias, e acha que esses pastores dessas igrejas representam o que os evangélicos são como um todo). É por causa desses escândalos que muita gente tem repulsa aos evangélicos, e se esse tipo de igreja continuar crescendo e "engolir" as demais, não sei o que vai sobrar do evangelho.
ExcluirBanzoli, o catolicisno apresenta alguma ameca no brasil, ou n?
ExcluirNão é uma "ameaça", é uma realidade. Ameaça é algo que pode acontecer (de ruim), não algo que já acontece. O Brasil já é o país numericamente mais católico do mundo, mas por outro lado o catolicismo é a religião que mais cai percentualmente, então é uma realidade, mas não uma ameaça.
ExcluirLucas o que você acha do fato de a URSS ter feito um plebiscito para continuar a manutenção do regime comunista literalmente faltando poucos meses para que o regime caísse de podre?
ResponderExcluirhttps://en.wikipedia.org/wiki/1991_Soviet_Union_referendum
E Pra piorar esse plebiscito aconteceu no dia 17 de março de 1991, exatamente 9 meses antes da queda do regime comunista soviético, e mais um detalhe: 78% da população votou pela manutenção do regime comunista!
Provavelmente se fosse feita uma pesquisa desse tipo na Coreia do Norte dos dias de hoje o resultado seria o mesmo; pessoas sujeitas a anos e anos de doutrinação e lavagem cerebral são suscetíveis a acreditar em qualquer coisa (o fato do Estado ameaçar de morte quem estiver contra o regime também ajuda).
ExcluirLucas sobre o artigo que eu mandei a você no qual a autora defende o politicamente correto você me respondeu o seguinte:
ResponderExcluir"O artigo é muito genérico, de qual "correção política" estão falando? Há algumas coisas que precisam ser corrigidas mesmo e faz parte da evolução da consciência humana, mas outras são pura frescura e babaquice sem a menor necessidade (como transformar "todos" em "tod@s" ou "todxs", para não "ofender" as mulheres...)."
Em suma, o artigo era sim uma defesa do politicamente correto, os defensores do politicamente correto frequentemente afirmam que defender o politicamente correto é defender o princípio da dignidade humana, pois de acordo com eles ao fazer piadas ou chacotas com minorias você está de certa forma "desumanizando" eles, por exemplo se você faz uma piada contra homossexuais você está "desumanizando" os gays e por assim vai... Inclusive certa vez no Quora eu estava pesquisando sobre se o politicamente correto era censura e muitas das respostas dos defensores do politicamente correto era que o politicamente correto em si não constitui uma censura e sim, a defesa do direito à dignidade humana, um dos defensores do politicamente correto chegou a dizer que a seguinte frase: "Eu não gosto de homossexuais" é na verdade uma forma politicamente correta de dizer "Eu odeio viados", e que mesmo usando linguagem politicamente correta às vezes ela demonstra o quão "ignorante e intolerante" você é? Esse argumento (do princípio da dignidade da pessoa humana) que os defensores do PC usam tem alguma coerência?
Se a ideia é vedar a liberdade de expressão alheia então sim, é censura. Uma coisa é dizer que seria de bom tom não fazer certo tipo de piada, outra coisa é proibir que a pessoa faça caso ela decida fazer mesmo assim.
ExcluirLucas, o que você está achando dessas manifestações que estão acontecendo na Bielorrússia contra o Ditador Lukashenko (que inclusive está no poder há 26 anos!) e que foi reeleito para o sexto mandato consecutivo com fortes suspeitas de fraude e não houveram observadores internacionais naquela eleição, além disso a União Europeia e a Inglaterra declararam que não reconhecem o resultado da eleição e que Lukashenko deve renunciar. Você acha que o Lukashenko cai ou não? Francamente falando, acho um tanto difícil uma vez que ele é protegido pelo Putin e mexer com ele é mexer com o Putin. Além disso, o Putin (bem como Xi Jinping) prometeu retaliar as declarações da UE e do Reino Unido!
ResponderExcluirhttps://wp.ufpel.edu.br/pelotasmun/2020/08/15/bielorrussia-entenda-a-situacao-no-pais/
https://jornal.usp.br/atualidades/entenda-a-crise-que-a-bielorrussia-enfrenta/
https://oglobo.globo.com/mundo/dos-7-principais-opositores-de-lukashenko-apenas-uma-permanece-em-liberdade-na-bielorrussia-24628677
É difícil tirar esses ditadores do poder, não só porque eles tem consigo a força policial e potências internacionais a seu favor, mas porque dentre o próprio povo há muitos que o apoiam por estarem acostumados a viverem em uma ditadura (mesmo que não sejam a maioria, deve ser um número bem expressivo). Ninguém consegue governar se, digamos, 90% estiver contra ele, quando chega neste ponto nem as Forças Armadas o apoiam mais, por isso até os mais déspotas precisam de certa margem de apoio popular para se manterem, o que eles conseguem através da doutrinação ideológica obtida com o controle da mídia, da imprensa e das universidades. Com a globalização isso tem ficado cada vez mais difícil, pois as pessoas estão expostas a informações vindas do mundo todo (especialmente do mundo democrático), por isso esses surtos de revolta aqui ou ali por liberdade e democracia.
ExcluirLucas, porque Satanás tentou Jesus no deserto sabendo que ele é Deus? Em última instância ele não estava tentando o Próprio Deus?
ResponderExcluirEmbora Jesus fosse Deus encarnado, ele tinha uma natureza humana, que era passível de sofrer tentação. Há muita discussão se hipoteticamente falando Jesus tinha alguma chance de cair na tentação ou não (como homem, por exemplo, ele chegou até a orar para que o Pai o livrasse do seu cálice e se sentiu abandonado por Ele, embora soubesse que veio ao mundo para aquele momento), mas independentemente de qual seja a resposta, o diabo não necessariamente sabia disso.
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=m_w9O_p3I1I acredito que possa da uma olhada pelo menos no meio pro fim
ResponderExcluirEle fala como se esses evangelhos apócrifos estivessem em pé de igualdade com os evangelhos canônicos e do nada alguém no século IV ou sabe-se lá quando decidiu escolher os quatro livros arbitrariamente e "excluir" os outros, o que é uma entendimento bem infantil e pueril em relação ao cânon, parecido com o espantalho tosco criado pelos apologistas católicos. Na verdade, desde o início apenas os quatro evangelhos que conhecemos eram reconhecidos pelas igrejas e pelos primeiros cristãos, os outros nunca foram citados porque nem existiam, são falsificações criadas a partir de meados do século II e principalmente nos séculos III e IV, usados principalmente pelos gnósticos, uma facção herética que rejeitava os livros canônicos justamente porque contrariavam seus ensinos, e por isso escreveram livros falsos no nome de Pedro, Judas, Maria Madalena e etc, que ninguém no meio cristão da época jamais levou a sério. O próprio Ário, que ele cita, jamais se baseou nesses livros para refutar a divindade de Cristo, toda a discussão era baseada na Bíblia que conhecemos hoje (e não como se os cristãos tivessem excluído do cânon alguns livros para contrariar Ário, como ele falsamente alega).
Excluiro que me preocupa é o fato dele ser formado, que faz com que ele seja uma ´´ fonte de confiança´´ para outras pessoas , onde ele pode falar oque quiser e as pessoas acreditam, como aconteceu comigo.
Excluirhttps://thisholysword.blogspot.com/2020/08/ranking-of-petrine-sees.html
ResponderExcluirThere never was a Council of Rome in AD 494. He is totally mad.
ExcluirWhat do you mean?
ExcluirHis argument is based on a council that never existed.
Excluirhttps://thisholysword.blogspot.com/2010/08/queen-of-heaven.html
ResponderExcluirhttp://heresiascatolicas.blogspot.com/2015/09/quem-e-mulher-de-apocalipse-12.html
ExcluirLucas,toda cobrança de Juros é tida como Pecado? Oq seria a Usura?
ResponderExcluirTenho estudado economia e esse tema me deixou um pouco confuso teologicamente, esse artigo do Mises Institute tbm reforçou a minha duvida:
https://mises.org/wire/tucker-carlson-and-aoc-are-wrong-about-christianity-and-usury
Me considero economicamente um Austríaco e creio que as leis estatais sobre os Juros apenas servem para perpetuar o poder dos Bancos.
A melhor forma de cuidarmos desse problema do Monopólio dos Bancos e dos Juros Altos seria deixar na mãos do Livre Mercado, contudo não sei como conciliar isso com a Palavra de Deus. Nas partes onde a "usura" é condenada.
Isso é uma leitura errada da Bíblia. Primeiro que essa "proibição" é da lei de Moisés, que não vigora mais. Neste sentido, a usura é tão "proibida" quanto plantar duas sementes diferentes no mesmo campo, ter dois animais domésticos de espécies diferentes convivendo juntas, vestir roupa com dois tecidos diferentes, fazer a barba, não circuncidar o filho ao oitavo dia e etc. E mesmo na lei, a "usura" que ela proíbe não é do tipo comercial, mas sim um empréstimo de caridade que era feito para que a outra pessoa pudesse sobreviver, neste sentido é que era proibido cobrar juros ou tirar vantagem econômica da pessoa. Eu expliquei isso no capítulo 2 do segundo volume do livro dos 500 Anos de Reforma, mais especificamente a partir da página 318 da versão digital (que você pode baixar na página dos livros):
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2017/04/0.html
https://www.terra.com.br/amp/diversao/tv/blog-sala-de-tv/apos-polemicas-a-era-dos-padres-pop-pode-ter-chegado-ao-fim,6623685a967340c92aa68e6b7aee31866p8bi1sq.html
ResponderExcluirOpniao banzoli? Acrwcentaria algo? Oq vc acha q vai sobra do catolicismo?
O problema do catolicismo é que ele vive numa linha tênue e numa tensão contínua entre o seu passado tradicionalista reacionário e esses movimentos modernistas pós-Vaticano II que gerou a RCC e os "padres pop". Por isso os "padres pop" como o Fábio de Melo e o Marcelo Rossi acabam sofrendo depressão, eles são tão perseguidos e atacados pelos próprios católicos que acabam não suportando a pressão. O protestantismo também tem suas vertentes mais tradicionais, porém que não chegam nem perto do nível de tradicionalismo dos católicos, até porque o próprio protestantismo nasceu como uma "modernização" do catolicismo e sempre foi mais aberto a mudanças. Devemos lembrar que para muitos católicos uma simples mudança na liturgia já é o suficiente para gerar uma imensa revolta (o padre tem que repetir as palavras exatas, como se estivesse recitando uma fórmula mágica), então imagine o que um católico tradicionalista pensa desses movimentos carismáticos modernos. E enquanto eles não superarem esse tradicionalismo, vão continuar perdendo fiéis à rodo, já que as fórmulas usadas para atrair as pessoas na Idade Média já não funcionam mais no século XXI.
ExcluirBanzolão vc acha o Papa Francisco um cara um pouco mais moderno que os papas anteriores em alguns aspectos?Pq as vezes ele parece querer mudar umas coisas lá dentro,por exemplo no Sínodo da Amazônia ele chegou a sugerir padres casados nessa região e mulheres sacerdotes,mas voltou atrás,já disse que os católicos não devem se reproduzir como coelhos,insinuando que devem usar métodos anticoncepcionais,o que é oficialmente proibido pela Igreja Católica e agora ele declarou que o ´´prazer sexual é simplesmente divino´´ e para a Igreja o sexo só serve para reprodução,agora não sei como ele pode dizer que o prazer sexual é simplesmente divino,se ele teoricamente não faz sexo,vai saber se ele não pega alguém as escondidas kkkkkkkk, https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/09/10/papa-francisco-chama-prazer-culinario-e-sexual-de-simplesmente-divino.ghtml
ResponderExcluirMais "moderno" no sentido de mais aberto a mudanças ele é sim, essa é uma das razões pelas quais ele é tão atacado pelos católicos tradicionalistas. Infelizmente para ele, nenhum católico sozinho, nem mesmo o papa, pode mudar toda a estrutura. Mas ele pode influenciar a cabeça das pessoas e preparar o terreno para mudanças futuras, o que só será possível quando o tradicionalismo for superado.
ExcluirOlha isso Banzolão!O PC do B,Partido Comunista do Brasil que sempre rejeitou o cristianismo,afinal o comunismo é um regime ateísta votou de modo unânime em favor do perdão das dívidas das Igrejas. http://www.esquerdadiario.com.br/Toda-bancada-do-PcdoB-vota-a-favor-da-isencao-as-igrejas .
ResponderExcluirMuito estranho isso. Vai ver eles querem que o Estado quebre de uma vez, por isso votaram a favor. Não consigo pensar em mais nada.
ExcluirBoa noite, Lucas! Como vai?
ResponderExcluirVocê conhece alguns livros(não só livros, pra falar a verdade) que refutam os argumentos antitrindade(eu tava querendo um que aborda essa questão pelo ângulo da linguística; estudo dos idiomas usados na Bíblia e como utilizar as conjugações verbais de forma correta e tals)?
Deus lhe ilumine!
The Jewish Trinity: When Rabbis Believed In The Father, Son And Holy Spirit (Inglês) por Yoel Natan
ExcluirEu estava lendo esse livro ma parei, ele é bem bom, tem em pdf, mas tive que cavar fundo pra acha.
Tem também um livro do Benjamin Warfield chamado "A Doutrina Bíblica da Trindade", mas é quase um livreto, não sei se tem a profundidade que você deseja.
ExcluirEstou escrevendo um sobre isso, chamado em defesa da santíssima Trindade
ExcluirLucas oq vc acha desse artigo do Teólogo Laurence M. Vance? :
ResponderExcluirhttps://libertarianchristians.com/2016/08/29/conservatism-versus-libertarianism/
Ele é o mesmo autor do Livro "O Outro Lado Do Calvinismo", acho que vc deve conhecer.
Atualmente faz parte do Mises Institute e tem muitos artigos interessantes sobre Teologia e Economia.
Contudo ele tbm algumas ideias bem estranhas kkk
O Vance afirma ser contra Progressismo Moral, ao mesmo tempo que Nega "Conservadorismo".
Em sua visão nos não presisamos ser Conservadores para defendermos as pautas morais tradicionais do Cristianismo.
Inclusive ele é contra o Aborto e o Casamento Gay.
Eu como um Conservador-Libertário acho isso bem esquisito, contudo ele trás alguns argumentos interessantes. Inclusive aponta alguns erros do Governo Reagan que são ignorados pela maioria dos Conservadores.
Não sabia que o Vance também dava uns pitacos sobre política. Acho que isso vai depender de como a pessoa entende o que é ser "conservador". Como ele mesmo disse num trecho que li do artigo, há centenas de concepções diferentes do que vem a ser isso. Dependendo da concepção que se tenha em mente, nem eu diria que sou "conservador". Por exemplo, para algumas pessoas, ser conservador é ser contra mudanças, ou seja, se apegar às tradições do passado e querer que o mundo continue sendo o mesmo. Neste sentido, eu com certeza seria o inverso de um "conservador". Mas se conservadorismo for entendido no sentido mais básico de conservar valores e princípios imutáveis e inegociáveis, como a vida, a família e a propriedade, então sim, não há nenhum problema em se definir como conservador. Parte do problema em se dizer de direita ou de esquerda, conservador ou progressista, isso ou aquilo, é porque cada um tem uma visão diferente do que vem a ser a coisa, e a maioria apenas "segue a manada" sem nem saber do que se trata. Sem falar que ser conservador na China é uma coisa totalmente diferente do que é ser conservador no Brasil, os conceitos variam de país pra país e de época pra época, o que só aumenta a confusão. Não sei se há uma forma mais eficiente de se definir politicamente, mas essa definição está longe de ser algo claro.
ExcluirLucas, Abrãao basceu por volta dos anos de 1800 A.C, certo?
ResponderExcluirComo ele viveu mais 700 anos sendo que neste período ocorreu diversos acontecimentos em que ele não estava presente?? Como a historia de Jaco, o Governo de José no Egito, a escravização do Povo Hebreu e por fim a Libertação dos mesmo por Moisés??
A Cronologia não parece estar batendo, me corrija se estiver errado.
Na verdade ele viveu "só" 175 anos. Você deve estar confundindo com os pré-diluvianos, que costumavam viver tudo isso (e até mais).
ExcluirBanzolão será que isso aqui tem a ver com o fato da bancada do PC do B ter votado de modo unânime em favor do perdão das igrejas? https://noticias.gospelmais.com.br/evangelicos-esquerda-entrar-poder-eleicoes-139324.html querem atrair o voto e a filiação de alguns evangélicos decepcionados com o bolsonarismo?
ResponderExcluirPode ser.
ExcluirLucas, você acha que Nostradamus foi um verdadeiro profeta ou um charlatão? Ele teria até profetizando sobre a norte do rei Henrique II da França.
ResponderExcluirEstá mais para um charlatão mesmo. Todas as profecias dele eram sempre extremamente e deliberadamente vagas, de modo que qualquer uma de suas profecias poderiam ser facilmente interpretadas e ajustadas a qualquer acontecimento. É tipo as "profetadas" por aí que dizem que "Deus está te dando a vitória, mermão", sabendo que quase todo mundo passa por dificuldades na vida e isso poderia se aplicar a milhões de coisas.
ExcluirFELIZ ANIVERSÁRIO LUCAS! 😀😊
ResponderExcluirPra você: https://youtu.be/NwFDHP2mKiI
Como você sabia? Eu tinha desativado essa informação do meu facebook pra ser um segredo xD
ExcluirLembro no comecinho do site tinham as informações sobre sua data de nascimento além do currículo. FELIZ ANIVERSÁRIO LUCAS Deus abençoe esse maravilhoso aniversário, UM ABRAÇÃO PRA VOCÊ 🤝🏻
ExcluirParabéns Lucas.
Excluir"O Senhor te abençoe e te guarde;
O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti;
O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz."
Números 6:24-26
Parabéns atrasado Lucas!
ExcluirBanzolão, dia 11 foi seu aniversário mesmo? Ou foi brincadeira? :)
ExcluirObrigado a todos pelos parabéns! (e sim, eu faço em 11/09 mesmo, não é brincadeira...)
ExcluirHappy Birdday late.
ExcluirParabéns atrasado, Banzolão. Que Deus ti abençoe grandemente, ti dê uns 200 anos de vida e muito dinheiro no bolso :D
Excluir"Happy Birdday late"
ExcluirTy! :)
"Parabéns atrasado, Banzolão. Que Deus ti abençoe grandemente, ti dê uns 200 anos de vida e muito dinheiro no bolso :D"
Só 200 anos de vida? Como eu vou ultrapassar o Matusalém assim?
"Só 200 anos de vida? Como eu vou ultrapassar o Matusalém assim?"
ExcluirApenas a rainha Elizabeth II vai ultrapassar Matusalém kkk.
http://prntscr.com/ujunmq
Excluirkkkk...
Que nada, ela já ultrapassou Matusalém há muito tempo. Quando Deus criou Adão no jardim do Éden, Adão reparou a presença da rainha Elizabeth e perguntou: "E aquela rainha, o que faz aqui?". E Deus respondeu: "Não sei, já estava aqui antes de mim".
ExcluirAgora sei quem provocou a Queda: foi ela. Não faria sentido uma serpente literal falar. Era apenas linguagem figurada do autor. Agora os primeiros capítulos de Gênesis faz sentido kkk.
Excluirsoube que é seu aniversário, parabéns Deus abençoe
ResponderExcluirVlw!
ExcluirCaramba Lucas, c faz niver hj, coincidencia eu tenho otro amigo q tbm c chama Lucas e faz aniverdario hj. Segue firme e Deus t abençoe.
ResponderExcluirDois Lucas fazendo aniversário no mesmo dia? Isso só pode significar uma coisa: nada kkk
ExcluirVlw pelos parabéns!
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL24736-5602,00-VATICANO+DECRETA+O+FIM+DO+LIMBO+PARA+NAOBATIZADOS.html
ResponderExcluirPela materia, deu a entender q o pensamento do limbo era bem comum mas n era algo oficial. Mas é mt estranho uma instituição como a ICAR, q sempre tenta definir e expandir ao maximo seus dogmas, deixar uma doutrinas dessas souta na sua instituição.
Espero ter ajudado
Olá Lucas!
ResponderExcluirComente: https://youtu.be/szpnEi7c3J0
Se eu comentar esse vídeo eu vou ter que comentar todos os vídeos que me enviam e aí não vou poder comentar nenhum porque não tenho mais tempo pra isso :/
ExcluirLucas, considera fazer um pequeno artigo devocional semanal? Não precisa ser nada "FORTEEE!!!" (leia com uma voz de pregador neopentecostal), mas algo simples e bíblico que você sentir em compartilhar com os irmãos no seu coração.
ResponderExcluirA Paz de Cristo! ✝️
Eu não sou muito bom de devocionais, gostaria de ser, mas não sou. Mas eu tenho planos sim, de um dia focar mais em devocionais e menos em teologia, tanto aqui como no youtube. Mas por enquanto, vou continuar focando na teologia porque não tenho ainda tanta experiência de vida para fazer devocionais bons.
ExcluirTudo bem haha :)
ExcluirFique com Deus!
Lucas, o que você acha da história de conversão do Cardeal John Henry Newman ? Recentemente descobri uma página no Insta chamada Apostolado Cardeal Newman , formado por ex-protestantes que , assim como Newman, aderiram ao catolicismo romano. É algo que eu tenho visto com mais frequências, inclusive acompanho uma youtuber que era presbiteriana e recentemente se tornou católica (canal intervalo literário). Você consegue apontar alguns motivos para a crescente de protestantes aderindo ao catolicismo ?
ResponderExcluirNão existe nenhuma "crescente onda de protestantes aderindo ao catolicismo", o que existe é um punhado de evangélicos que se tornam católicos (e que normalmente já eram católicos antes de se converter) que é explorada ao máximo por eles como uma estratégia publicitária para fazer parecer que está havendo uma "onda" de conversões ao catolicismo, quando todos os institutos de pesquisa anualmente mostram os evangélicos crescendo e os católicos diminuindo progressivamente. A pesquisa mais recente do Datafolha a este respeito, feita neste ano, mostrou que o percentual de católicos no país já caiu para 50%, e o de evangélicos subiu para 31%:
Excluirhttps://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/13/50percent-dos-brasileiros-sao-catolicos-31percent-evangelicos-e-10percent-nao-tem-religiao-diz-datafolha.ghtml
Em 2010 o percentual de católicos estava em 64% e o de protestantes em 23%, então desde então não tem havido nenhuma "crescente onda de protestantes aderindo ao catolicismo" mas justamente o contrário. Inclusive em se tratando de praticantes os evangélicos já estão à frente há muito tempo, é só dar uma volta de carro na sua cidade e comparar o tanto de igrejas católicas e de igrejas evangélicas, eu só conheço duas igrejas católicas na cidade onde moro, e só no meu bairro tem muito mais igrejas evangélicas do que isso. O que acontece é que de cada 100 católicos que se tornam protestantes tem 1 protestante que se torna católico e esse 1 que se converte à religião deles é explorado ao máximo por eles, que estão realmente desesperados em encontrar testemunhos pro lado deles, enquanto católicos que se convertem ao protestantismo é algo tão extremamente comum que ninguém se preocupa em ficar colhendo testemunhos, é como encontrar água no oceano.
E pra ser sincero, as raras conversões ao catolicismo só demonstram como a fé deles é totalmente desprovida de fundamento. Eu já analisei dúzias desses testemunhos e nunca vi ninguém dizendo que se converteu ao ler a Bíblia, é sempre um aluno do Olavo que sofreu lavagem cerebral na seita dele, alguém que se tornou católico por motivações políticas baseadas em sofismas históricos, ou alguém que nunca leu a patrística na vida mas viu meia dúzia de citações isoladas em blogs católicos de fundo de quintal que supostamente "provam" que os Pais da Igreja eram papistas. Infelizmente, isso é tudo o que eles tem, e é de dar pena. O próprio cardeal Newman que você mencionou é um exemplo perfeito disso: ele teve que criar uma nova teoria para justificar sua adesão ao catolicismo, a do "desenvolvimento da doutrina", já que ele reconhecia que muitas doutrinas católicas não constavam na Bíblia e nem nos primeiros Pais da Igreja, mas eram válidas mesmo assim por terem "se desenvolvido" com o passar do tempo até se tornarem o que são (o que na prática é o mesmo que dizer que os apóstolos estavam errados nas crenças deles, e quem está certo são os católicos de hoje).
Lucas, sem cobtar q a grande maioria q se converte sao intelectuais, pessoas q estudam, dae caem no encanto da grande tradicao filosofica e literaria da igreja catolica, MT DIFICIL vc v um irmao da assembleia d deus la no interior c convertendo.
ExcluirLucas, por falar no Newman, o que dizer da alegação dele de que as doutrinas como a da trindade e a da união hipostatica foi fruto do desenvolvimento da doutrina?
ExcluirAdemais, o falecido ex luterano e historiador Jaroslav Pelikan também dizia que toda a doutrina cristã passou por um desenvolvimento doutrinal.
Lucas, oq aconteceu com o jardim do eden depois da queda? O dilivio levo ele? Deus mando pra otra dimensão?
ResponderExcluirDe acordo com a tradição judaica, Deus arrebatou o jardim do Éden aos céus antes do dilúvio para não ser destruído, por isso a Bíblia diz que a árvore da vida está lá hoje (Ap 2:7), e por isso João diz que a Nova Jerusalém descerá dos céus para ser a morada eterna dos salvos (Ap 21:2), e que então teremos novamente acesso à árvore da vida (Ap 22:14). Quando a Bíblia fala de "Paraíso", ela não se refere ao céu propriamente dito (em toda a sua extensão), mas justamente ao jardim do Éden, que atualmente se encontra na presença de Deus e que após o milênio se tornará a morada eterna dos salvos com o nome de "Nova Jerusalém", e assim o homem que foi expulso do paraíso por causa do pecado voltará a habitar nele quando o pecado for extinto da humanidade.
Excluir1-Banzolao vc viu que o Malafaia hj fez live com Roberto Jefferson para falar sobre família cristã e as eleições de 2020 e no mesmo dia a Cristiane Brasil filha do Bob Jeff vai presa,já não basta o Malafaia ter dado apoio para tantos políticos que foram presos,agora até a filha do político apoiado por ele vai presa tbm ,manter contato com esse Silas da azar danado kkk
ResponderExcluir2-Agora falando sério,há alguns meses atrás comentando aqui no seu blog eu critiquei a Debora G Barbosa para fazer live com o mesmo Bob Jeff,mas ela é uma menina jovem,ingenuamente pode achar que o Roberto Jefferson mudou como vc mesmo me respondeu na época,mas agora o Malafaia com 62 anos de idade é indisculpavel,o Mala atualmente parece mais um político que um pregador,nas suas redes sociais fala mais desse tema que do evangelho.
1) Não acompanho o Malafaia e muito menos o Roberto Jefferson, então não sabia disso, mas não me surpreendo.
Excluir2) É triste mesmo, particularmente eu não acho errado um pastor se envolver com política (embora eu ache errado fazer isso nos púlpitos, levar político lá em cima pra pedir voto e etc, isso eu acho um absurdo, mas expressar suas opiniões políticas como cidadão nas redes sociais não vejo problema), mas mesmo assim isso jamais poderia suplantar ou se sobrepor à pregação do evangelho. Todo pastor que é mais político do que pastor não é pastor, é só político. Jesus nos chamou para salvar almas, não para fazer política; podemos falar de política assim como falamos de futebol, de cinema, de história, filosofia e etc, mas a função primordial de um líder religioso é falar de Deus, não das coisas terrenas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNunca vi essa notícia e nem acho que isso faça sentido. Se fizerem isso, vai ter um monte de preso que vai fingir ler a Bíblia só pra ter a pena reduzida, é um absurdo isso.
ExcluirEsse vídeo é incrível vale muito a pena assistir:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/3DUhV3fE1cQ
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPorque ficou 3 dias morto.
ExcluirLucas o que você espera do novo Presidente do STF Luís Fux? Vi que apesar de defensor de pautas progressistas ele é um árduo defensor da Lava-Jato e também da Prisão em segunda instância e do endurecimento das leis:
ResponderExcluirhttps://www.google.com/amp/s/veja.abril.com.br/paginas-amarelas/nada-justifica-derrubar-a-lava-jato-diz-luiz-fux/amp/
https://istoe.com.br/um-ministro-linha-dura-no-stf/
https://www.google.com/amp/s/www1.folha.uol.com.br/amp/poder/2020/09/novo-presidente-do-stf-fux-evita-polemicas-como-drogas-e-aborto-e-pauta-divisao-de-royalties-para-julgamento.shtml
https://www.google.com/amp/s/www.migalhas.com.br/amp/quentes/333097/ultimo-dia-de-dias-toffoli-na-chefia-do-stf-e-marcado-por-homenagens
Graças a Deus o Dias Toffoli saiu da Presidência do STF, mas advinha quem é que o prestou homenagens e condolências: o nome dessa pessoa tem as iniciais JB.
Dos males, o menor...
ExcluirO Presida prestou homenagens ao Toffoli, da msm forma que fez elogios ao Fux. Qual o problema disso?
ExcluirEle estava na posse de um novo Presidente do Supremo, é logico que ele não iria falar mal dos Ministros ou do Toffoli.
Se os Ditadores de Toga já acusam de autoritarismo aqueles que os criticam e os xingam nas Redes Sociais, imagina então oq ocorreria se o chefe de Estado fizesse algo do tipo?
Espero que o Fux seja um Presidente Melhor que o Toffoli, mas não acho que ele vai muita coisa pela Justiça.
ExcluirÉ nítido que o Gilmar está empenhado em invalidar as investigações sobre o Lula.
Creio que se a Prisão em 2 instancia voltar, é capaz deles fazerem um arranjo para o Molusco continuar solto.
Boa noite. Gostaria de tirar uma dúvida acho que a respeito de tradução bíblica.
ResponderExcluirO milho é desconhecido na Europa até o século XVI, quando se conhece esse grão a partir da exploração das Américas, e de fato ele é relatado como novidade se formos pegar a literatura da época.
Mas em Lucas 6 vemos que o discípulos estavam debulhando espigas. Mas espigas de que? Não diz que era milho. Mas muita gente deduz isso. A mesma coisa em Mateus 12.
Se houvesse milho lá, com certeza ele teria sido objeto de conhecimento na Europa e então não seria "descoberto" durante o século XVI nas Américas.
Eram o que exatamente o que os discípulos estavam colhendo e limpando?
Essa semana, na terça-feira, o Trump vai assinar um acordo que normaliza as relações entre Israel X Emirados Árabes Unidos e Israel x Bahrain. Fora isso, o Trump tb está ajustando relações entre Kosovo x Sérvia. Por causa disso, ele foi indicado por duas pessoas diferentes do parlamento norueguês ou sueco para o Nobel da Paz. Bem, gostando ou não do Trump, não dá pra negar que nesse ponto ele está fazendo um trabalho adequado. Quando finalmente dirão que estão em paz? Quando finalmente Israel e os palestinos se acertarem ou quando Israel se acertar com o Irã? O Trump ainda disse que um terceiro país peso pesado pode estar caminhando na direção de normalizar tb, acho que a Árabia Saudita.
ResponderExcluirOutra coisa, nao sei se foi na quinta ou sexta feira, no Jornal Nacional, a jornalista lá fez uma chamada de poucos segundos a respeito do assunto como se a notícia não fosse grande coisa, e é sim grande coisa. A Renata ainda afirmou que embora o Trump esteja afirmando que seja acordo de paz, Israel nunca esteve em guerra com os Emirados ou Bahrain mas poxa, tudo bem que nunca foram as vias de fato, mas até entao esses dois países sequer reconheciam Israel como país, no meu ponto de vista o acordo é de paz sim porque encerra animosidade, e não uma guerra propriamente dita. Acho que a Globo tenta desqualificar o Trump enquanto que o próprio Biden teve que reconhecer que realmente foi algo bom o que o Trump fez (ele disse que eventualmente o governo Trump faz algo que presta...).
De fato ainda falta muito para garantir a paz na Palestina, mas este é um passo significativo. Na medida em que os países muçulmanos forem reconhecendo Israel como um país, vai ficar cada vez mais difícil para os demais continuarem resistindo a isso. Mas a paz de fato eu creio que ainda vá demorar muito tempo, os dois lados tem animosidades muito fortes para serem superadas tão cedo.
ExcluirMas lycas, vc n considera o anti crtisto como alguem q vai fazer eles superarem isso d uma hora para outra?
ExcluirNão tem como superar "de uma hora pra outra" um ódio histórico e milenar como esse. No mínimo o terreno tem que estar preparado para que o anticristo consiga dar esse salto final.
ExcluirLucas, se jesus que existiu é o mesmo da religião , por que as pessoas separam em ´´jesus histórico´´ e ``jesus religioso/ bíblico´´
ResponderExcluirQuem faz essa separação é quem não acredita na Bíblia, o que é um tanto irônico, já que a grande maioria do que foi escrito sobre Jesus (e sobretudo o que foi escrito pelas testemunhas oculares) vem da Bíblia (dos quatro evangelhos).
ExcluirLucas, me sinto incomodado ao ver LGBT usando o arco iris, pq esse foi o simbolo usado por Deus na alianca com Noé, oq vc acha?
ResponderExcluirA questao é q Deus n usou a lua como simbolo mas o arco iris s.
ExcluirAcho q to lendo mt o Julio Severo.
De certa forma a lua é um símbolo também, é um "sinal", como Deus disse em Gênesis:
Excluir"Disse Deus: Haja luminares no firmamento do céu para separar o dia da noite. Sirvam eles de SINAIS para marcar estações, dias e anos, e sirvam de luminares no firmamento do céu para iluminar a terra". E assim foi" (Gênesis 1:14-15)
O arco-íris me lembra do dilúvio, porque Deus disse que seria um sinal de que ele nunca mais irá destruir a terra com água. O dilúvio que foi causado por Deus por causa da imoralidade da humanidade, então o arco-íris está relacionado ao dilúvio. E atualmente o arco-íris também está relacionado aos LGBT que defendem e praticam a imoralidade. Então isso é uma ironia, pois tanto o arco-íris sendo relacionado ao diluvio como sendo relacionado aos LGBT é em um contexto que nos faz lembrar que Deus abomina a imoralidade e que a terra nunca será destruída por água.
ExcluirEu não disse que era a "crença oficial", disse que acreditavam nisso, e acreditavam mesmo. O limbo era a crença padrão adotada por todos os escolásticos e quem o desacreditasse era passível de ser perseguido até pela Inquisição, a despeito de não constar oficialmente no catecismo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão tenho muito o que comentar sobre essa notícia. Pelo que eu li, isso na melhor das hipóteses abre margem à possibilidade de haver micróbios em Vênus, mas mesmo isso está longe de ser algo certo.
ExcluirPor que você exclui os seus comentários? Assim fica estranho, parece que eu estou falando comigo mesmo como se fosse um lunático. Eu odeio quando as pessoas deletam os comentários, por qualquer razão que seja :/
Excluirperdão lucas kkkkk
Excluir1) Eu entendo que se refere ao terceiro templo, aquele no qual o anticristo se assentará.
ResponderExcluir2) Sim, também penso isso.
3) Pode até ser que em Zacarias o texto se refira (ao menos num sentido direto) a Zorobabel e Josué mesmo, mas isso não está claro pra mim, é um texto que divide opiniões. Se entendermos este texto como mais uma profecia de dupla referência, pode se aplicar tanto a Josué e Zorobabel na terra, quanto a Elias e Enoque no céu (de onde João tira a referência indireta).
https://rationalchristiandiscernment.blogspot.com/2020/09/why-god-cannot-tolerate-presence-of-sin.html
ResponderExcluirI believe that God loves everyone unconditionally, but not that he tolerates sin. A father punishes his disobedient son, but he doesn't love him any less because of it.
ExcluirLucas a gente n vai c casa depois da ressureição por causa do pecado, d um mulher ter tidoais d um marido etc, ou Deus ja previa, tipo chegaria um ponto em q ele tornaria td mundo irmao?
ResponderExcluirEu não entendi a pergunta, poderia reescrevê-la com mais clareza?
ExcluirLucas, a questao e o seguinte, se Adão e Eva não tivesse caído continuaria a ter casamento e relação sexual? Pois chegaria a um ponto q ia fica lotado o planeta daí teríamos de viajar para outros ou eu teria que parar com as relações sexuais so q isso implica no término do casamento.
ExcluirBom, quando Deus criou Adão e Eva, disse-lhes para se multiplicarem e encherem a terra. Ou seja, o "se multiplicar" estava diretamente relacionado ao "encher a terra", o que significa que quando eles enchessem a terra, não precisariam mais se multiplicar. É como se eu desse um copo pra você e pedisse para colocar água e encher o copo, evidentemente você não iria ficar colocando água pra sempre até escorrer do copo, iria colocar água até o final do copo e então parar. Essa é uma das razões pelas quais eu entendo que hoje não precisamos ter tantos filhos como antigamente, que isso hoje é na verdade até maléfico, dada a superpopulação global. Tendo isso em mente, o provável é que sem a queda a humanidade continuasse se multiplicando até encher a terra, e então não conseguisse se multiplicar mais (todos passariam a ser estéreis, como seremos na eternidade). A outra possibilidade é que a humanidade não se tornaria fisicamente estéril, mas simplesmente atenderia em obediência o pedido de Deus por não ter mais filhos, já que a missão de encher a terra já foi cumprida (considerando que estamos falando de um cenário sem queda onde a humanidade é fiel a Deus).
ExcluirLucas, é preciso crer na trindade para ser salvo?
ResponderExcluirPo Vinicius n me semti reapondido, n en certa parte, a minha questao é o seguinte, c chega num indigena prega e ele aceita jesus dae ele morre sem saber sobre a trindade, como é q fica? Eos Tj podem ser salvo? Pq memso q a trindade seja a unica coisa q posssa "definir" Deus, eles por rejeitarem vao pro inferno mesmo vivendo uma vida santa e pregando o arrependimento e somente a fe em cristo?
ExcluirLucas, como pregar o evangelho sendo timido? Eu sei q tenho d vencer isso, mas eu tenho d nescessariamente sair pela rua falando em voz alts sobre Jesus?
ResponderExcluirNem todo mundo foi chamado pra sair pregando na rua. Eu mesmo nunca preguei na rua, no máximo entreguei folhetos. Se você é tímido para pregar na rua, pode pregar na internet, ou para amigos e etc, hoje em dia a timidez não é mais uma desculpa, há vários meios de pregar o evangelho sem precisar necessariamente se expor a estranhos.
ExcluirNem todo mundo tem um chamado para pregar na rua, mas se você precisar pregar na rua ou se tem um desejo de pregar na rua, vá com outras pessoas junto, mas o conselho mais importante é você pensar nas almas que precisam ouvir o evangelho e amá-las, pois para pregar o evangelho e enfrentar a timidez ou qualquer outra adversidade é necessário ter um amor muito grande pelas pessoas que precisam ouvir. Dessa forma você pode pensar "sou muito tímido" ou "não sei se vou pregar direito", mas também irá pensar "Essas pessoas precisavam ouvir o evangelho, o que será delas se não ouvirem, preciso enfrentar minhas dificuldades".
ExcluirHello Lucas,
ResponderExcluirHere is an attempt at a philosophical exercise to illustrate the absurdity of transubstantiation:
"I am the bread of life...I am the living bread that came down out of heaven; if anyone eats of this bread, he will live forever; and the bread also which I will give for the life of the world is My flesh.” (John 6:48; 51)
The Roman Catholic dogma of transubstantiation means that the substance of Jesus Christ's flesh and blood takes the place of the substance of the bread and wine on the condition of a priest consecrating them.
The communion elements are no longer bread and wine upon them being consecrated. They are fully the body and blood of Christ. The bread appears to be bread in every way, despite this miraculous transformation. This change cannot be grasped by our senses.
In short, the bread is Jesus Christ Himself (and the wine His blood). If Jesus Christ is the Bread of Life who descended from heaven, then that would mean He is present wherever the bread is. If no bread remains after transubstantiation takes place, then that would also mean Christ cannot be present at the worship service. One cannot have Jesus without the bread."
I am trying to show transubstantiation to be self-contradictory or self-negating. Do you get my point? If so, tell me so I can make sure I can get my intended point across. If you do not understand the argument, then excuse me because I am just as confused as you are. What do you think?
In fact, your reasoning would apply to the physical presence of Jesus, which for Catholics only exists in the Eucharist, with the transformation of the elements. But they could claim that Jesus remains at Mass spiritually, even if not physically, after transubstantiation. The biggest problem in my view is that the text you quoted is clear in saying that everyone who eats the flesh of Christ will have eternal life, but even the Catholic Church does not guarantee that everyone who takes communion in the Eucharist will be saved. If it were enough to eat the bread of the Eucharist to have eternal life, no one would need to have a just life or believe in Christ to be saved, it would be enough to eat the bread and that's it. This proves that what Jesus was talking about was not a literal food or drink, it had nothing to do with the Eucharist, but with believing in Him to be saved.
Excluir...except the Roman Catholic view is not simply a spiritual presence of Christ. He is physically present to be consumed by the attendants.
ExcluirI know, what I mean is that a Catholic could claim that after the host is finished (and consequently the physical presence of Jesus has come to an end) there would still be the spiritual presence of Christ (not linked to the Eucharist itself).
ExcluirDo you think that undermines my argument?
ExcluirA bit maybe, but you can follow the line of argument that I explained in my first answer.
ExcluirLucas, que resposta tu daria a esta vadia:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=KLcri77OL3g
OBS: me desculpe o palavreado, mas não deixa de ser revoltante.
Esses dias eu vi um socialista que dizia que a Coreia do Norte diferentemente da Coreia do Sul é um fracasso por culpa dos Estados Unidos, ele dizia que se não fosse pelos embargos econômicos dos Estados Unidos a Coreia do Norte conseguiria se desenvolver e ser melhor do que a Coreia do Sul.
ExcluirDe fato o vídeo é muito longo pra eu assistir e avaliar, mas até os historiadores de esquerda reconhecem as milhões de mortes no holodomor e tudo mais. Inclusive os escritores do "Livro Negro do Comunismo" são em grande parte historiadores de esquerda. Mas em tempos em que se nega até o holocausto nazista, não me admira que haja lixo humano que negue o holodomor ou o relativize. É o tipo de gente fanática que sofreu forte carga de lavagem cerebral ideológica na escola e na universidade, para se tornar esse tipo de ser aí. Nada além do fanatismo explica alguém dizer que "se não fosse pelo embargo americano a Coreia do Norte seria melhor que a Coreia do Sul". É o tipo de coisa que só um fanático cego e totalmente desconectado da realidade é capaz de afirmar. Um exemplo notório de como o cérebro humano é suscetível a se apegar às teorias mais absurdas e sem fundamento quando se trata de sustentar a lavagem cerebral que ele mesmo sofreu, porque não quer admitir que foi enganado esse tempo todo. É um mecanismo de autodefesa, mas que funciona como uma autoilusão.
ExcluirLucas, qual tradução da bíblia você recomenda?
ResponderExcluirEu gosto mais da NVI, apesar de alguns defeitos.
ExcluirDae Lucas, vi seu video sobre a europa, qual a diferenca entre pentecostal e carismatico ( n o da ICAR)? Vc ainda é penteca? Lucas eu acrecentaria algo no sei video, na europa n tem quase pobre q nem aqui, oq dificulta mt pq o evamgelho verio para os pobres em sua maioria.
ResponderExcluir"Carismático" é um termo mais usado pelos católicos do que pelos evangélicos, que usam mais o termo "pentecostal" mesmo para se referir a alguém que crê na contemporaneidade dos "carismas" (dons). Eu concordo que o evangelho privilegia os pobres em primeiro lugar e que os ricos tem uma tendência maior a não se apegarem a fé nenhuma por pensarem ser autossuficientes, inclusive eu sempre uso essa explicação para o fato da Europa ter se tornado ateia, mas a ênfase do meu vídeo não era "por que a Europa perdeu a fé", mas sim por que ela não volta a crer (e aí entram outros fatores, sobretudo o que eu mencionei).
ExcluirBoa tarde.
ResponderExcluirBem, fui numa livraria evangélica e encontrei, na parte de Bíblias, o seguinte livro:
https://sefer.com.br/tanah-completo/1/
É o Antigo Testamento impresso por uma editora judaica. Ele tem comentários e entre parêntesis vem palavras que "ajudam"a compreender melhor o texto.
Abri em Isaías 53.
Quem (dentre as nações) creu em nossa mensagem (Israel) e a quem foi revelado o braço do Senhor?
Ele (Israel) cresceu diante dele como um broto tenro, e como uma raiz saída de uma terra seca. Ele (Israel) não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada em sua aparência para que o desejássemos.
E assim por diante. Eu não bati foto pra saber a versão exata, mas a leitura leva a entender que o texto não fala do Messias. Se não me falha a memória, rabinos pré medievais, comentaristas respeitados, associavam o texto ao Messias, sendo que essa edição recente aponta outra direção.
Claro que não seria diferente, sendo a editora judaica de raiz, mas ver esse livro vendendo numa loja evangélica passa a impressão de que o livro é legítimo sob o ponto de vista cristão, e uma leitura sem cuidado pode causar impressão errada a respeito da verdadeira mensagem do capítulo de Isaías.
Tinha até cd da Flor de Lis ainda a venda lá.
Acho que a loja deveria ter um pouco mais de critério no que vende, e não vender apenas por vender. Sei lá, fiquei com uma impressão ruim de lá.
Eu não sei o que é pior, uma "Bíblia" dessas sendo vendida numa livraria evangélica ou a mesma livraria evangélica vender cd da Flordelis. Daqui a pouco vai ter até Anitta e Pabllo Vittar, e uma pregação abençoada da "pastora" Suzane von Richthofen. Sobre Isaías 53, é óbvio que ele não fala de Israel porque Israel nunca foi sem pecado, na verdade desde o começo Israel foi bastante infiel e pecador, até mais que as outras nações. Só a partir do século IX d.C é que os rabinos mudaram de posição, mas isso por conveniência, porque estava muito claro que o texto se aplicava a Jesus e eles não queriam dar o braço a torcer nisso, aí tiveram que inventar uma explicação alternativa estapafúrdia.
ExcluirBanzoli, d boa? Pq sera q movimentos avivalistas n acontecem mais dentro d igrejas historicas como por exemplo o pietismo?
ResponderExcluirBanzoli e td mundo do blog, ja viram o filme Cuties/ Mignones? Pois vejo varias criticas falndo q sesualiza as criancas e otros falando q é para combater a sensualizacao delas.
Não conheço esse filme, e sobre por que movimentos avivalistas não acontecem em igrejas históricas, penso que o que eu abordei no meu vídeo mais recente responde a isso.
ExcluirLucas vc conhece algum livro q fale especialmente sobre os movimentos pre reforma?
ResponderExcluirEspecificamente só sobre isso eu não conheço.
ExcluirTem o Muito antes de Lutero, da Editora cultura cristã
Excluirhttps://m.youtube.com/watch?v=8IhudcdwDYg
ResponderExcluirBom dia seus pedofilos kkk
lucas, em relação as provas da existência de Deus ( cinco vias, argumento kalam, etc), como você sabe existem inúmeros vídeos dos neo-ateus tentando refutar com argumentos pífios. Mas você ja viu alguém que de fato conseguiu refutar?
ResponderExcluirEu desconheço. Basta assistir os debates do Craig para ver como os ateus que usam esses contra-argumentos passam vergonha.
ExcluirLucas, como ter certeza da salvação nacional se so Deus save quem vai ser salvo?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirPodemos ter certeza da nossa salvação atual pelo testemunho interno do Espírito Santo ("O Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus" - Rm 8:16), só não podemos ter certeza da nossa salvação final, dada a possibilidade de perder a salvação dependendo do modo como agirmos. Por isso Paulo disse:
Excluir“Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga” (1ª Coríntios 4:4)
“Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, EU MESMO NÃO VENHA A SER REPROVADO” (1ª Coríntios 10:26-27)
Em suma: se nós estamos em Cristo, sabemos pelo Espírito Santo que estamos salvos, e se nós continuarmos em Cristo, continuaremos com esse mesmo testemunho em nosso coração até o fim. Mas isso não significa que podemos cravar a nossa salvação final, pois não conhecemos o dia de amanhã, e "aquele que julga estar de pé, cuide para que não caia" (1Co 10:12).
lucas, não sei se você é chegado em video games mas você viu o preço do ps5? oque achou?
ResponderExcluirEu nem me importo, já que não iria comprar mesmo esse ps5 nem a pau. Por muito tempo eu só tive o ps2, há alguns anos meu pai comprou um ps3 porque estava no Paraguai e lá é muito mais barato, mas ps4 e ps5 só se eu quisesse vender um rim. Sem falar que o meu jogo preferido (e quase o único que eu jogo) só tem pra pc (Age of Empires 3), então nem faz diferença se o videogame está caro.
Excluir(1) Essa questão da reforma administrativa, o que realmente pesa para isso? Existem vários motivos para acabar por exemplo com a estabilidade, e tudo mais, mas acho que no fundo no fundo o que pesa é a aposentadoria, aquele regime próprio, que difere do geral. Aquilo é um rombo nas finanças públicas e somente um país muito escroto como o nosso pra fazer isso e achar que está tudo bem. Na minha opinião todo mundo tinha que ser do regime geral, todo mundo mesmo, do gari concursado até o ministro do STF, independente do salário que ganhasse durante a ativa, se aposentou, tinha que ir pro geral e se quisesse receber mais que o teto, deveria ter disciplina financeira e fazer uma previdência complementar ao longo da vida. Digo isso porque tenho casos de amigos cristãos e gnt da minha própria família que são funcionários públicos e criticam tudo, mas tudo mesmo, que o Bolsonaro faz a respeito disso, sem pudor nenhum, só querem mesmo se dar bem, principalmente se eles ganham bem... o que vc acha? Acho que eu sou um dos poucos que se incomoda com isso.
ResponderExcluir(2) Vi o seu último vídeo, sobre milagres. A fé de hoje das pessoas são tão sinceras como as das pessoas que viveram no passado e fizeram ou testemunharam milagres. Até porque se nos últimos dias acontecesse milagres como nos primeiros dias (da primeira vinda de Cristo), em que os sinais e os prodígios do anticristo rivalizaria com os sinais de um verdadeiro cristão? Penso que de repente muita gente vai correr para o anticristo devido os sinais da mesma forma que muita gente correu para Cristo pelos sinais que ele fazia, então esse tipo de coisa nos últimos dias vai mostra a verdadeira fé, que é fé pelo que Cristo é não pelo que ele pode fazer ou não como sinal, embora isso fortaleça de fato a fé. O que vc acha?
(3) Sobre os sinais ainda, não lembro onde li isso, mas os primeiros cristãos eram na maioria judeus, e eles faziam naturalmente uma coisa que não fazemos (a maioria pelo menos certamente não faz): jejuar. Lendo a Bíblia de cabo a rabo, é natural que a pessoa conclua que jejuar faz parte da vida cristã e Jesus esperava isso dos seus servos, mas hoje prevalece a teologia antinatural de que isso não é algo importante, tá cheio de estudos bíblicos que até sugerem que o jejum foi pregado na cruz... o que vc acha? Nesse ponto a profissão de fé de hoje difere da profissão de fé do passado (não sou eu falando isso, to reproduzindo o que li).
(1) Eu também acho que a aposentadoria deveria ser igual pra todo mundo, é revoltante a aposentadoria absurda que alguns grupos privilegiados recebem, sem falar que precisam trabalhar por bem menos tempo do que um trabalhador comum. Se políticos, juízes, militares e etc já ganham tanto dinheiro hoje, que tenham a decência de guardar parte desse montante estratosférico para a aposentadoria, ou de buscarem uma previdência privada, assim conseguirão viver muito bem mesmo depois que se aposentarem e receberem a mesma fatia de um trabalhador comum. Todos os anos gastamos R$ 164 milhões só para bancar a aposentadoria de 71 ex-senadores, se isso não embrulha o estômago de alguém, eu não sei o que mais faria. E o pior é que essas regalias não vão acabar nunca, pois são os próprios políticos que fazem essas leis ridículas em benefício próprio, por isso sempre aumentam o próprio salário e a própria aposentadoria mesmo não fazendo m**** nenhuma, o que não acontece em uma empresa privada onde se você não trabalha direito vai é pro olho da rua, e onde as pessoas são bancadas com o dinheiro do patrão e não com o nosso dinheiro (dinheiro público).
Excluir(2) O anticristo vai fazer coisas muito mais megalomaníacas e pirotécnicas, como fazer fogo cair do céu à vista dos homens (Ap 13:13), ele não vai ficar curando pessoas igual Jesus fazia, vai fazer coisas que chamem a atenção de todos, por isso vai atrair tanta gente. Quando os fariseus pediram um sinal do céu Jesus se recusou a fazer, porque não servia a qualquer propósito útil (Jesus não curava as pessoas pra mostrar como ele era bonzão, ele curava porque se compadecia daquelas pessoas), mas o anticristo vai fazer um monte desses "milagres inúteis" que só servem para fazer o gado idolatrá-lo (tipo os "corpos incorruptos" da ICAR e outras idiotices).
(3) Sobre isso eu tendo a concordar com os que dizem que o jejum não era tão importante, a Bíblia fala pouquíssimas vezes do jejum, Jesus diz que seus discípulos não jejuavam porque estavam com ele, Paulo só menciona o jejum uma vez e é num contexto onde o significado provável é que ele não tinha o que comer (e não algo voluntário), e em Isaías Deus diz que prefere o coração puro do que o jejum em si. Quase sempre (ou sempre) em que alguém faz jejum na Bíblia é por um propósito bem específico, como quando Ester mandou que jejuassem para que os israelitas não fossem exterminados pelo decreto do rei, ou os jejuns solenes de Israel que antecediam alguma cerimônia muito importante, ou Jesus que sabia que seria tentado por Satanás no deserto (a Bíblia diz que ele foi enviado ao deserto "para ser tentado", não "para jejuar"). Não era o tipo de jejum que fazemos hoje (tipo "vou jejuar toda segunda-feira de tal horário a tal horário"), era algo mais específico, visando um propósito específico e de acordo com a orientação de Deus.
Lucas, estou com medo dos muçulmanos. Estou estudando o Islamismo e tudo aponta que o problema da religião não é que têm fanáticos, mas A RELIGIÃO ENSINA A SER FANÁTICO! Um "muçulmano" pacifista é visto entre os islâmicos da mesma forma que um evangélico liberal é visto por um evangélico de verdade. Da mesma forma que este distorce a Bíblia descaradamente, o "muçulmano" pacifista também distorce o Corão descaradamente. Mas até esses "pacifistas" admitem que o Islã é uma religião-estado com políticas e leis próprias. Uma delas é a tolerância zero com outras religiões.
ResponderExcluirO que me deixa assustado é que tem um monte de esquerdalhas apoiando a imigração desses vermes que não respeitam a liberdade individual para a Europa e América do Norte. Na Europa já têm comunidades muçulmanas que se alguma mulher passar lá sem burca já é estuprada pelos muçulmanos.
O próprio Maomé foi um pedófilo segundo o Augustos Nicodemus. Ele casou com uma menina de sete anos e se deitou com ela pela primeira vez quando ela tinha NOVE ANOS!!! Foi assassino, ladrão, misógino, estuprador e trapaceiro.
O sonho dos muçulmanos é implantar a Sharia no mundo todo. Se não for de forma pacífica, será de forma violenta (isso é mandamento do Corão!). Então quando eles se tornarem maioria na Europa e América do Norte, eles vão começar a atacar o mundo inteiro para obrigar todo mundo a ser muçulmano.
E eu não quero trocar meu Imaculado, Santo e Divino Senhor Jesus Cristo por aquele falso profeta imundo e diabólico chamado Maomé. A Europa e América do Norte serão dominadas por esses assassinos em torno de 2050, segundo estatísticas. Quando isso acontecer, terei que escolher entre perder a vida ou perder minha salvação negando o Senhor Jesus que me salvou e abraçar a religião daquele louco endemoniado!
Quando digo isso a alguém, eles já falam que existem passagens violentas no AT e que existiu a Inquisição. Eu respondo que os cristãos têm o AT somente como referência e que nenhum ato de violência pode ser justificado através de Jesus. Um cristão pode ser mau, mas o Cristianismo proíbe o mal. Já no lado islâmico é o contrário. O muçulmano é mau porque o Corão prega a coação, não que o muçulmano seja mal sozinho e independente da religião (como ocorre no Cristianismo), mas porque o Corão ensina ele a coagir.
Estava debatendo com um muçulmano e sempre batia na tecla de que o único motivo de eu não gostar do Islamismo é porque ele não respeita a liberdade religiosa e ele nunca se opunha a esse argumento. Ou seja, ele realmente quer obrigar todo mundo a ser muçulmano aqui no Brasil também.
Lucas, me responda por favor. Estou preocupado.
Eu também vejo dessa maneira que o Vinicius colocou, muitos muçulmanos europeus (não da primeira geração, mas das gerações seguintes) se secularizam e começam a pensar da forma como um europeu padronizado pensa. Isso é quase que inevitável, já que eles veem um mundo democrático, tecnológico, científico, desenvolvido e com ampla liberdade de pensamento, e comparam com o lugar de onde saíram, totalmente atrasado em todos os sentidos. O meu melhor amigo de longa data é um iraquiano que é muçulmano e mora lá desde que nasceu, ele odeia o país dele com todas as forças, odeia a religião dele (só crê porque não tem outra opção), odeia as leis de lá e etc, eles tem essa consciência porque com a globalização conseguem comparar o mundo em que eles vivem com o mundo desenvolvido, algo que eles não podiam fazer antes. Tudo o que ele quer é arrumar dinheiro pra sair dali e ir morar no Canadá e levar uma vida normal como qualquer ocidental comum. Só quem é muito bitolado no Corão é gente fanática com uma criação rígida e sem acesso ao mundo lá fora, na Europa isso é muito mais difícil porque eles recebem uma educação secularizada e muita influência externa, então no geral só quem é extremista são aqueles que migraram para lá há pouco tempo com a "Jihad" em mente, não os que nasceram lá. Inclusive os muçulmanos que nasceram na Europa tem uma taxa de natalidade bem menor do que aqueles que vieram do Oriente Médio ou que ainda estão lá. A tendência é que com o passar do tempo ou os muçulmanos diminuam percentualmente ou permaneçam muçulmanos mas daquele tipo não-religioso, de modo análogo ao que aconteceu com o catolicismo romano, que por muito tempo foi tão ou mais radical do que o Islã mas que teve que se acomodar ao mundo moderno (lembremos que para os católicos a Bíblia nunca foi a única regra de fé, eles também tem o magistério e a tradição, que eram tão extremistas quanto o Corão, se não mais).
ExcluirLucas, é errado procura pessoas q tenham dom d profecia pra sabe algo sobre o futuro?
ResponderExcluirEu só não acho que a finalidade do profeta seja "revelar a Palavra de forma compreensível para todos". Quem tem essa função é o mestre, que tem o dom de ensino, não o profeta (ambos são mencionados à parte em Efésios 4:11). É inclusive perigoso um profeta se meter a falar de interpretação bíblica que supostamente lhe foi "revelada", ninguém deve basear doutrina em cima de profetas, mas em cima da interpretação que seja a mais lógica para os textos, respeitando os princípios hermenêuticos. Na Bíblia o profeta é sempre alguém que prevê o futuro mesmo, seja os profetas do Antigo Testamento, seja os do Novo (como Ágabo, que previu a fome na Judeia e a prisão de Paulo), é um dom bem diferente do dom de pastor ou mestre (que é de levar a Palavra). Mas eu concordo que isso não significa que o profeta terá sempre uma mensagem de Deus pra dar a qualquer um que for ao seu encontro, como se fosse um mago da lâmpada mágica com todas as respostas. Todos os dons são manifestáveis uma hora sim outra hora não; como o Vinicius bem colocou, não é porque alguém tem o dom de cura que vai curar todo mundo sempre, e não é porque tem o dom da profecia que vai profetizar sempre pra todo mundo (embora ele vá manifestar isso bem mais vezes que as outras pessoas). Uma pessoa comum pode ser usada para profetizar (até Caifás fez uma "profecia involuntária" a respeito de Cristo), mas não vai profetizar tantas vezes como o profeta, que tem essa função. Por analogia, um zagueiro pode fazer um gol numa partida de futebol, mas ele provavelmente não fará tantos gols quanto o atacante, que tem essa função (a não ser que o atacante seja o Pablo do São Paulo, mas aí é outra história).
ExcluirDe fato, Pedro diz que "o juízo começa pela casa de Deus" (1Pe 4:17), e Tiago disse que "nós, os mestres, seremos julgados com maior rigor" (Tg 3:1). O pecado de um crente tem um peso maior que o de um descrente, porque o crente tem a responsabilidade de refletir Cristo através de sua vida (o próprio termo "cristão" significa "pequenos cristos"), uma responsabilidade que o descrente não tem. Muitos descrentes nunca leram e nem vão ler a Bíblia, e o nosso testemunho é tudo o que eles tem para saber quem é Jesus.
ResponderExcluirhttps://rationalchristiandiscernment.blogspot.com/2020/09/noting-contrast-between-faith-and-works.html
ResponderExcluirWell compiled.
Excluirhttps://rationalchristiandiscernment.blogspot.com/2020/09/answering-jimmy-akin-on-sola-scriptura.html
ResponderExcluirHis argument that Acts 17:11 cannot be used in favor of Sola Scriptura because the canon was not yet closed shows how their objections are non-falsifiable. They ask to prove Sola Scriptura with the Bible, but for whatever text we use, they will say that it is not valid, because it does not cover the entire Scripture. This is intellectual dishonesty. What this and other texts do is to support the PRINCIPLE of Sola Scriptura, in the sense that everything has to be supported by what was written in an inspired way. It is the nature of Scripture, not its extent, that is at stake. That is why since the Pentateuch we see the principle of "not going beyond what is written", not because nothing else could be written in the future, but because only what has been written is of an inspired and reliable nature to be used as a doctrine.
ExcluirOlá Lucas, estou aqui para avisar-lhe que amanhã será a semana de provas da faculdade e por conta disso irei ter que ficar ausente do Blog até a sexta feira (dia 25/09). Amanhã a primeira prova vai ser de uma matéria nova: Teoria Geral do Processo, como essa é uma matéria nova, eu passei a maior parte dos dias ausente porque eu estava fazendo um resumão dessa matéria em específico, por isso passei uma semana inteira sem ter tempo pra comentar no blog, afinal de contas o compromisso com a Faculdade e com o Curso de Direito vem sempre em primeiro lugar, as provas continuarão sendo online, mas serão realizadas no Google Formulários ao invés do Word. Recentemente a Faculdade anunciou que enquanto não houver uma vacina disponível as aulas continuarão sendo online (provavelmente só vamos voltar a ter aula presenciais só em 2021). Deseje-me sorte na Prova, abraço 👍🏻
ResponderExcluirSorte aí na prova, tenho certeza de que se sairá bem :)
ExcluirO artigo chegou aos 200 comments e por isso a caixa de comentários daqui será fechada. Quem quiser postar um novo comentário ou responder a algum daqui, fique à vontade para fazer no artigo mais recente 👍
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